Google revoluciona modelagem molecular com Willow

O Google afirma ter alcançado um marco importante em computação quântica. Seu processador Willow teria executado uma tarefa de modelagem molecular 13.000 vezes mais rápido do que um supercomputador. O anúncio, apoiado por resultados verificáveis, reaviva o debate sobre a segurança dos sistemas criptográficos. Enquanto o bitcoin e outros protocolos dependem de algoritmos vulneráveis ao quântico, esse avanço técnico transforma uma ameaça teórica em um desafio concreto para todo o ecossistema blockchain.

Google alcança marco com o Willow, seu processador quântico

O Google anunciou ter atingido um marco histórico na corrida pela computação quântica, enquanto essa ameaça se aproxima lentamente do bitcoin. Seu processador Willow permitiu mapear as características de uma molécula 13.000 vezes mais rápido do que um supercomputador de última geração.

Um desempenho que marca, segundo o gigante tecnológico, a primeira “vantagem quântica verificável”. A experiência, conduzida com a técnica dos “ecos quânticos”, consistiu em focar um qubit com um sinal preciso, depois medir o sinal de retorno gerado, permitindo uma imagem ultra-detalhada.

“Demonstramos que esse tipo de experiência pode ser reproduzida em qualquer sistema com especificações técnicas equivalentes”, especificou a equipe de pesquisa do Google, destacando a robustez científica da abordagem.

Esse avanço vai além de uma performance pontual, marcando uma etapa crucial na credibilidade dos sistemas quânticos frente às arquiteturas clássicas. Baseia-se em resultados publicados e validados em revistas científicas renomadas, como a “Nature”, o que reforça seu alcance na comunidade científica. Para entender melhor as implicações técnicas dessa demonstração, aqui estão os pontos-chave a serem lembrados :

• 13.000 vezes mais rápido : é o fator de velocidade medido em comparação com os melhores supercomputadores atuais ;

• Ecos quânticos : o método usado explora as propriedades dos qubits para captar sinais de retorno, como um sonar quântico ;

• Uma experiência verificável : os resultados podem ser reproduzidos em outras máquinas equivalentes, o que legitima a demonstração ;

• Willow : é o nome do processador desenvolvido pelo Google para essa experiência, projetado especificamente para simulações quânticas de alta precisão ;

• Imagem molecular : embora o uso principal seja científico, as implicações são transversais, até mesmo para áreas sensíveis como a criptografia.

A equação quântica : ameaça ou catalisador para o ecossistema cripto?

O anúncio do Google vai além da pesquisa molecular. Muito rapidamente, especialistas em cibersegurança e blockchain reagiram a essa demonstração de poder.

David Carvalho, fundador do protocolo de cibersegurança descentralizado Naoris, destaca que esse avanço representa “a maior ameaça ao bitcoin desde sua criação”.

De fato, os algoritmos criptográficos atuais, notadamente o ECDSA, utilizado para gerar os pares de chaves públicas/privadas do bitcoin, podem se tornar obsoletos se uma máquina quântica suficientemente poderosa emergir. Se a experiência do Google ainda não ameaça esses sistemas, ela ilustra a aproximação concreta entre teoria e realidade, tornando o assunto cada vez menos abstrato.

Por enquanto, as capacidades dos computadores quânticos permanecem limitadas. O videomaker especializado Mental Outlaw indica que as máquinas atuais podem no máximo quebrar chaves de 22 bits, muito longe dos 2048 ou 4096 bits dos padrões modernos.

No entanto, os sinais de alerta se multiplicam. Em setembro, a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA recebeu um projeto de roteiro para a adoção de normas de criptografia pós-quântica até 2035. Essa iniciativa visa antecipar a chegada de computadores quânticos capazes de ameaçar infraestruturas digitais críticas, incluindo as blockchains públicas.