Computação quântica pode quebrar Bitcoin em breve
E se o bitcoin estivesse contra o relógio? Para Anatoly Yakovenko, cofundador da Solana, o advento da computação quântica não é mais uma hipótese distante. Haveria, segundo ele, 50 % de chances de que um avanço importante ocorresse dentro de cinco anos. Um prazo que poderia tornar obsoleta a criptografia atual do bitcoin e obrigar a primeira criptomoeda do mercado a rever urgentemente sua arquitetura de segurança.
Em resumo
- O cofundador da Solana, Anatoly Yakovenko, acredita que há 50 % de chance de um grande avanço em computação quântica até 2030.
- Ele chama a comunidade Bitcoin para migrar para uma criptografia pós-quântica para evitar uma falha crítica na segurança das carteiras.
- O algoritmo atual do Bitcoin (ECDSA) poderia se tornar vulnerável se um computador quântico suficientemente poderoso surgisse.
- Uma atualização de segurança envolveria um hard fork, uma opção muitas vezes rejeitada pela comunidade Bitcoin.
A urgência da adaptação criptográfica
No All-In Summit 2025, Anatoly Yakovenko, cofundador da Solana, lançou um alerta direto à comunidade Bitcoin, enquanto a SEC também aborda o tema da segurança quântica.
Estimando que o progresso em computação quântica é muito mais rápido do que se imagina, ele declarou: “Eu acho que há 50 % de chance nos próximos cinco anos para que haja um avanço quântico”.
Segundo ele, não é mais hora de especulação teórica, mas de preparação concreta. “Devemos migrar o bitcoin para um esquema de assinaturas resistente à criptografia quântica”, afirmou.
Tal declaração ecoa suas preocupações diante do efeito cumulativo de tecnologias convergentes como inteligência artificial, óptica avançada e novos paradigmas de computação.
Yakovenko revela a vulnerabilidade fundamental do protocolo Bitcoin diante de um avanço quântico, que poderia questionar os fundamentos de sua segurança. Atualmente, as carteiras Bitcoin baseiam-se no algoritmo ECDSA (Elliptic Curve Digital Signature Algorithm), cuja robustez depende da dificuldade de resolver o logaritmo discreto elíptico, um problema matemático irrealizável para computadores clássicos.
No entanto, eis o que poderia mudar se um computador quântico funcional surgisse :
- As chaves privadas poderiam ser derivadas a partir das chaves públicas, tornando milhões de fundos vulneráveis ;
- Os algoritmos atuais de hash e assinatura se tornariam obsoletos, comprometendo transações passadas e futuras ;
- Uma migração para uma criptografia pós-quântica exigiria um hard fork, uma operação tecnicamente pesada e politicamente delicada ;
- David Carvalho (Naoris Protocol) esclarece que um computador quântico poderia “rasgar a criptografia do bitcoin em menos de cinco anos”, se as tendências atuais se confirmarem.
Este alerta de Yakovenko sobre o bitcoin não é mera especulação. Insere-se em um contexto onde a aceleração tecnológica torna obsoletos os prazos antigos. Para ele, adiar a adaptação seria subestimar um risco existencial.
Um ceticismo persistente dentro da comunidade Bitcoin
Embora o alerta de Yakovenko tenha despertado certa atenção, não foi recebido com a mesma urgência por todo o ecossistema. Do lado dos bitcoiners históricos, o tom é muito mais moderado.
Questionado em junho passado, Adam Back, CEO da Blockstream e figura respeitada do movimento cypherpunk, declarou que os computadores quânticos atuais “não representam uma ameaça real para a criptografia do Bitcoin”, embora admita que uma ameaça futura seja provável. Em sua opinião, talvez sejam necessários 20 anos para alcançar um nível de perigo real. Essa temporalidade contrasta fortemente com a mencionada por Yakovenko.
Samson Mow, fundador da Jan3, também reconhece um risco real, mas considera que o cronograma provavelmente ainda está a uma década de se tornar crítico. Ele até relativizou o impacto potencial dessa ameaça : “Eu diria que tudo mais falhará antes que o bitcoin falhe”.
Qualquer alteração criptográfica importante no protocolo Bitcoin implicaria um hard fork, uma mudança nas regras que historicamente é difícil de obter consenso comunitário. Tal operação poderia ser tecnicamente complexa, pois a criptomoeda principal mudaria profundamente.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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