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GENIUS Act: Elizabeth Warren denuncia uma lei sobre stablecoins muito favorável aos interesses privados

13h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Mikaia A.
Regulação de Cripto
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Trump de volta, a cena política americana tem ares de remake monárquico. Para alguns, é euforia. Para outros, um desconforto palpável. Há vários meses, Elizabeth Warren, figura de ponta dos democratas, repete incessantemente o mesmo alerta: laços obscuros unem Trump, seus próximos e o universo cripto. E com a promulgação do GENIUS Act, o fogo reacende. A tensão é alta, os desafios colossais. Pois por trás dessa lei, Warren vê uma perigosa transferência de poder entre instituições públicas e interesses privados.

Elizabeth Warren acusa Trump de ter o Capitólio rachado, tempestade laranja, notas voando, tensão política e crise econômica iminente.

Em resumo

  • O GENIUS Act impõe uma regulação leve aos gigantes americanos do mercado de stablecoins.
  • Elizabeth Warren denuncia conflitos de interesse ligados a Trump e à World Liberty Financial USD.
  • A ausência de proteções concretas preocupa diante dos riscos de manipulação ou colapso sistêmico.
  • Outras criptos como PYUSD também mostraram a fragilidade técnica do setor de stablecoins.

Stablecoins e a lei GENIUS: um terreno escorregadio com aroma trumpista

A lei GENIUS, assinada em julho de 2025 por Donald Trump, impõe aos emissores de stablecoins uma lastreabilidade integral em dólares ou ativos equivalentes. Exige auditorias para os gigantes do setor (mais de 50 bilhões de dólares em capitalização). Mas o que Warren denuncia é a fachada.

Em uma carta endereçada ao Tesouro, ela fala de um quadro regulatório “mais leve para os bancos cripto“.

Ela mira diretamente um stablecoin em particular: USD1, emitido pela World Liberty Financial, uma empresa associada à família Trump. Esse token, segundo Warren, representa um claro conflito de interesse.

Jeff Merkley e ela pediram inclusive documentos detalhados sobre uma transação de 2 bilhões de dólares em USD1 entre uma empresa emiradense e a Binance.

Um exemplo entre outros? Talvez. Mas aos olhos da senadora, o GENIUS Act pode ser uma senha para que os poderosos reescrevam as regras do jogo financeiro… a seu favor.

Cripto e riscos sistêmicos: um cavalo de Troia financeiro a céu aberto

O que essa lei também revela é a ambiguidade dos stablecoins: entre regulação e liberdades mal controladas. O caso da Paxos é marcante. Em outubro, 300 trilhões de dólares em PYUSD (o stablecoin do PayPal) foram criados por erro. Tudo foi queimado depois, mas o incidente abalou o planeta cripto.

Warren transformou isso em um símbolo. Ela declara: 

Este incidente demonstra os graves riscos que as falhas operacionais podem representar para um emissor, a integridade dos mercados e potencialmente a estabilidade financeira. O Tesouro deve ao público uma explicação sobre como pretende gerir esses riscos e, se não puder, sobre os poderes que precisa obter do Congresso para isso. 

A senadora acrescenta que o GENIUS Act falhou em estabelecer as proteções fundamentais para evitar que os stablecoins explodam nosso sistema financeiro. Ela também critica a ausência de emendas de bom senso para garantir aos usuários as mesmas proteções oferecidas por um aplicativo como Venmo ou uma conta bancária tradicional, mantendo a autoridade do Bureau de Proteção Financeira do Consumidor sobre a aplicação da lei.

Nesse caso, a cripto não é a inimiga, mas o revelador. A prova de que uma regulação frágil pode precipitar crises… a partir de um simples bug.

Poder, dinheiro e moedas privadas: rumo a uma crise democrática?

O verdadeiro cerne do debate, para Warren, é ética. E democracia.

Quem cria o dinheiro? Quem o controla? Sob a fachada tecnológica, são perguntas fundamentalmente políticas.

No entanto, a lei GENIUS permanece silenciosa sobre pontos-chave:

  • Nenhuma proibição para os gigantes digitais emitirem sua própria moeda;
  • Nenhuma extensão das proteções do CFPB aos usuários de stablecoins;
  • Nenhuma clarificação sobre o uso do Fundo de Estabilização para salvar emissores em crise;
  • Nenhuma rejeição oficial de um acordo com El Salvador que poderia favorecer a Tether.

E principalmente, um clima deletério onde as regras parecem escritas por aqueles que se beneficiam delas.

Para Elizabeth Warren, os stablecoins tornam-se pouco a pouco a arma digital favorita de cartéis, regimes autoritários e redes ilícitas. Ela exige que o Tesouro americano aja imediatamente. O momento não é mais para constatar, mas para agir, com medidas concretas para fechar as falhas de uma regulação ainda muito permissiva.

Stablecoins: números-chave para entender o debate

  • O mercado de stablecoins vale agora mais de 150 bilhões de dólares;
  • A transação Emirates/Binance envolveu 2 bilhões em USD1;
  • O incidente Paxos: 300 trilhões de PYUSD criados por erro;
  • As auditorias atingem apenas emissores com mais de 50 bilhões de dólares;
  • O CFPB continua fora do jogo para usuários de stablecoins.

Na verdade, a desconfiança entre Warren e o universo cripto não é de hoje. Muito antes da votação do GENIUS Act, o responsável jurídico da Ripple já acusava a senadora de bloquear os avanços do setor. Mais uma prova de que por trás da questão dos stablecoins se esconde um debate bem mais profundo: o do poder monetário em um mundo em transformação.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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