Coinbase alvo de ataque sofisticado com ajuda estrangeira
A cibersegurança não é mais uma questão abstrata para os atores da cripto. Na Coinbase, um recente vazamento de dados pessoais desencadeia um risco tangível : o de agressões físicas. Michael Arrington, fundador do TechCrunch, afirma que essa brecha “”conduzirá a mortes””. Em um ecossistema onde o anonimato muitas vezes é sinônimo de segurança, este incidente desperta uma preocupação latente: que as falhas digitais transbordem para o mundo real.
Em resumo
- Um ataque cibernético massivo atingiu a Coinbase, comprometendo dados pessoais sensíveis de usuários.
- Michael Arrington, fundador do TechCrunch, afirma que essa violação “levará à morte de pessoas” devido aos riscos físicos associados às informações expostas.
- Vários casos recentes de sequestros direcionados a detentores de criptomoedas reforçam o alerta sobre a ameaça física real.
- O caso reacende o debate sobre as exigências de KYC impostas às plataformas e seu papel na exposição dos investidores ao perigo.
Dados sensíveis expostos e uma chantagem de 20 milhões de dólares
Em 16 de maio de 2025, a Coinbase anunciou ter sido vítima de um ataque coordenado que envolveu agentes de suporte ao cliente recrutados no exterior. Estes foram corrompidos por cibercriminosos para fornecer acesso não autorizado a dados sensíveis dos investidores.
Após essa invasão, eles exigiram 20 milhões de dólares em bitcoin. Além disso, ameaçaram divulgar as informações roubadas. Recusando ceder a essa chantagem, a Coinbase preferiu oferecer uma recompensa equivalente a quem ajudasse a encontrar os autores do ataque.
Michael Arrington, fundador do TechCrunch, alertou sobre a gravidade da situação na plataforma X (ex Twitter) em 20 de maio de 2025 :
Esse hack, que inclui endereços pessoais e saldos de contas, levará a mortes. Provavelmente já está acontecendo.
Ele denuncia um custo humano muito maior do que os 400 milhões de dólares estimados como impacto financeiro.
A Coinbase reconheceu que o ataque permitiu o acesso a um volume considerável de informações confidenciais. Eis o que os dados roubados incluem :
- Nomes completos e endereços postais ;
- Endereços de email e números de telefone ;
- Imagens de documentos oficiais de identidade ;
- Detalhes bancários parciais ou ocultos ;
- Histórico de transações e possivelmente saldos de conta.
Diante da gravidade dos fatos, uma investigação federal foi aberta pelo Departamento de Justiça (DOJ), após uma notificação proativa da Coinbase.
A empresa deixou claro que não é alvo da investigação, mas coopera ativamente com as autoridades. Em uma declaração, a exchange ressaltou : “levamos essas preocupações muito a sério e permanecemos em estreita coordenação com as forças da lei“.
Finalmente, a Coinbase comprometeu-se a reembolsar os investidores que tenham sido vítimas de golpes decorrentes desse vazamento. Contudo, para muitos, o dano já está feito. A proteção dos traders mais expostos pode se tornar o próximo grande desafio para a empresa.
Ataques reais em meio a sequestros
Se as declarações de Michael Arrington podem parecer alarmistas, elas ecoam em vários casos recentes de violência direcionada. Em janeiro, David Balland, cofundador da Ledger, foi sequestrado em sua casa na França, junto com sua companheira, por agressores que mutilaram sua mão para obter seus acessos.
Em março, a criadora de conteúdo Kaitlyn “Amouranth” Siragusa sofreu um ataque em sua casa por três homens armados, que tentaram extorquir seus bitcoins.
No início deste mês, o pai de um milionário francês em criptomoedas foi sequestrado e torturado, antes de ser resgatado pelas forças da lei; uma semana depois, uma tentativa similar mirava a família de outro ator do setor.
Esses fatos não estão relacionados ao vazamento da Coinbase, mas revelam um contexto explosivo que este último poderia agravar.
Nesse clima de crescente insegurança, Arrington denunciou um coquetel explosivo: “a combinação das leis KYC, da busca por lucro das empresas e de um quadro legal frouxo sobre sanções em caso de vazamento de dados assegura que esses dramas continuarão”, afirmou ele.
O ex-CTO da Coinbase, Balaji Srinivasan, respondeu que o verdadeiro problema “vem do Estado” que impõe às empresas a coleta de dados que elas não querem possuir. “Com as tecnologias ZK, não há mais necessidade de KYC”, acrescentou em uma mensagem na plataforma X em 20 de maio.
Essas divergências fundamentais revelam uma divisão profunda. De um lado, aqueles que pedem que os dirigentes que falham em proteger os dados dos investidores de cripto sejam penalizados. Do outro, os que questionam a própria legitimidade do KYC em um universo pensado para a soberania individual.
O equilíbrio entre regulamentação, adoção e proteção dos usuários está mais precário do que nunca. Enquanto alguns defendem uma transição para modelos mais privados (ZK, autocustódia), outros alertam sobre o risco de ver as plataformas se desobrigarem de suas responsabilidades jurídicas.
O incidente da Coinbase pode assim se tornar um caso clássico na história da regulação cripto. Em uma época em que os dados se tornam tão valiosos quanto o próprio capital, a forma como a indústria enfrentará esta crise poderá redefinir as relações entre investidores, plataformas e Estados.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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