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Batalha energética: IA e Bitcoin disputam o acesso às fontes mais baratas

7h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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A inteligência humana, por mais brilhante que seja, já não é suficiente. A inovação tem um custo. E além das ideias, são a energia e a economia que ditam as leis do progresso. Hoje, um novo duelo acontece. Não nos laboratórios ou nos mercados, mas nas subestações elétricas. De um lado, as fazendas de IA. Do outro, os mineradores de Bitcoin. E a batalha pelo kilowatt acaba de começar.

AI e Bitcoin se enfrentam em um telhado solar, fluxo de energia verde-alaranjado, turbinas eólicas ao fundo, céu dramático, estilo de quadrinhos dos anos 70.

Em resumo

  • A IA aumenta os preços da energia, perturbando os planos dos mineradores de bitcoin.
  • Os custos de produção do bitcoin sobem, alcançando US$ 70.000, mas permanecem atrativos.
  • Várias empresas pivotam para IA para explorar melhor suas infraestruturas existentes.
  • Inovações visam prolongar a vida útil dos rigs e reduzir os custos operacionais de cripto.

Mineradores vs IA: a guerra da energia está declarada

As empresas de mineração de Bitcoin acabaram de quebrar um recorde: US$ 1,52 bilhão arrecadados em um mês. Mas por trás desse número impressionante, outra transformação ocorre discretamente: o acesso à energia torna-se um campo de batalha estratégico. A mineração de bitcoin, antes marginal, está agora no centro de questões geopolíticas. E uma nova ameaça surge: a inteligência artificial, voraz em recursos, começa a avançar no território dos mineradores. 

Em um relatório datado de 31 de julho, GoMining Institutional coloca os pés na poça: os centros de inteligência artificial, apoiados por capitais colossais, começam a ganhar terreno. Eles conseguem cada vez mais garantir infraestruturas energéticas que os mineradores de bitcoin não podem mais pagar. 

Empresas como Riot Platforms suspenderam sua expansão em Corsicana, Texas, para se reposicionarem no campo da IA. Iris Energy, por sua vez, limita a expansão de sua frota de rigs para apostar na nuvem IA.

Mas os mineradores ainda têm trunfos. Sua flexibilidade logística, principalmente. Eles podem se instalar em áreas fora da rede, onde a fibra está ausente, uma restrição inaceitável para os data centers de IA. Isso também é uma oportunidade para alguns atraírem um novo tipo de investidores institucionais, em busca de “BTC virgem” a bom preço.

Bitcoin continua rentável (mas por quanto tempo?)

O halving de abril de 2024 reduziu a recompensa por bloco para 3,125 BTC. Resultado: a receita dos mineradores foi cortada pela metade. No entanto, minerar ainda é, por enquanto, rentável. Segundo TheMinerMag, produzir 1 BTC custa em média US$ 64.000 no primeiro trimestre de 2025. Esse custo deve ultrapassar US$ 70.000 até dezembro. Frente a um preço spot de US$ 119.000, a margem permanece atraente.

É por isso que investidores institucionais começam a se interessar pela mineração. Por que comprar BTC no mercado, quando se pode produzir por um preço baixo? Jeremy Dreier, diretor da GoMining Institutional, afirma que cada vez mais instituições buscam produzir bitcoin elas mesmas. Elas miram BTCs recém-minerados, considerados mais econômicos e frequentemente preferidos por motivos de rastreabilidade.

A estratégia não é nova, mas muda de escala. A Core Scientific, após sua falência em 2022, se recuperou com um contrato de US$ 3,5 bilhões assinado com a CoreWeave, um ator importante da IA. Essa virada para a IA tranquilizou os mercados. Em junho de 2025, a valorização da empresa disparou. A mensagem é clara: diversifique ou morra.

Bitcoin + IA: estratégias híbridas para sobreviver à pressão

Para continuar existindo, os mineradores inovam em alta velocidade. Alguns apostam na otimização: Block Inc. desenvolveu uma nova geração de rigs mais duráveis. Outros, como Hut 8, apostam tudo na IA com sua subsidiária Highrise AI, equipada com mais de 1.000 chips Nvidia H100.

A Hive investiu US$ 30 milhões em clusters de IA. Sua receita nesta área triplicou para atingir US$ 10,1 milhões em 2025. Objetivo declarado: US$ 100 milhões até 2026. A Iren (Iris Energy) passou de 248 para mais de 4.300 GPUs em 18 meses. E enquanto ainda minera 1.514 BTC por trimestre, fatura US$ 3,6 milhões via nuvem IA.

Mas atenção: a transição para IA envolve riscos. Nem todos têm estrutura para pivotar.

O que é importante lembrar:

  • US$ 70.000: custo estimado de um BTC no final de 2025;
  • 3,125 BTC: recompensa pós-halving (2024);
  • US$ 3,5 bi: contrato de IA da Core Scientific com CoreWeave;
  • 19.225 BTC: reserva da Riot Platforms (julho de 2025);
  • x3: crescimento das receitas de IA da Hive em 2025.

O bitcoin há muito tempo é alvo de críticas por seu consumo de energia. No entanto, novas iniciativas mostram que ele também pode ser um motor de inovação ecológica. A chegada das “techs verdes” — energias renováveis, automação, blockchain para transparência — vislumbra uma indústria de mineração mais sustentável. E se amanhã, minerar BTC se tornasse um ato responsável?

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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