De 31 466 a 7 378 Bitcoin por mês: Strategy modera seu frenesi de compras

Setembro foi um mês decisivo para o ecossistema cripto. O bitcoin recuou, apesar de uma acumulação contínua da MicroStrategy. Ao mesmo tempo, os stablecoins atingiram novos patamares, reforçando seu papel central nos mercados. Por fim, o número de milionários em cripto atingiu um recorde, sinal de uma adoção que não diminui.

Um mês contrastante para o bitcoin

Setembro não foi gentil com o preço do bitcoin. No entanto, Michael Saylor e sua empresa MicroStrategy não se deixaram impressionar.

A empresa adicionou mais de 7.378 BTC às suas reservas, no valor de mais de 837 milhões de dólares. Uma operação massiva à primeira vista, mas que na realidade marca uma desaceleração em comparação a julho, quando a MicroStrategy havia adquirido mais de 31.000 BTC.

Essa estratégia mais moderada reflete uma prudência certa. Para Saylor, o mercado ainda está em fase de construção. O preço do bitcoin pode parecer entediante no curto prazo, mas essa relativa estabilidade constitui, segundo ele, uma oportunidade ideal para instituições que desejam entrar em posição. Em suma, uma calmaria que pode preceder uma nova onda de alta.

Paralelamente, os ETFs de bitcoin nos Estados Unidos continuam a atrair capitais. Em setembro, mais de 240 milhões de dólares foram direcionados a esses produtos financeiros, reforçando a posição de atores como a BlackRock, que gerou 260 milhões de receita em dois anos graças aos seus ETFs.

Os stablecoins assumem um papel central

 Enquanto o bitcoin atravessa um mês de consolidação, os stablecoins continuam sua ascensão. Sua capitalização total ultrapassou a marca de 295 bilhões de dólares. Só na última semana de setembro, o mercado cresceu 5 bilhões. Um crescimento que ilustra a crescente demanda por ativos digitais percebidos como seguros e práticos em um contexto de alta volatilidade.

 Os reguladores começam a ajustar suas posições. Nos Estados Unidos, a CFTC explora o uso dos stablecoins como colateral nos mercados de derivativos. Na Austrália, um alívio regulatório facilita sua distribuição. Mas na Europa, o tom permanece mais severo: o Banco da Itália advertiu sobre riscos relacionados aos stablecoins emitidos por várias entidades e operando em diferentes países. Um alerta que reflete a vontade de Bruxelas de reforçar o controle sobre esse setor em plena expansão.

Essa dinâmica ilustra bem que, diante de um bitcoin menos vigoroso, os stablecoins se impõem como a ferramenta privilegiada para facilitar as trocas e aumentar a liquidez dos mercados cripto.

Uma nova geração de milionários cripto

Outro destaque do mês: o número de milionários em cripto continua a crescer. Agora são 241.700 no mundo, um aumento de 40% em um ano. Essa progressão ilustra tanto o efeito de alavanca dos ciclos de alta anteriores quanto o apelo duradouro pelos ativos digitais.

A multiplicação dessas fortunas pode influenciar a percepção dos governos e reguladores, que veem emergir uma nova classe de investidores às vezes muito influentes. Para alguns, é uma prova adicional da crescente adoção da cripto. Para outros, é sinal de um risco aumentado de bolhas especulativas alimentadas por esse afluxo de capitais.

Setembro confirmou uma coisa: mesmo em um mercado aparentemente “calmo”, o BTC continua a ser acumulado estrategicamente pelos grandes players, enquanto os stablecoins se impõem como a espinha dorsal do ecossistema. Por trás dessa aparente estagnação, talvez esteja se preparando o próximo grande impulso.