Bitcoin supera a Amazon e entra no top 5 dos maiores ativos do mundo

O bitcoin acaba de atingir um marco simbólico e histórico: ultrapassa a Amazon na Bolsa com uma valorização de mais de 2,4 trilhões de dólares. Já não é apenas uma moeda digital: agora é um dos ativos mais poderosos do planeta. Decodificação de um terremoto econômico silencioso, mas irreversível.

O rei bitcoin destrona a Amazon

Foi necessária uma década de ceticismo, batalhas regulatórias e acumulação paciente para chegar aqui: o BTC acaba de superar a Amazon em capitalização de mercado. A 122.000 dólares por unidade, a matriarca das criptomoedas exibe agora um peso econômico de 2,407 trilhões de dólares, tornando-se assim o quinto ativo mais valorizado do mundo, atrás apenas do ouro, NVIDIA, Microsoft e Apple.

É mais do que um simples número. É um tapa para os defensores das finanças tradicionais que, até recentemente, relegavam o bitcoin ao status de capricho especulativo.

Mas hoje, os fatos estão aí: o bitcoin alcançou o mundo tangível. Melhor ainda, ele o supera em velocidade e precisão. A Amazon, símbolo da revolução digital, é relegada a segundo plano por uma tecnologia sem CEO, sem sede social, sem autoridade central. Uma anomalia que virou norma.

Essa ascensão vertiginosa não é fruto do acaso. Ela se apoia em bases muito mais sólidas do que uma simples euforia de alta. É a infraestrutura que sustenta essa decolagem: o ingresso massivo de investimentos institucionais, especialmente por meio dos ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos, mudou o jogo. Mais de 16 bilhões de dólares já chegaram por lá, e isso é só o começo.

Instituições, regulação e macroeconomia: os três motores do rali

Vincent Liu, diretor de investimentos da Kronos Research, não poupa palavras: “Este rali não se baseia apenas no ímpeto do mercado, é impulsionado por fundamentos estruturais.” Ele identifica um trio vencedor: adoção institucional, apoio legislativo e condições macroeconômicas favoráveis.

A adoção pelos grandes fundos de investimento era o elo que faltava. Hoje, com produtos financeiros regulamentados lastreados em bitcoin, Wall Street finalmente abraça o que os cypherpunks anunciaram desde 2009. O risco reputacional diminuiu, substituído pelo medo de perder o ativo do século.

No lado regulatório, Washington entra na sua “Crypto Week”, onde projetos de lei essenciais como o CLARITY Act ou o GENIUS Act estão na pauta. A sombra de um quadro claro e estável eletriza os mercados. Porque sim, a verdadeira revolução virá de um marco legal que permitirá ao Bitcoin não apenas seduzir, mas se impor.

Por fim, a macroeconomia desempenha seu papel. A perspectiva de um afrouxamento monetário pelo Fed, combinada com uma demanda por ativos descentralizados em tempos de incerteza, alimenta essa dinâmica. A velha dicotomia entre bitcoin e economia real desaparece gradualmente: o digital, hoje, absorve o real.

Até onde o bitcoin pode chegar?

A projeção mais otimista fala em bitcoin a 150.000 dólares até o final de 2025. É plausível, segundo alguns analistas, se os fluxos de ETF permanecerem sólidos e se as quedas de taxa se concretizarem. Mas cuidado para não comemorar cedo demais.

Porque por trás da euforia dos números, existe uma fragilidade: a falta de engajamento do grande público. Se os institucionais lideram o ritmo, os particulares ainda ficam de fora. A ausência de um FOMO (medo de perder) massivo poderia frear o ímpeto. E uma reviravolta política ou um escoamento dos fluxos de ETF poderia rapidamente inverter a situação.

Enquanto isso, o Bitcoin impõe um novo paradigma. Ele não se limita mais a desafiar o sistema. Ele se torna um pilar dele. E se o futuro permanece incerto, uma coisa é certa: a mais de 120.000 dólares, o bitcoin não joga mais no campo das alternativas. Ele se tornou o campo de jogo dos poderosos.