Bitcoin ultrapassa 127 trilhões de dificuldade, um ajuste está previsto para 9 de agosto
O verão de 2025 reserva uma surpresa técnica: não é o preço do bitcoin que explode, mas sua dificuldade de mineração. No final de julho, a rede alcançou um recorde histórico de 127,6 trilhões, um pico técnico revelador da potência computacional agora mobilizada para proteger o protocolo. Esse pico antecede um ajuste previsto para 9 de agosto, que deve fazer a curva cair levemente. Mas por trás desses números esconde-se uma lógica econômica muito mais profunda. Em um ambiente onde escassez e rentabilidade se entrelaçam, o Bitcoin nos lembra que sua solidez não se mede apenas em dólares.
Em resumo
- A dificuldade de mineração da rede Bitcoin alcançou um recorde de 127,6 trilhões no final de julho.
- Um ajuste está previsto para 9 de agosto para reduzir essa dificuldade para cerca de 123,7 trilhões.
- O Bitcoin continua duas vezes mais raro que o ouro, com 94% da oferta já extraída.
- Os mineradores recebem até US$ 57.400 por exahash, apesar da queda de 3% no preço do BTC.
Recorde absoluto: Bitcoin sob pressão computacional
A dificuldade de minerar bitcoin atingiu um novo pico de 127,6 trilhões, segundo a CoinWarz. Este indicador mensura a complexidade para os mineradores resolverem um bloco. Em outras palavras, quanto maior o número, mais competitiva é a rede. Esse nível recorde reflete um aumento do hashrate global e a intensidade da mineração.
Em junho, a dificuldade havia temporariamente caído para 116,9 trilhões, mas a tendência se reverteu já na metade de julho.
O próximo ajuste programado para 9 de agosto deverá reduzir a dificuldade em 3%, para cerca de 123,7 trilhões. Essa correção é necessária devido ao tempo médio de bloco atualmente muito longo: 10 minutos e 20 segundos, enquanto o protocolo busca exatamente 10 minutos. Essa autorregulação garante que a rede não seja nem lenta demais, nem rápida demais.
O ciclo de ajuste, a cada duas semanas, protege o Bitcoin da produção excessiva, assegurando estabilidade em seu cronograma de emissão. O recorde atual não é casual: traduz um entusiasmo crescente dos mineradores, mas também uma pressão sobre a rentabilidade. Esse pico técnico é tanto um feito quanto um sinal de alerta.
Bitcoin, mais raro que ouro: o papel central do stock-to-flow
O Bitcoin tem um segredo: sua escassez matemática. Segundo o modelo stock-to-flow popularizado pelo analista PlanB, o BTC tem hoje uma proporção em torno de 120. Isso significa que o estoque atual é 120 vezes maior que a nova produção anual. Para comparação, o ouro está em torno de 60, e a prata ainda mais baixa. A diferença? O ouro pode ser extraído sem limite, enquanto o bitcoin é limitado a 21 milhões de unidades. Com 94% já extraídos, o espaço para criação está se reduzindo.
É aí que entra a dificuldade. Regulando a emissão, ela preserva a escassez, chave do valor. Essa configuração protege o Bitcoin de choques de oferta semelhantes aos que historicamente pesaram sobre os preços da prata. O sistema é pensado para limitar o impacto de novos entrantes no preço, ao contrário dos metais tradicionais.
É essa regulação que levou instituições a considerarem o bitcoin como um ativo refúgio, até mesmo uma versão digital do ouro. Mas, ao contrário do ouro, nenhum lobby industrial pode influenciar sua produção. É matematicamente trancado.
Pressão sobre os preços: o paradoxo entre rentabilidade e mercado
Apesar da dificuldade recorde, o preço do bitcoin caiu 3% no final de julho. Ele atingiu 112.680 dólares antes de subir para 113.375 dólares. Essa correção ocorre enquanto a rede está mais segura do que nunca. Difícil de acreditar? Nem tanto. O mercado reage aos fluxos econômicos, não apenas aos fundamentos técnicos.
Na Coreia do Sul, o Kimchi premium – a diferença entre o preço local e global – voltou, atingindo +0,84%, refletindo uma demanda regional aumentada. Enquanto isso, a renda dos mineradores saltou para US$ 57.400 por exahash/segundo/dia, seu maior nível desde o halving. Esse contraste revela uma disparidade: a rede é mais eficiente, mas o mercado permanece instável.
Os analistas destacam uma desacoplagem temporária entre os sinais de escassez (stock-to-flow) e o preço à vista.
O bitcoin continua ampliando a diferença entre sua estrutura econômica e seu desempenho em bolsa. Nessa dinâmica, os mineradores se adaptam, otimizam e… lucram. Aqui está o que você deve lembrar em números:
- 127,6 trilhões de dificuldade: recorde atingido em julho;
- 123,7 trilhões esperados após o ajuste de 9 de agosto;
- 94% dos BTC já minerados;
- US$ 57.400 de receita diária por EH/s;
- 0,84% de Kimchi premium no mercado sul-coreano.
Apesar de um hashrate próximo do pico histórico, os mineradores de bitcoin desfrutam de um retorno à rentabilidade estável. A rede permanece segura, eficiente e economicamente viável.
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La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose
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