Cripto: Ex-chefe da Celsius enfrenta 20 anos de prisão e alega injustiça
Alex Mashinsky, o rosto há muito tempo glorificado — e depois odiado — da Celsius, retorna aos holofotes, mas desta vez, não é por suas declarações sobre liberdade financeira. É como acusado que o ex-CEO se apresenta, denunciando uma justiça americana dura demais para seu gosto. Enquanto o Departamento de Justiça pede uma pena de 20 anos, o homem de 59 anos clama por excesso: para ele, essa sanção equivaleria a uma “pena de morte na prisão”.
Em resumo
- Alex Mashinsky, ex-CEO da Celsius, pode pegar 20 anos de prisão por fraude e manipulação de mercado.
- Ele se defende denunciando uma justiça severa demais, enquanto o Ministério Público o vê como um golpista calculista.
- Por trás deste julgamento, todo o ideal da cripto vacila entre um sonho descentralizado e desvios humanos.
Uma pena simbólica, ou um castigo exemplar?
A queda é brutal. Mashinsky, que antes prometia liberdade via cripto, agora enfrenta reclusão. Ele declarou-se culpado em duas acusações — fraude em commodities e manipulação do preço da cripto CEL.
Essas manobras lhe renderam 48 milhões de dólares, embolsados pouco antes do retumbante colapso da Celsius em junho de 2022. Uma ação considerada cínica pelo Ministério Público, que vê nisso uma traição calculada.
Mas seus advogados moderam: seu cliente seria mais a encarnação de um empresário desajeitado do que de um criminoso experiente.
Segundo eles, Mashinsky é um “delinquente primário não violento”, com passaporte limpo e três décadas de negócios sem mácula. Compará-lo a um predador seria, a seus olhos, um exagero grotesco. Um excesso de zelo judicial.
E aí que a batalha narrativa se forma. O Departamento de Justiça pinta um homem frio, calculista, mentiroso, enquanto a defesa o descreve como um bode expiatório, preso numa tempestade econômica e institucional. Em quem acreditar? O CEO que se fez porta-voz da finança descentralizada ou o estrategista que tirou proveito de um sistema prestes a afundar?
Celsius, ou o naufrágio programado de um falso milagre financeiro
Para entender a magnitude do escândalo, é preciso voltar ao verão de 2022. Celsius suspende saques, menciona condições de mercado voláteis e acaba declarando falência.
Quatro bilhões e meio de dólares devidos a credores. Vidas destruídas, economias evaporadas, esperanças cripto reduzidas a pó. Mashinsky, nesse meio tempo, já havia garantido seus milhões.
Centenas de vítimas compartilharam seus testemunhos. Muitas haviam apostado todas as suas economias, algumas convencidas pelas falas tranquilizadoras de Mashinsky.
Ele prometia um sistema mais justo que o dos bancos, mas a Celsius se mostrou apenas um miragem: opaco, centralizado e profundamente vulnerável aos mesmos desvios das instituições que alegava superar.
Mesmo após o caos, uma luz persistiu. Em novembro de 2023, um tribunal aprovou um plano de reestruturação. Em agosto de 2024, mais de 2,5 bilhões de dólares foram devolvidos a 251.000 credores. Um curativo, certamente, mas não uma cura. O dano já estava feito.
Hoje, enquanto a hora da sentença se aproxima, a comunidade cripto observa. Para alguns, Mashinsky deve pagar o preço alto, tornando-se o exemplo que dissuadirá futuros golpistas. Para outros, sua condenação seria uma distração, um espetáculo para acalmar um público furioso.
O julgamento de Mashinsky vai além da pessoa dele. Reflete uma tensão maior no universo cripto: aquela entre a utopia descentralizada e a realidade humana, muitas vezes gananciosa, por vezes cínica. Na hora em que o setor busca sua legitimidade, este caso lembra que inovação nunca isenta responsabilidade.
Cripto não é impunidade. É — ou deveria ser — a exigência de transparência absoluta. Mashinsky joga sua última carta. E o mundo observa, mesmo que para Nassim Taleb, Bitcoin seja apenas uma tulipa tecnológica.
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Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.
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