Coinbase oferece 12.000 dólares em cripto para 160 jovens em situação de vulnerabilidade!
Na criptoesfera, todos se empenham para “democratizar”: plataformas, ONGs, start-ups rivalizam em abordagens para tornar o universo digital mais inclusivo. Alguns destacam a educação, outros a redistribuição, às vezes ambos. A Coinbase hoje propõe uma mistura inédita: transferir 12.000$ em cripto USDC para 160 jovens nova-iorquinos. Por trás desta iniciativa, uma estratégia que vai além do simples gesto social: uma busca por influência, legitimidade e experimentação econômica.
Em resumo
- Coinbase oferece 12.000$ em USDC para 160 jovens nova-iorquinos em situação de vulnerabilidade digital.
- O programa Future First mistura doação incondicional, educação financeira e uso do stablecoin USDC.
- Os beneficiários podem gastar, poupar ou converter suas criptos, com taxas impostas pela Coinbase.
- Coinbase mira uma licença bancária para redesenhar a fronteira entre cripto e a finança tradicional centralizada.
A aposta social da Coinbase: cripto + doação incondicional
Coinbase, em parceria com GiveDirectly, lança um programa chamado Future First. A ideia: oferecer 12.000$ em stablecoin USDC para 160 pessoas entre 18 e 30 anos, de baixa renda. A distribuição ocorre em duas etapas: 8.000$ de uma vez, depois 5 parcelas mensais de 800$.
A escolha do stablecoin (USDC) evita a volatilidade do bitcoin ou ethereum, mas introduz novos desafios. Os beneficiários podem sacar para uma conta bancária (com taxa de 1,75%), usar um cartão Coinbase ou deixar os fundos renderem um juro de ~4,1%.
Um crítico acadêmico, Hilary Allen, alerta que isso pode incentivar os beneficiários a se envolverem em especulações arriscadas.
Este dispositivo visa medir se a tecnologia cripto pode amplificar o impacto de uma renda universal clássica. Mas também tem uma dimensão pedagógica implícita: ensinar esses beneficiários a “viver em cripto”.
Vulnerabilidade, autonomia e trajetórias: quem ganha?
Focar a experiência em jovens em situação vulnerável expõe o projeto a uma forte carga moral e estratégica. Entre os beneficiários está Luis Acero, 25 anos. Ele já experimentou criptomoedas… e perdeu. Perdeu vários milhares de dólares apostando cegamente em ativos voláteis. Hoje, ele quer virar a página e abordar essa nova oportunidade com prudência.
Estudante em tempo parcial, ele vê neste benefício uma alavanca para retomar o controle: pagar dívidas, poupar, entender melhor a cripto e talvez construir um futuro mais estável.
O desafio: dar a eles uma liberdade real, não um “cheque condicionado”. De fato, sem obrigação sobre o uso dos fundos, esses jovens podem escolher moradia, estudos ou projeto empreendedor. A injeção de 8.000$ de uma vez (em vez de pagamentos regulares) reflete essa lógica de autonomia: oferecer um impulso inicial forte para começar um projeto.
Mas o obstáculo permanece: nem todos dominam os mecanismos cripto. Há taxas, escolhas, conversões. Alguns podem hesitar ou cometer erros. A Coinbase conscientemente avisa que não recomenda que pessoas físicas invistam em ativos arriscados.
A experiência questiona, portanto, a divisão digital: a tecnologia pode acabar com a vulnerabilidade sem aprofundar novas desigualdades?
Coinbase e a ambição bancária: quando o social flerta com o sistema
Tudo isso não é casual: a Coinbase explora uma transformação mais profunda de seu papel na finança. Ela hoje planeja obter uma licença bancária federal nos Estados Unidos. Esta carta permitiria gerir suas próprias reservas, lançar novos produtos, ao mesmo tempo em que se abre a usos bancários clássicos, sem se tornar oficialmente um banco.
Outros atores cripto seguem o exemplo: Circle, Ripple, Paxos ou BitGo também estão na disputa. A Coinbase, por sua vez, já trabalha com JPMorgan Chase e o Departamento de Justiça para a gestão de ativos digitais. Ela também hospeda os bitcoins detidos pelos ETFs da BlackRock ou Fidelity. A fronteira entre o Web3 e a finança tradicional se dissolve.
Alguns números-chave para lembrar:
- 160 jovens beneficiários selecionados em Nova York;
- 12.000$ distribuídos em stablecoin USDC por pessoa;
- Taxa de 1,75% para saques para conta bancária;
- Rendimento potencial de 4,1% no USDC em conta Coinbase;
- Objetivo bancário da Coinbase: ampliar seus serviços com uma licença OCC.
Falando em banco, a Coinbase recentemente se perguntou: e se os stablecoins matassem os bancos? Uma questão nada trivial quando se vê como essa plataforma tece conexões entre tecnologia, inclusão social e poder institucional. O desafio não é mais apenas enviar dinheiro: é redesenhar as regras do jogo.
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La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose
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