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GAIN Act : O Senado americano aprova uma lei que pode transformar a indústria dos chips de IA

9h47 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
Inteligencia artificial
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Os Estados Unidos parecem decididos a dominar tudo: não apenas os mercados, mas os barris dos processadores, a corrida pela IA e a infraestrutura digital global. O GAIN Act impõe que os fabricantes de chips de IA atendam primeiro os clientes americanos antes de qualquer exportação. Seria essa uma manobra de segurança ou uma ambição imperial? Tudo deve ser apreendido e controlado desde já? Este texto pode redesenhar o equilíbrio tecnológico mundial, a que custo para o resto do mundo e para a mineração de cripto?

Um senador dos EUA levanta a mão em direção a um chip de IA luminoso, banhado por uma intensa luz laranja no Senado.

Em resumo

  • O GAIN Act reserva os chips de IA para empresas dos EUA antes de qualquer exportação estrangeira.
  • O Senado valida esta lei estratégica por 77 votos a favor e 20 contra, apesar das resistências industriais.
  • Nvidia e outros denunciam um fechamento do mercado em detrimento da inovação global.
  • Os mineradores de cripto ficam presos, enfrentando aumento de custos e atrasos logísticos.

GAIN Act: um Patriot Act tecnológico

O GAIN Act, inserido no NDAA 2026, institui uma regra forte: antes de exportar chips de inteligência artificial ou HPC, os fabricantes devem satisfazer as encomendas do mercado americano. O Congresso reserva-se o direito de proibir licenças de exportação para os circuitos mais avançados. Esta lógica de prioridade nacional evoca a trajetória do Patriot Act: controle reforçado, limitação dos usos no exterior.

O Senado aprovou o texto com 77 votos a favor, 20 contra. Segundo Americans for Responsible Innovation: “No Senado, colocar os Estados Unidos em prioridade é considerado uma insígnia de honra“.

Seu presidente Brad Carson afirma:

Enquanto trabalhamos para manter a liderança dos Estados Unidos no desenvolvimento da IA, precisamos que os fabricantes de chips avançados de IA vendam primeiro para empresas americanas antes de atender países considerados preocupantes. O GAIN AI Act constitui uma vitória importante para a competitividade econômica e a segurança nacional dos Estados Unidos. 

Esta aliança entre soberania tecnológica e militarização do controle de exportação marca um salto: a IA torna-se uma fronteira regulamentada, não um recurso aberto ao comércio global.

IA & EUA: “America First” ou isolamento tecnológico?

Adotar um “America First” versão IA equivale a compartimentalizar as inovações: somente os atores americanos são prioritariamente beneficiados. O GAIN Act força a venda dos chips primeiro para clientes americanos, mesmo que parceiros estrangeiros necessitem deles. Essa abordagem está inserida numa política mais ampla. 

A Casa Branca, por meio de um de seus conselheiros, David Sacks, tentou eliminar essa parte do texto, argumentando que isso frearia a expansão das exportações tecnológicas.

Na carta dirigida ao Senado, ARI e American Compass lembram que a IA tem uma dimensão dupla entre tecnologia civil e segurança nacional: priorizar o mercado interno evitaria que concorrentes ultrapassem os Estados Unidos. 

O perigo? Que as startups de IA não americanas sejam desqualificadas do jogo internacional. Ao querer trancar a cadeia doméstica da IA, os EUA poderiam isolar seu mercado. O ecossistema mundial da IA correria o risco de fragmentar-se. O desafio: conciliar soberania e abertura — sem sufocar a inovação.

Mineração de cripto na armadilha: sinais a observar

O GAIN Act não menciona explicitamente a mineração de cripto. No entanto, ele afeta um uso chave das GPUs e chips de alta performance que os mineradores usam para garantir as blockchains. A CleanSpark já foi obrigada a pagar 185 milhões de USD por hardware importado contestado; a IREN enfrenta uma reclamação de 100 milhões de USD.

Esses números ilustram a fragilidade do dispositivo. Essas disputas mostram que o quadro comercial do hardware de cripto já está sob tensão.

Aqui estão 5 sinais a observar:

  • 9 de outubro de 2025: adoção do GAIN Act no Senado (77 a favor / 20 contra);
  • Fabricantes como a Nvidia são obrigados a reservar chips para clientes dos EUA antes da exportação;
  • CleanSpark: 185 milhões de dólares reclamados pela alfândega;
  • IREN: 100 milhões de dólares em dívidas potenciais;
  • Possível migração das operações para jurisdições mais livres. 

Esses elementos mostram um risco de congestão de hardware para a mineração. Menos chips disponíveis = aumento dos custos = queda da rentabilidade. 

Além disso, uma queda na taxa de hash dos EUA poderia fragilizar a posição dos Estados Unidos na infraestrutura mundial da criptoesfera. O texto ameaça não apenas os gigantes da IA, mas também os atores da web descentralizada.

Quando Donald Trump revelou sua estratégia para a IA, ele não poupou palavras: quer que os Estados Unidos dominem a tecnologia, sem concessões. O GAIN Act insere-se nessa trajetória, armando uma estrutura suposta para proteger a IA americana. Mas, nessa busca de controle, são também os mineradores de cripto, as startups de IA e a inovação global que correm risco de pagar a conta.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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