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O Reino Unido deseja manter 7 bilhões de dólares em Bitcoin apreendidos em uma fraude

10h21 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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O erro é vender. Comprar no valor mais baixo tornou-se um mantra no mundo cripto. Os erros passados em torno do bitcoin serviram de lição: o Reino Unido parece querer nunca mais ceder o que agora é chamado de “ouro digital”. Diante do crescimento das criptomoedas e sua volatilidade, Londres adota uma postura firme: não importa a pressão, não se liquida mais. Essa recusa em liquidar revela uma ambição política e simbólica forte no jogo mundial em torno do BTC.

Um ministro britânico olha cobiçosamente para uma montanha de bitcoins dourados iluminados, com uma bandeira do Reino Unido ao fundo.

Em resumo

  • O Reino Unido detém 61.000 BTC apreendidos em uma enorme fraude de origem chinesa.
  • As vítimas, 128.000 pessoas, exigem a restituição completa em bitcoin, não em libra.
  • As autoridades consideram uma redistribuição parcial, baseada no valor inicial das perdas.
  • Uma batalha judicial começa, podendo durar até 2027 segundo os advogados das vítimas.

A ascensão da “Rainha do Bitcoin” e a apreensão recorde

Antes mesmo do caso Qian, os golpes sentimentais ligados ao bitcoin se multiplicam: um homem recentemente perdeu 1,4 milhão de dólares em cripto, acreditando ter encontrado o amor. Essa história começa na China, entre 2014 e 2017: Zhimin Qian lança uma fraude gigantesca, prometendo rendimentos inflados a milhares de investidores.

O esquema desmorona. Qian converte os fundos em bitcoin e foge para o Reino Unido com documentos falsos. 

Em Hampstead, em 2018, as autoridades encontram 61.000 BTC em dispositivos digitais, uma apreensão que a imprensa britânica chama de maior operação cripto já realizada.

Julgada em setembro de 2025 em Londres, Qian se declara culpada por posse e transferência de bens criminosos — sem que o cerne da fraude, operado na China, seja julgado diretamente. Resta um processo civil futuro, previsto para janeiro de 2026, envolvendo o Reino Unido e as 128.000 vítimas chinesas. 

A questão? Saber se Londres pode legalmente manter ou devolver os BTC. Esse caso, na linha tênue entre thriller digital e jurisprudência global, questiona a capacidade dos Estados de tratar crimes cripto em zonas cinzentas legais.

Estado vs vítimas: batalha sobre direitos e lucros

O núcleo do caso é jurídico: a quem pertencem os bitcoins apreendidos? O Reino Unido afirma se basear na lei de bens criminosos para retê-los. No entanto, muitos advogados especializados lembram o princípio do rastreamento justo, que permite às vítimas estabelecerem vínculo de propriedade e recuperarem os ativos roubados. 

Ashley Fairbrother declarou aos meios de comunicação: 

Não tenho certeza se o direito inglês está do lado do governo britânico quanto à sua capacidade de manter o Bitcoin apreendido. 

Algo está errado, pois o Estado às vezes propõe reembolsar em moeda fiduciária o valor original da fraude, não o valor atual do BTC, o que faz as vítimas perderem bilhões em ganhos de capital.

Se o tribunal aceitar esse mecanismo, o Reino Unido captaria a diferença, capitalizando o crescimento do bitcoin ao longo dos anos. As vítimas exigem a devolução do BTC, valorizado hoje, não apenas o montante inicial. O tribunal civil terá que decidir entre o interesse nacional orçamentário e a justiça internacional de equidade. 

O precedente pode influenciar como outros Estados tratarão apreensões cripto transfronteiriças no futuro.

O Reino Unido antecipa o pós-venda: postura estratégica e simbólica

Vender esses bitcoins seria negar a lição do mercado: conservar é melhor. O Reino Unido mostra que prefere manter esse capital digital intacto do que vendê-lo barato. Essa escolha reflete uma postura de poder simbólico tanto quanto econômico. Londres se posiciona como ator principal na regulação global cripto.

Aqui estão alguns fatos marcantes:

  • 61.000 BTC apreendidos em Hampstead — a maior apreensão única no Reino Unido;
  • 128.000 vítimas reivindicam seus direitos contra o Estado britânico;
  • O valor atual ultrapassa de longe a perda inicial (~£5 bilhões);
  • O processo civil começará em janeiro de 2026.

Esse conservadorismo faz parte de uma estratégia: não ceder ao mercado, impor uma jurisprudência. O Reino Unido tenta estabelecer uma norma: quando um Estado apreende criptomoedas, ele não as vende imediatamente, mas as conserva como ativos estratégicos. Essa posição pode inspirar outras nações a agirem da mesma forma.

Nos Estados Unidos, não se fala mais em vender BTC desde a chegada de Donald Trump. Seu governo mantém seus ativos digitais. Melhor: seu ministro Scott Bessent afirma que a compra de novos bitcoins pelos EUA não está descartada. Sinal de que, para alguns, a estratégia não é apenas deter, mas também reforçar as reservas.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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