JPMorgan vê grande potencial para Ethereum

Enquanto o bitcoin capta a atenção da mídia com seus ETFs, o Ethereum avança mais discretamente, mas apresenta um desempenho superior. Segundo o JPMorgan, esse progresso não é fruto do acaso : influxo recorde nos ETFs, apetite crescente das empresas, sinais regulatórios favoráveis… Tantos alavancadores concretos que reposicionam o Ethereum não mais como um seguidor, mas como um ator central na dinâmica institucional cripto.

Os motores imediatos do desempenho superior

Enquanto os capitais fogem do bitcoin para o Ethereum, os analistas do JPMorgan liderados por Nikolaos Panigirtzoglou explicam, em uma nota divulgada na quarta-feira, que o desempenho superior recente da segunda maior cripto do mercado é resultado de um alinhamento de fatores conjunturais.

“Ethereum superou o bitcoin nas últimas semanas, sustentado pelos fluxos nos ETFs, adoção pelas empresas, esclarecimentos regulatórios e melhorias estruturais nos ETFs”, escreve o banco.

Aqui estão os quatro fatores-chave identificados pelo JPMorgan :

• A antecipação de uma aprovação do staking para os ETFs Ethereum à vista : o mercado espera que a SEC autorize em breve o staking nesses produtos. Isso permitiria aos investidores obter rendimentos passivos sem precisar deter os 32 ETH exigidos para validar diretamente na rede.

• Uma adoção crescente pelas tesourarias de empresas : cerca de dez empresas listadas possuem ETH em seus balanços, representando 2,3 % da oferta em circulação. Algumas empresas podem operar validadores; outras privilegiarão staking líquido ou estratégias DeFi.

• O esclarecimento regulatório sobre os tokens de staking líquido : declarações internas da SEC indicam que esses tokens não serão considerados títulos, o que remove parte das preocupações dos atores institucionais, embora essa posição ainda não tenha valor legal.

• Entradas líquidas sustentadas nos ETFs Ethereum : em julho, os ETFs Ethereum registraram 5,4 bilhões de dólares em entradas, igualando o bitcoin. Enquanto os ETFs Bitcoin apresentam saídas líquidas em agosto, os de Ethereum continuam atraindo capitais.

Em resumo, esses elementos combinados criaram um terreno favorável a uma dinâmica de alta do ETH em relação ao BTC. Se alguns fatores são especulação sobre evoluções futuras (como a aprovação do staking), outros, como os fluxos nos ETFs ou a adoção institucional, já são observáveis nos dados de mercado.

Uma arquitetura técnica e financeira em mutação

Outro fator, mais estrutural desta vez, reforça o apelo do Ethereum: a possibilidade para os ETFs à vista de procederem a reembolsos em ativos, ou seja, recompras feitas diretamente em criptomoedas ao invés de dólares.

A SEC validou esse mecanismo, que permite às instituições reduzir custos de conversão, aumentar a liquidez dos ETFs e limitar vendas massivas em saídas importantes. Segundo o JPMorgan, essa evolução “traz mais eficiência e transparência” ao funcionamento dos produtos financeiros baseados no Ethereum, assim como no bitcoin. Contudo, o impacto seria particularmente favorável ao Ethereum, devido à estrutura mais ágil do seu ecossistema.

Além dessas melhorias técnicas, o Ethereum ainda apresenta uma margem significativa de progresso na adoção institucional. O JPMorgan destaca que as posições de ETH nos balanços das empresas ainda são muito inferiores às do BTC, o que abre espaço para crescimento se a tendência atual se confirmar.

O apelo do Ethereum não se baseia mais apenas na sua função como plataforma para contratos inteligentes, mas também na sua capacidade de oferecer rendimento passivo via staking. Além disso, o ambiente regulatório americano joga a seu favor: após a adoção em julho da GENIUS Act que regula stablecoins, o mercado antecipa outra lei importante sobre a estrutura do mercado cripto já em setembro.

Esse novo impulso dá ao Ethereum perspectivas claras de consolidação de sua posição. Se os sinais regulatórios se traduzirem em decisões concretas e a adoção empresarial seguir a dinâmica atual como demonstram as aquisições da BitMine, o ETH poderá firmar-se duradouramente como um ativo de rendimento integrado, atraente para investidores institucionais.