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Mt. Gox: 8,7 bilhões em Bitcoin visados por uma tentativa de phishing

13h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Evans S.
Informar-se bitcoin (BTC)

O passado nunca morre na blockchain. Mais de dez anos após o escândalo Mt. Gox, um endereço bitcoin contendo o equivalente a 8,7 bilhões de dólares reaparece… alvo de uma tentativa de phishing tão discreta quanto ambiciosa. Na encruzilhada entre cibercrime e memória digital, este novo episódio levanta uma questão perturbadora: os tesouros esquecidos do bitcoin estão condenados a se tornar presas eternas dos vigaristas modernos?

Os piratas atingiram 8,7 bilhões em Bitcoin enviados para Mt.

Em resumo

  • Um endereço contendo 8,7 bilhões de dólares em bitcoins roubados do Mt. Gox foi alvo de uma tentativa de phishing via blockchain.
  • Os hackers usaram uma transação OP_RETURN para enganar o proprietário com um site falso.
  • Este ataque destaca os riscos persistentes em torno dos fundos roubados e o novo uso malicioso das funções avançadas do Bitcoin.

Um endereço BTC fantasma na mira

Os fantasmas do passado ainda assombram o mundo das criptomoedas. Um endereço bitcoin, vestígio do tristemente famoso colapso da Mt. Gox, reaparece na atualidade, não por uma transação histórica, mas devido a uma tentativa de golpe das mais audaciosas.

Este endereço, 1FeexV6bAHb8ybZjqQMjJrcCrHGW9sb6uF, contém 79.956 BTC, cerca de 8,7 bilhões de dólares, provenientes dos 850.000 bitcoins roubados em 2011. E hoje, ele é o alvo de uma tentativa de phishing de sofisticação desconcertante.

Foi através de uma transação contendo um campo OP_RETURN que os hackers injetaram na blockchain uma mensagem intrigante: um link para um site supostamente afiliado ao extinto banco de investimentos Salomon Brothers.

A mensagem alega que a carteira está “perdida ou abandonada” e chama o proprietário para se identificar. Uma estratégia sutil, parecendo uma busca de boa fé, mas que esconde uma tentativa manifesta de roubo de identidade.

Este artifício, embora grosseiro aos olhos dos experientes, mostra uma nova dimensão do cibercrime: engenharia social ancorada na própria blockchain. Um ataque entre a nostalgia digital e a fraude 3.0.

Bitcoin, memória eterna e terreno fértil para vigaristas

O que chama atenção aqui é o uso do protocolo Bitcoin não para trocas financeiras, mas como um canal de comunicação opaco. Graças ao OP_RETURN, é possível registrar dados diretamente na blockchain.

Se esta funcionalidade antes era limitada a 80 bytes, as coisas estão prestes a mudar. A versão 30 do Bitcoin Core, prevista para outubro de 2025, permitirá uma capacidade muito maior: até 4 MB de dados por saída OP_RETURN.

Em outras palavras, amanhã, os fraudadores não precisarão mais de mensagens curtas e crípticas. Eles poderão integrar scripts inteiros, arquivos maliciosos ou histórias completas na própria blockchain, imutáveis, indeléveis e para sempre públicas. Esta virada levanta uma questão perturbadora: até onde se pode desviar o código Bitcoin sem comprometer sua filosofia?

A descentralização oferece resistência à censura, certamente, mas também um caminho livre para operações opacas. E enquanto bilhões dormem em carteiras esquecidas, os abutres continuarão a sobrevoar.

Mt. Gox: o eterno fardo do bitcoin

Por trás desta recente tentativa, esconde-se uma ferida aberta nunca cicatrizada: a queda da Mt. Gox, uma das maiores falências na história dos criptoativos. Dos 850.000 BTC desaparecidos, apenas 140.000 foram recuperados, e um plano de reabilitação aprovado em 2021 prevê indenizar os credores em 90%… algum dia.

Mas os 710.000 bitcoins restantes? A maioria está silenciosa, congelada no mármore do tempo digital. Contudo, sua simples existência é suficiente para atiçar a cobiça. Cada endereço inativo torna-se um alvo potencial. Um cofre que os vigaristas ainda esperam que se abra, por meio de artifícios, rumores ou brechas legais.

Ironia do destino, esses bitcoins se tornaram monumentos funerários. Testemunhas de um passado turbulento, mas também de uma juventude do bitcoin marcada pelo caos, sonhos frustrados e falta de guardiões.

Este novo episódio em torno da Mt. Gox não é apenas mais uma anedota. Ele revela a ambivalência do Bitcoin: uma ferramenta de liberdade radical, mas também um ímã para fraudadores. O endereço visado não se move há mais de uma década, mas continua a fazer tremer as linhas.

Enquanto esses fundos permanecerem imóveis, continuarão alimentando fantasias e golpes. O bitcoin, por sua vez, permanece fiel à sua natureza: uma tecnologia neutra, capaz do melhor e do pior, e cuja história, definitivamente, está apenas começando. Prova disso é a BlackRock, que agora supera os 700.000 BTC detidos via seu ETF.

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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