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Cripto: Ethereum precisa ser resiliente e privado para sobreviver, segundo Buterin

Mon 26 May 2025 ▪ 6 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
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E se o futuro digital ainda precisasse de dinheiro em espécie? Enquanto a Suécia e a Noruega redescobrem a importância do dinheiro em espécie diante dos riscos sistêmicos, Vitalik Buterin revive o debate. Em uma posição divulgada no X, o cofundador do Ethereum pede o fortalecimento da resiliência e da confidencialidade do protocolo. O objetivo é transformar o Ethereum em uma alternativa crível ao dinheiro em espécie. Esta declaração marca uma virada estratégica na concepção dos usos da blockchain na era pós-dinheiro em espécie.

Ethereum é personificado como um guerreiro cibernético

Em resumo

  • Vitalik Buterin alerta sobre os limites do tudo-digital através do exemplo dos países nórdicos, que retornaram ao uso do dinheiro em espécie.
  • Suécia e Noruega, embora pioneiras em pagamentos digitais, reintroduzem medidas favoráveis ao dinheiro em espécie.
  • Buterin pede o fortalecimento da resiliência do Ethereum para que ele possa operar mesmo em caso de ataque cibernético ou falha massiva.
  • Ele também enfatiza a confidencialidade, que considera indispensável para fazer do Ethereum um substituto crível ao dinheiro em espécie.

O dinheiro digital como resposta à fragilidade dos sistemas centralizados

A Noruega adotou uma medida que obriga os comerciantes a aceitarem pagamentos em dinheiro, apesar de sua posição de líder mundial no uso de soluções de pagamento digital. Em uma publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter) em 25 de maio de 2025, Vitalik Buterin baseou-se nessa realidade para defender um Ethereum mais resiliente e confidencial, capaz de atuar como substituto do dinheiro em espécie.

Ele escreveu:

Países como Suécia e Noruega mostram que até mesmo as sociedades mais avançadas podem retroceder na desmaterialização.

Considerados por muito tempo como os modelos máximos da sociedade sem dinheiro em espécie, esses países hoje reavaliam sua dependência dos sistemas centralizados, especialmente após observarem sua vulnerabilidade a ataques cibernéticos ou falhas de infraestrutura.

Assim, a Suécia, que pretendia abandonar totalmente o dinheiro em espécie até o final deste ano, agora incentiva seus cidadãos a reutilizarem as cédulas e moedas numa lógica de defesa civil. Na Noruega, até penalidades são previstas para comerciantes que recusarem pagamentos em dinheiro.

Para Buterin, esses sinais sutis não podem ser ignorados. Eles constituem um aviso direto para o ecossistema cripto. Mesmo as estruturas digitais mais avançadas permanecem vulneráveis sem soluções de contingência autônomas.

É neste contexto que ele apela para evoluir o Ethereum para um sistema capaz de assumir o papel de “dinheiro digital”. Segundo ele, isso implica dois requisitos principais:

  • Resiliência: o Ethereum deve funcionar mesmo em condições extremas (quedas de rede, falhas de infraestrutura, ataques cibernéticos), sem depender de um agente centralizado;
  • Neutralidade e portabilidade: como o dinheiro em espécie, o Ethereum deve poder ser usado universalmente, sem barreiras de acesso ou censura;
  • O papel de “rede de segurança”: assim como o dinheiro físico nas economias tradicionais, o Ethereum deve se tornar uma alternativa confiável quando outros sistemas falharem.

Esse apelo ocorre num momento crítico em que as ambições das blockchains esbarram na realidade geopolítica e nos limites das tecnologias atuais.

A mensagem de Buterin é clara: para ser um verdadeiro ativo de soberania digital, o Ethereum deve, antes de tudo, provar que pode sobreviver sem o suporte das estruturas centralizadas que busca substituir.

A confidencialidade e a robustez: o desafio que espera o Ethereum

Na sequência de sua intervenção, Buterin também enfatiza outro ponto fundamental: a necessidade de reforçar a confidencialidade dentro do Ethereum. “Para que o Ethereum possa competir com o dinheiro em espécie, ele também deve se tornar privado”, escreve sem rodeios.

O anonimato oferecido pelo dinheiro em espécie não pode ser ignorado se a blockchain aspira a ser um verdadeiro substituto monetário. Ainda hoje, a transparência padrão das transações do Ethereum representa uma fraqueza estrutural para alguns usos sensíveis, que o dinheiro em espécie protege naturalmente.

A questão é dupla: preservar as liberdades individuais enquanto se respeitam os marcos regulatórios, uma equação que está longe de ser simples.

Tecnologicamente, o Ethereum ainda não está à altura desse objetivo. As transações são totalmente rastreáveis na cadeia principal. No entanto, as soluções de confidencialidade, seja por meio de “provas sem divulgação” ou integradas a layers 2, ainda estão em desenvolvimento ou são objeto de controvérsias.

Além disso, alguns projetos como o Tornado Cash foram fortemente sancionados, o que freou a inovação nesse campo. Finalmente, a resiliência da rede ainda depende em grande parte de infraestruturas externas, tornando ilusória qualquer pretensão de autonomia equivalente à do dinheiro em espécie em algumas situações extremas.

Essa posição de Buterin, embora lúcida, levanta questionamentos em vários níveis. Se o Ethereum deseja encarnar um “dinheiro digital”, terá que passar por uma profunda mutação, tanto técnica quanto filosófica. Não se tratará mais de acelerar as transações ou reduzir os custos, mas de garantir um nível de autonomia, confidencialidade e robustez que somente sistemas físicos ainda oferecem hoje. Essa transformação já está em andamento, como testemunha a recente queda nas taxas de transação, que tanto provoca desafios quanto gera esperanças para o futuro das finanças descentralizadas.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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