Comunidade cripto acusa JPMorgan de hipocrisia
O lançamento iminente de um produto estruturado sobre o bitcoin pelo JPMorgan causa repercussão. Para uma parte da comunidade cripto, não se trata de uma simples inovação financeira, mas de uma ofensiva direcionada contra atores como a Strategy. À medida que o bitcoin ganha terreno como ativo de reserva, a divisão entre finanças tradicionais e estratégias pró-BTC torna-se mais nítida. Por trás da aparente neutralidade dos mercados, alguns denunciam uma tentativa de influência visando enfraquecer as empresas mais expostas ao ativo.

Em resumo
- O lançamento pelo JPMorgan de um produto estruturado lastreado no bitcoin provoca uma forte reação na comunidade cripto.
- Vozes acusam o banco de atacar indiretamente a MicroStrategy e empresas expostas ao BTC.
- O produto, considerado arriscado, pode causar chamadas de margem e aumentar a pressão vendedora no mercado.
- Paralelamente, o JPMorgan apoia uma reforma nos índices MSCI que visaria excluir empresas fortemente investidas em criptomoedas.
JPMorgan na mira dos apoiadores do bitcoin
O anúncio pelo JPMorgan de um novo produto estruturado vinculado ao preço do bitcoin desencadeou uma onda de críticas dentro da comunidade cripto.
Trata-se de notas alavancadas 1,5×, correlacionadas ao desempenho do BTC, com vencimento previsto para dezembro de 2028. Essa iniciativa é vista como contraditória por muitos observadores, já que o JPMorgan por muito tempo foi crítico em relação ao bitcoin.
A indignação é ainda maior porque alguns veem isso como um ataque disfarçado contra empresas emblemáticas como a Strategy. “As mesmas instituições que atacam a Strategy hoje adotam sua estratégia”, comentou um usuário no X, resumindo o sentimento geral.
As críticas se concentraram em vários pontos-chave :
- O efeito alavancado problemático : o produto permitiria que atores institucionais apostassem na volatilidade do BTC sem compromisso real com o ativo subjacente ;
- Um risco de efeito dominó : alguns temem que a ferramenta amplifique os movimentos do mercado em fases baixistas, gerando maior pressão vendedora ;
- O direcionamento indireto da Strategy : várias vozes concordam que o objetivo seria provocar chamadas de margem em empréstimos lastreados em BTC mantidos por empresas como a MSTR;
- Os chamados à reação : em resposta, membros influentes da esfera cripto pedem o encerramento de suas contas no JPMorgan e o desinvestimento de suas ações.
Segundo um dos críticos, esses instrumentos financeiros não existem para diversificar a exposição ao BTC, mas para exercer uma pressão vendedora artificial em períodos de queda. Essa percepção alimenta a desconfiança de um ecossistema já sensível às tentativas de regulamentação, ou mesmo exclusão, das estratégias Bitcoin nas altas esferas das finanças tradicionais.
Uma ameaça sistêmica para os tesouros cripto ?
Além do próprio produto estruturado, há outra frente aberta pelo JPMorgan que cristaliza as preocupações: sua participação em uma proposta de reforma dos índices MSCI.
Essa reforma visa excluir empresas cujos 50 % ou mais dos ativos estão em criptomoedas. Uma medida que afetaria diretamente a Strategy, cuja estratégia de acumulação de bitcoin está no centro do seu modelo de negócio. Segundo uma nota interna do JPMorgan, essa exclusão poderia levar a grandes saídas passivas, com impacto estimado em 11,6 bilhões de dólares se se estendesse a todos os índices afetados.
Michael Saylor, fundador e presidente executivo da Strategy, defendeu sua empresa contra as acusações de “empresa de portfólio inativa”. Ele afirma que a empresa conduz uma atividade econômica ativa, com softwares de análise de dados e uma estratégia clara em torno do bitcoin.
Para ele, a tentativa de exclusão equivale a punir uma empresa por sua gestão de tesouraria, mesmo que esta seja transparente e coerente. Essa controvérsia levanta a questão : estaria se tentando desqualificar empresas favoráveis ao bitcoin nos grandes índices, correndo o risco de causar desequilíbrios nos mercados ? Se as exclusões se generalizarem, poderão enfraquecer um segmento inteiro da estratégia cripto institucional.
Esse caso revela uma divisão profunda entre instituições financeiras tradicionais e apoiadores da finança descentralizada. Além do caso Strategy, questiona o futuro das empresas expostas ao bitcoin em um ecossistema onde as lógicas de poder e influência moldam cada vez mais as regras do jogo.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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