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Não, a OpenAI não estará à venda... e isso muda tudo para a IA

10h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
Informar-se Inteligencia artificial

OpenAI realmente está recuando, ou está jogando a carta da transparência absoluta? A mudança estrutural anunciada no início de maio suscita questionamentos. As acusações de ganância feitas por Elon Musk contra Sam Altman encontram aqui algum eco, ou um contraditório implacável? Longe dos slogans, essa transformação da OpenAI merece ser examinada. Não no modismo midiático, mas na mecânica de sua governança. Por trás do código, há convicções?

Ilustração de Sam Altman atravessando uma ponte de dados digitais enquanto os investidores observam.

Em resumo

  • OpenAI abandona seu modelo for-profit em favor de uma Public Benefit Corporation controlada pela organização sem fins lucrativos.
  • Sam Altman afirma querer democratizar a IA ao mesmo tempo que capta grandes capitais para seu desenvolvimento.
  • Elon Musk acusa OpenAI de traição, exigindo no passado o controle total ou uma fusão com a Tesla.

O grande retorno às origens: OpenAI escolhe a PBC

OpenAI, agora avaliada em 300 bilhões de dólares, decidiu não se tornar uma empresa totalmente capitalista. Fora o modelo puramente for-profit. Dá lugar a uma PBCPublic Benefit Corporation — controlada pela associação-mãe. Essa mudança não é apenas cosmética. Ela põe fim a uma época de ambiguidade em que a empresa oscilava entre ambição filantrópica e pressão capitalista.

Em uma carta datada de maio de 2025, Sam Altman resume essa decisão assim:

OpenAI hoje é uma organização sem fins lucrativos, e continuará assim.

Essa clareza contrasta com as turbulências de 2024, quando a OpenAI sustentava que uma mudança para for-profit era inevitável.

A realidade se impunha: para construir uma AGI, é preciso levantar somas colossais. Centenas de bilhões, talvez trilhões. Altman esclarece:

Queremos colocar nossas ferramentas nas mãos de todos. Isso requer recursos gigantescos.

A solução encontrada? Uma entidade PBC alinhada com a missão da associação, mas aberta a investimentos. Ou seja, capitalismo de impacto, mas com salvaguardas estruturais. A escolha do formato PBC não é casual: outros laboratórios como Anthropic ou X.ai já o adotaram. OpenAI não vende nada. Ela muda o veículo. E continua no volante.

Musk vs Altman: duelo de modelos de IA, batalha de visões

Essa reestruturação não é um sinal de fraqueza. É principalmente uma resposta calculada a um confronto jurídico. No início de 2024, Elon Musk — cofundador da OpenAI — processou Sam Altman. Em sua denúncia, acusa Altman de “manipular Musk para cofundar uma falsa associação sem fins lucrativos” para transformá-la em uma empresa privada.

OpenAI, em um contra-ataque documentado, revela que Musk exigiu o controle total da entidade ou sua fusão com a Tesla. Uma versão dos fatos confirmada por e-mails internos: “Tesla é o único caminho para competir com o Google“, escreveu Musk.

Quando não consegue seu objetivo, bate a porta e cria a xAI. A guerra de egos vira guerra de modelos. Um defende a independência de uma IA regulada. O outro sonha com uma super-IA integrada ao seu império industrial.

A OpenAI escolheu o caminho democrático. Altman assume isso:

Queremos uma IA que beneficie a todos. Isso não é uma utopia, é uma estrutura.

A mensagem é clara: nenhum indivíduo, por mais rico que seja, deveria controlar sozinho uma tecnologia tão poderosa.

Diante da crítica, OpenAI não recua. Fortalece sua espinha dorsal. E escreve isso em preto no branco.

Uma estrutura híbrida para ambições XXL

OpenAI mantém o controle, mas revisa sua mecânica financeira. A estrutura de lucro limitado é abandonada. A partir de agora, todos terão ações. Simples, direto, claro. O sem fins lucrativos continua no comando, mas também se torna acionista majoritária.

Esse movimento vem acompanhado de um objetivo de rendimento coletivo. Altman é explícito:

Queremos que nossa PBC forneça recursos para a associação-mãe apoiar uma IA democrática.

Alguns números:

  • OpenAI visa 12,7 bilhões de dólares em receita para 2025;
  • Meta para 2026: 29,4 bilhões de dólares;
  • 40 bilhões captados recentemente, avaliação de 300 bilhões de dólares;
  • Elon Musk contribuiu apenas com 45 milhões de dólares para o sem fins lucrativos inicial;
  • A PBC permite captar fundos sem ceder o controle.

Esse modelo híbrido dá asas à OpenAI. Ele põe fim à equação insustentável: crescimento exponencial vs ética rígida. Acima de tudo, protege a integridade da missão. Com essa evolução, a OpenAI não renega suas origens. Ela se adapta à realidade de uma corrida global pela AGI. E afirma sua diferença, onde outros já cederam ao tudo-profit.

A OpenAI talvez nunca tenha sido tão fiel ao seu nome. Ela abre, estrutura e protege. Mas tudo isso tem um custo. Em uma nota interna revelada recentemente, Altman aponta uma verdade absurda: dizer “obrigado” ao ChatGPT custa dinheiro. Em larga escala, essa cortesia digital custa uma fortuna.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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