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China: A eletricidade barata demais revive a indústria de mineração de Bitcoin

7h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Há apenas quatro anos, a China rejeitava com um gesto qualquer atividade relacionada ao bitcoin. O Império do Meio proibia brutalmente a mineração e tentava apagar todo vestígio dessa economia paralela. Entretanto, números recentes contam outra história. Para surpresa geral, a China retorna ao top 3 mundial. O que aconteceu? Entre necessidades energéticas, estratégia digital e interesses geopolíticos, o ressurgimento da mineração de criptolevanta questões reais.

Um dragão mecânico chinês cospe uma chama no formato de um Bitcoin, em frente a uma parede eletrificada sob um céu tempestuoso.

Resumidamente

  • A mineração de bitcoin voltou à China graças aos excedentes de energia em algumas províncias.
  • Empresas como a Canaan aumentam drasticamente suas vendas locais devido às tarifas americanas e ao preço do BTC.
  • Hong Kong legaliza stablecoins enquanto Pequim faz vista grossa para as atividades cripto clandestinas.
  • Outros países, como Rússia e Nigéria, também abandonaram a proibição em favor de regulações.

Minas fora do radar: quando o bitcoin se esconde nos data centers

Oficialmente, a mineração de bitcoin permanece proibida na China desde 2021. No entanto, o país, fã do yuan digital, hoje detém entre 14% e 20% do hashrate global, segundo dados do Hashrate Index e CryptoQuant. Uma retomada fulminante para uma indústria que deveria ter sido erradicada.

O segredo? Energia barata, difícil de exportar, especialmente em regiões como Xinjiang e Sichuan. Essas províncias possuem excedentes energéticos colossais que são usados discretamente para alimentar fazendas de mineração clandestinas.

Wang, um minerador baseado em Urumqi, explica sem rodeios:

Grande parte da energia não pode ser transmitida para fora de Xinjiang, então a consumimos via mineração cripto… Novos projetos de mineração estão em construção. Tudo que posso dizer é que as pessoas mineram onde a eletricidade é barata.

Paralelamente, a indústria se adapta. Fabricantes de rigs como a Canaan tiveram suas vendas locais disparadas: de 2,8% para mais de 50% em apenas um ano. O motivo? A alta do preço do bitcoin e as incertezas comerciais com os Estados Unidos.

Bitcoin, mas não só: o cripto continua minerando sob as cinzas

Essa retomada na mineração não se limita ao bitcoin. Projetos ligados ao Ethereum, Litecoin e até stablecoins emergem nas sombras. Apesar do discurso oficial, o mercado cripto chinês permanece ativo, engenhoso e resiliente.

Por que essa mudança discreta? Porque Pequim parece optar por uma estratégia de tolerância pragmática. Hong Kong recentemente legalizou um quadro para stablecoins. A China continental, por sua vez, estuda o uso de stablecoins lastreados no yuan, numa lógica de soberania monetária.

Os sinais são claros, embora não expressos. Patrick Gruhn, CEO da Perpetuals.com, não usa meias palavras:

A retomada da atividade de mineração na China é um dos sinais mais importantes que o mercado viu em anos. 

As discussões avançam, as atividades se multiplicam, e os investidores acompanham.

Do banimento à tolerância: quando a proibição se torna opcional

A China não é um caso isolado. Vários países tentaram proibir as criptomoedas antes de recuar. Na Rússia, Índia, no Nigéria e até no Zimbábue, as proibições se tornaram regulações. Por quê? Porque proibir não é mais suficiente.

A China segue essa lógica ambígua. Ela proíbe no papel, mas tolera de fato onde isso beneficia as economias locais. Paralelamente, o hashrate global alcança 1043 EH/s, apesar da queda do hashprice para 35 $ por PH/s. As margens são mais estreitas, mas a atividade permanece lucrativa.

Os mineradores sabem se adaptar, mesmo sob pressão. O equipamento é móvel, os data centers proliferam, e a demanda por criptos permanece constante. Resultado: a China volta a ser uma gigante… sem dizer uma palavra.

O que deve ser retido em números

  • De 14 a 20% do hashrate mundial está hoje localizado na China;
  • As vendas domésticas de rigs Canaan subiram de 2,8% para mais de 50%;
  • O hashrate mundial atingiu 1043 EH/s, mas o hashprice caiu para 35 $;
  • Pequim planeja stablecoins lastreados no yuan para enfrentar o dólar;
  • Vários ex-banidos como Rússia ou Zimbábue regulam hoje a indústria cripto.

Enquanto a indústria cripto se desenvolve discretamente, a economia chinesa atravessa uma zona de turbulência. Os investimentos privados caem, as margens se reduzem, e o crescimento desacelera. Diante dessa realidade, Pequim pode muito bem continuar fechando os olhos para os mineradores, desde que a eletricidade continue barata… e os impactos positivos.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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