Frontier: O stablecoin de Wyoming chega ao Ethereum e Solana
O stablecoin Frontier foi lançado em sete blockchains via a tecnologia LayerZero. Apoiado pelo Estado de Wyoming, ele visa usar as receitas de suas reservas para a educação, com possível redistribuição futura aos detentores.
Em resumo
- Wyoming lançou o Frontier (FRNT), o primeiro stablecoin apoiado por um estado americano, lançado no Ethereum, Solana, Avalanche e mais quatro redes.
- Os juros gerados pelas reservas (títulos do Tesouro e liquidez) financiarão diretamente o Fundo Escolar do Estado e poderão, no futuro, ser compartilhados com os detentores.
Um lançamento inédito na paisagem dos stablecoins
O Wyoming acaba de lançar Frontier (FRNT), o primeiro stablecoin emitido e apoiado por um estado americano. Ele foi desenvolvido em parceria com a LayerZero.
Este token foi lançado simultaneamente em sete blockchains, incluindo Ethereum, Solana, Avalanche, bem como Polygon, Arbitrum, Optimism e Base.
Essa abordagem multiredes é baseada na norma Omnichain Fungible Token (OFT) da LayerZero, já usada pelo PayPal para seu stablecoin PYUSD. Em teoria, ela permite compatibilidade com mais de 110 blockchains. Assim, isso reforça a acessibilidade e a fluidez da circulação do FRNT.
Em um setor amplamente dominado pelo Tether (USDT) e Circle (USDC), a chegada de um token estadual representa uma ruptura importante. Wyoming afirma sua ambição de fazer do FRNT um ativo protegido pela Constituição. Ele é, portanto, apresentado como um bem público, em vez de um simples produto financeiro.
Em um tweet, a Wyoming Stable Token Commission escreve:
O FRNT foi concebido para fornecer transações digitais seguras, transparentes e eficientes para indivíduos, empresas e instituições em todo o mundo. Esta iniciativa revolucionária coloca Wyoming na vanguarda das finanças digitais e da inovação em blockchain.
Um stablecoin a serviço do público
A maioria dos stablecoins tradicionais beneficia sobretudo empresas privadas. O FRNT, por sua vez, se destaca por seu modelo de redistribuição. Ele obtém seu apoio de títulos do Tesouro americano e liquidez. Assim, ele fará pagamentos dos juros gerados diretamente ao Fundo da Fundação Escolar do Wyoming, de forma trimestral.
No longo prazo, o FRNT também poderá compartilhar parte dessas receitas com os detentores do token, embora essa funcionalidade ainda não esteja ativada.
O senador Chris Rothfuss destacou que essa inovação insere-se numa lógica de soberania financeira. Wyoming busca se diferenciar do modelo clássico dos stablecoins privados.
Um projeto que divide o cenário político
Embora o FRNT tenha sido apresentado como um avanço simbólico e constitucional, ele não é unânime. O representante republicano Tom Emmer criticou fortemente o projeto. De fato, ele acredita que se trata mais de uma CBDC disfarçada, contrária ao espírito de liberdade monetária que defende.
Diante dessas críticas, Anthony Apollo, diretor executivo da Wyoming Stable Token Commission, respondeu prontamente. Ele respondeu esclarecendo que o FRNT não é uma moeda digital de banco central. Ao contrário de uma CBDC, o Estado não pode usar esse token para restringir ou monitorar transações, nem impor usos arbitrários.
Ele cita um exemplo marcante: onde uma empresa privada poderia proibir a compra de armas de fogo com seu stablecoin, Wyoming, obrigado pela Segunda Emenda, não teria esse poder. Uma posição que visa tranquilizar os defensores da liberdade individual.
O lançamento do FRNT ocorre num contexto em que os reguladores americanos permanecem desconfiados em relação aos stablecoins desde o colapso da TerraUSD em 2022. Ainda assim, Wyoming conseguiu aprovar um token público e multichain, num momento em que muitos ainda temiam uma proibição pura e simples do setor.
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Enseignante et ingénieure IT, Lydie découvre le Bitcoin en 2022 et plonge dans l’univers des cryptomonnaies. Elle vulgarise des sujets complexes, décrypte les enjeux du Web3 et défend une vision d’un futur numérique ouvert, inclusif et décentralisé.
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