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AlphaBay foi a origem da doação de 300 bitcoins recebida por Ross Ulbricht

Fri 06 Jun 2025 ▪ 5 min de leitura ▪ por Evans S.
bitcoin (BTC)

Existem histórias que enterramos a golpes de processos judiciais, prisões de segurança máxima e manchetes esquecidas. Depois há o bitcoin, esse fio condutor que nunca realmente cortamos. Em junho de 2025, uma transação de 300 BTC, o equivalente a 31 milhões de dólares, cai no pote de Ross Ulbricht, criador da Silk Road, esse mercado negro lendário da darknet. O problema? Essa quantia vem de uma carteira ligada à AlphaBay, seu sucessor tristemente famoso. O passado não disse sua última palavra. Ele volta… criptografado.

Ilustração de um doador misterioso ligado a Ross Ulbricht e AlphaBay revelada.

Em resumo

  • Uma doação de 300 bitcoins (31 M$) foi enviada a Ross Ulbricht, fundador da Silk Road.
  • Chainalysis rastreou a origem dos fundos até a AlphaBay, sucessora da darknet.
  • Os fundos viriam de um antigo vendedor importante, por meio de técnicas de lavagem.

As cinzas da darknet sopram sobre o presente

AlphaBay não é apenas um nome nos arquivos do FBI. É um mito reciclado nas arcano da blockchain. Entre 2014 e 2017, foi o epicentro do comércio ilícito online — maior, mais discreto e mais rentável que a Silk Road. E ainda assim, em 2025, é ele que se suspeita ter assinado um cheque de 31 milhões em BTC para apoiar Ulbricht, figura caída que se tornou ícone para alguns.

De acordo com a empresa de análise blockchain Chainalysis, em um relatório repercutido pela WIRED, a doação viria diretamente de uma carteira bitcoin associada à AlphaBay. Não há aproximações aqui: os fluxos, timestamps, endereços… tudo corresponde. Phil Larratt, diretor da Chainalysis, fala de um vendedor importante da época. Ou seja, um ator bem posicionado, bem abastecido e hoje ainda muito vivo, ao menos digitalmente.

Esse gesto espetacular, embora simbólico, levanta questões. Por que reativar um vínculo tão polêmico? Por nostalgia? Por estratégia? Ou será um sinal de um retorno mais amplo das forças da darknet, reorganizadas nas sombras?

Bitcoin, mixadores e anonimato: uma arte de camuflagem digital

Se o bitcoin permitiu o rastreamento dessa operação, esse também é seu paradoxo: ele é ao mesmo tempo transparente e impenetrável. A análise de ZachXBT, detetive blockchain independente, confirma que os 300 BTC não passaram por canais limpos.

Estamos falando aqui de uma passagem pelo Jambler, um mixador centralizado de reputação duvidosa, bem distante dos mixadores descentralizados tradicionais como Wasabi ou o extinto Samourai.

O objetivo? Apagar as pistas. Segmenta-se os valores. As transações são misturadas. Saltamos de wallet em wallet. E às vezes recebemos em stablecoins, em pequenas doses. Tudo é pensado para escapar da vigilância algorítmica das exchanges ou das autoridades. É a versão 2025 do roubo silencioso em um beco deserto, só que o beco se estende por milhares de blocos.

ZachXBT resume sem rodeios: “É uma doação legítima, mas não fundos legítimos.” Em outras palavras, um presente envenenado, embalado em uma embalagem de idealismo cripto. O caso dos 300 BTC enviados a Ross Ulbricht levanta muitas questões sobre a origem real dos fundos, entre um gesto militante e uma estratégia obscura.

Ross Ulbricht: do mártir digital ao totem ideológico

Ross Ulbricht não é mais apenas um nome em um mandado de prisão. Desde sua graça concedida por Donald Trump em janeiro, ele voltou a ser um símbolo vivo. Um mártir para alguns, um pioneiro azarado para outros. E essa doação massiva pode muito bem cristalizar uma vontade: lembrar que Ulbricht não está esquecido.

Esse apoio também pode servir como um aviso. Uma mensagem sussurrada através das linhas de código: a rede ainda existe. Ela observa, age e recompensa seus heróis caídos. Na arena política e ideológica onde se luta o futuro do bitcoin — entre regulação e resistência — esse tipo de gesto pesa muito.

O Bitcoin não esquece nada. Ele lembra de cada transação, cada wallet, cada movimento. Mas além da memória, ele também permite a ressurreição. Graças a ele, os espectros da darknet podem voltar entre os blocos, e Ross Ulbricht ainda recebe oferendas de um mundo que ele ajudou a criar. Essa doação de 31 milhões não é uma simples anedota cripto. É um lembrete brutal de que a guerra entre centralização e liberdade digital continua, e que alguns nunca baixaram as armas — apenas as criptografaram. 

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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