A SEC está prestes a autorizar um avanço importante para os ETFs de criptomoedas.

A SEC finalmente parece pronta para dar um passo decisivo. Vários emissores de ETFs de Bitcoin e Ethereum acabaram de enviar modificações visando adicionar resgates em espécie. Um passo crucial para esses produtos, que assim poderiam ganhar em atratividade e eficiência fiscal.

A SEC se abre para resgates em espécie em ETFs de Bitcoin e Ethereum

James Seyffart, analista experiente de ETFs da Bloomberg, identificou um sinal forte nos recentes registros regulatórios.

Cinco grandes emissores – Invesco Galaxy, Ark 21Shares, VanEck, WisdomTree e Fidelity – modificaram simultaneamente seus prospectos de ETFs de Bitcoin e Ethereum listados na CBOE. Essa coordenação não é fruto do acaso.

“Sinais positivos estão surgindo sobre a possibilidade dos ETFs de Bitcoin e Ethereum realizarem operações de criação e resgate em espécie “, destaca o analista em suas observações.

Essa sincronização provavelmente revela discussões avançadas com a Securities and Exchange Commission, que até então resistia firmemente a essa questão.

Os resgates em espécie representam um grande desafio estratégico para investidores institucionais. Essa funcionalidade permite recuperar diretamente os ativos subjacentes, bitcoin ou ether, em troca das cotas detidas, evitando assim certas incidências fiscais sobre ganhos de capital. É uma alavanca de otimização fiscal e operacional que fortaleceria consideravelmente o apelo dos ETFs cripto.

Desde a aprovação dos ETFs Bitcoin à vista, em janeiro de 2024, os pedidos nesse sentido não pararam de chegar. Mas a SEC até agora bloqueava sua implementação, alegando preocupações ligadas à segurança e complexidade do mecanismo.

As recentes atualizações apresentadas pelos emissores agora indicam que esses obstáculos técnicos estão prestes a serem superados.

A SEC entre prudência regulatória e pressão do mercado

Apesar dos sinais encorajadores, o caminho para a aprovação dos resgates em espécie continua repleto de desafios.

A SEC continua a adiar: recentemente, postergou para 26 de agosto sua decisão sobre o ETF iShares Ethereum (ETHA) da BlackRock.

Essa cautela se deve a preocupações técnicas reais. A transferência direta de criptomoedas levanta muitas questões: gestão segura das chaves privadas, exposição a ataques cibernéticos, rastreabilidade das transações… tantos riscos que os reguladores querem controlar antes de dar sinal verde.

O paradoxo é impressionante: Donald Trump defende publicamente as criptomoedas desde seu retorno ao poder, mas seus reguladores ainda freiam. Os ETFs Solana continuam em espera, assim como o staking para Ethereum. Uma prudência que contrasta com os discursos pró-cripto da administração.

Enquanto isso, o mercado envia outra mensagem. Em 21 de julho, os ETFs Bitcoin registraram saídas líquidas de 131 milhões de dólares. Por outro lado, os ETFs Ethereum atraíram 297 milhões de dólares, principalmente graças à BlackRock e Fidelity.

Assim, o desafio vai muito além do aspecto técnico. A aprovação dos resgates em espécie representaria um verdadeiro marco regulatório. Permitiria o surgimento de uma nova geração de ETFs cripto, concebidos desde o início para institucionais, combinando eficiência fiscal, segurança e inovação. A questão permanece em aberto: a SEC está pronta para essa etapa ou escolherá, mais uma vez, ganhar tempo?