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O BCE consideraria Ethereum e Solana para o euro digital

13h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Fenelon L.
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A União Europeia considera ancorar seu futuro euro digital em blockchains públicas como Ethereum e Solana, segundo revelações do Financial Times. Essa escolha marcaria uma ruptura importante com abordagens centralizadas, como a da China, e poderia redefinir o equilíbrio da soberania monetária na Europa.

Un haut fonctionnaire européen analyse Ethereum, Solana et l’euro numérique projetés en hologrammes, dans un laboratoire futuriste.

Em resumo

  • O BCE explora Ethereum e Solana como infraestruturas para o euro digital, segundo o Financial Times.
  • Essa iniciativa visa combater a dominação dos stablecoins americanos que representam 98% do mercado.
  • A decisão final sobre o lançamento do euro digital acontecerá antes do fim de 2025.
  • Um euro digital público facilitaria a interoperabilidade, mas levantaria questões de governança.

A Europa aposta em Ethereum e Solana para seu euro digital

O Banco Central Europeu inicia uma mudança estratégica decisiva em sua reflexão sobre o euro digital. Enquanto as primeiras hipóteses privilegiavam infraestruturas privadas e fechadas, o BCE agora examina de perto as blockchains públicas como Ethereum e Solana. Uma direção que rompe com os modelos tradicionais.

Segundo informações relatadas pelo Financial Times, essa opção é agora avaliada com muito mais seriedade pelos responsáveis europeus. Essa evolução traduz uma tomada de consciência: a Europa não pode mais ficar à margem da inovação impulsionada pelas redes descentralizadas.

A questão vai muito além do aspecto técnico. Optar por uma blockchain pública posicionaria o euro digital em ruptura com a estratégia da China, que implementa seu yuan digital numa rede estritamente privada. 

A abordagem europeia se aproximaria, paradoxalmente, do modelo americano, onde atores como a Circle emitem stablecoins em infraestruturas abertas.

As blockchains públicas oferecem sobretudo uma vantagem chave: a interoperabilidade. Um euro digital no Ethereum poderia se integrar diretamente aos protocolos DeFi existentes, reforçando a competitividade do ecossistema financeiro europeu. Essa conectividade nativa representa um ativo estratégico importante na batalha monetária global.

A Europa diante do desafio da soberania monetária digital

Essa reorientação para as blockchains públicas ocorre num contexto geopolítico marcado por forte rivalidade monetária. A Europa observa com crescente preocupação a dominação dos stablecoins americanos, que concentram hoje cerca de 98% do mercado global. 

Por trás dessa hegemonia está uma realidade simples: cada transação em USDT ou USDC reforça a influência do dólar em detrimento do euro. Nesse contexto, o euro digital aparece como uma ferramenta estratégica para preservar a autonomia monetária do Velho Continente.

Em abril passado, Piero Cipollone, membro do diretório do BCE, já havia alertado sobre os perigos de uma dependência excessiva de stablecoins em dólares. Implementar um euro digital numa blockchain pública ofereceria uma alternativa credível, capaz de competir diretamente com as soluções americanas no seu próprio terreno tecnológico.

Mas essa ambição também levanta áreas cinzentas. Como indicou Juan Ignacio Ibañez, da Fundação científica DLT, numa entrevista ao Cointelegraph, tal escolha poderia suscitar “um interesse crescente do Estado para influenciar a governança da blockchain.”

O dilema é claro: como conciliar o espírito descentralizado do Ethereum ou Solana com a vontade de controle de um banco central?

A Europa, no entanto, pode apoiar-se em várias iniciativas já em curso. Em maio de 2025, o BCE anunciou uma colaboração com a blockchain COTI a fim de testar soluções de pagamentos digitais confidenciais no âmbito do projeto do euro digital. 

Esses trabalhos envolvem, em particular, a integração de mecanismos que garantem a confidencialidade das transações enquanto respeitam as exigências de rastreabilidade impostas aos reguladores.

Essa expertise poderia estabelecer as bases para um euro digital ao mesmo tempo aberto, interoperável e respeitador da privacidade.

Uma decisão crucial para o futuro monetário europeu

O calendário permanece apertado: o BCE deve decidir até o final de 2025 se o euro digital realmente verá a luz do dia. Mas, ao contrário da Europa, os Estados Unidos já tomaram sua decisão. Sob Donald Trump, a perspectiva de uma CBDC nacional foi descartada, e o debate parece encerrado por muito tempo. 

Do outro lado do Atlântico, a inovação monetária agora repousa no dinamismo dos stablecoins privados, amplamente lastreados no dólar, e num quadro regulatório em plena estruturação.

Na Europa, a situação é diferente. O projeto do euro digital divide opiniões e ainda suscita muito ceticismo, tanto entre os cidadãos quanto no setor privado. O receio de um instrumento de vigilância ou uma ferramenta excessivamente centralizada alimenta a desconfiança. 

Nesse contexto, a opção por uma infraestrutura baseada em Ethereum ou Solana poderia oferecer uma alternativa mais aceitável. Não eliminaria as críticas, mas permitiria ancorar o euro digital num quadro tecnológico já reconhecido e utilizado globalmente.

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Fenelon L.

Passionné par le Bitcoin, j'aime explorer les méandres de la blockchain et des cryptos et je partage mes découvertes avec la communauté. Mon rêve est de vivre dans un monde où la vie privée et la liberté financière sont garanties pour tous, et je crois fermement que Bitcoin est l'outil qui peut rendre cela possible.

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