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O cérebro, novo campo de batalha dos titãs da tecnologia

20h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Mikaia A.
Informar-se Inteligencia artificial
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Depois da Lua, do espaço, da Internet, das nanotecnologias, da computação quântica, das criptomoedas e da inteligência artificial, uma pergunta se impõe: o que resta para o Homem descobrir? Miriades de coisas, claro. Mas há uma que fascina tanto quanto assusta: o cérebro. Na época em que Elon Musk e Sam Altman investem milhões em interfaces neuronais, a fronteira entre o humano e a máquina torna-se mais porosa. E nessa corrida pela fusão, os desafios vão muito além da ficção científica.

Elon Musk e Sam Altman se enfrentam sob um cérebro gigante, simbolizando uma intensa guerra tecnológica pelo controle da mente.

Em resumo

  • Elon Musk já implanta chips cerebrais com a Neuralink para fundir IA e pensamento humano.
  • Sam Altman apoia a Merge Labs, focando em uma interface neural mais suave e não invasiva.
  • A UCLA desenvolve uma IA copiloto para capacetes EEG, tornando a assistência robótica mais eficiente.
  • Especialistas alertam sobre possíveis abusos se alguns gigantes controlarem o acesso aos nossos pensamentos.

Quando a IA encontra os neurônios: a obsessão dos pioneiros

Neuralink, Merge Labs, Kernel… Nomes que soam como os novos templos da tecnologia, com um objetivo comum: conectar o cérebro humano à máquina. Elon Musk não esconde isso. Desde 2016, ele ambiciona uma simbiose entre humano e Inteligência Artificial para “preservar a civilização”. Cinco pacientes já receberam implantes Neuralink, e um deles, Noland Arbaugh, controla hoje seu computador pelo pensamento. 

Seu último feito? Uma sessão de jogo de Mario Kart, completamente pelo pensamento.

Para Sam Altman, cofundador da OpenAI, é com a Merge Labs que ele entra na disputa. Menos invasiva, mais “suave” que a Neuralink, sua abordagem flerta com a ideia de coabitação cerebral entre homem e IA sem implantes pesados. Por trás desses projetos, uma mesma ideia: controlar a próxima plataforma de interação.

Se uma única empresa detém a infraestrutura, o código e os dados, ela possui as chaves dos pensamentos e intenções de um indivíduo. Isso desestimula a transparência e retarda a validação independente assim como os avanços científicos. O acesso à tecnologia BCI — e à autonomia cognitiva — depende então das decisões comerciais de algumas figuras muito influentes. É poder demais em pouquíssimas mãos.

Andreas Melhede, Elata Bioscience – Fonte: Decrypt

Essa corrida da IA conectada não é trivial. Para esses titãs, possuir a interface cérebro-máquina é o mesmo que possuir o futuro. Uma luta pelo poder com tons de distopia, ou de revolução, dependendo de onde se coloca o limite.

De implantes à tecnologia suave: uma diversidade de abordagens

Se os implantes tipo Neuralink fazem manchete, outras visões emergem, menos invasivas, mas igualmente promissoras. Pesquisadores da UCLA, por exemplo, desenvolveram um assistente IA, um “copiloto”, para melhorar o desempenho dos capacetes EEG não invasivos. Resultado? Um paciente paralisado conseguiu manipular um braço robótico, tarefa até então impossível sem assistência.

Mesmo discurso na Kernel, financiada por Bryan Johnson, que deseja construir a infraestrutura cognitiva do futuro, em vez de gadgets espetaculares. O objetivo é claro: captar os sinais mentais, analisá-los em massa e extrair modelos preditivos, na interseção entre IA e neurociências.

Mas nem todos compartilham o entusiasmo desenfreado dos bilionários. Tetiana Aleksandrova, fundadora da Subsense, lembra que:

Seu financiamento pode acelerar os avanços em um ritmo que os fundos públicos raramente permitem. Ao mesmo tempo, a pressão para obter resultados na velocidade de uma start-up pode levar a promessas irrealistas que colocam em risco a confiança. E, na ciência, a confiança é tão essencial quanto o capital.

Tetiana Aleksandrova – Fonte: Decrypt

Entre a ambição tecnológica e a realidade clínica, a tensão cresce. A tecnologia do cérebro não é mais ficção científica, mas o terreno continua minado.

Os números por trás da conquista do cérebro

Nesta corrida, números e fatos são tão impressionantes quanto as ambições. Aqui está uma visão geral:

Marcos para guardar na mente:

  • Neuralink de Elon Musk levantou 650 milhões de dólares na série E;
  • O paciente Noland Arbaugh quebrou o recorde mundial de controle por BCI com 8,0 BPS;
  • Merge Labs, apoiada por Sam Altman, visa uma avaliação de 850 milhões de dólares;
  • A interface não invasiva com IA desenvolvida na UCLA permitiu a um paciente controlar um braço robótico em 6 minutos.

Esses avanços levantam grandes questões. Quem terá o direito de ler (ou controlar) nossos pensamentos? Qual o lugar da ética nessa nova tecnologia do íntimo? A competição entre os gigantes da IA já está moldando as regras do jogo, muito antes da tecnologia estar disponível ao público em geral.

E ainda assim, apesar de limitações técnicas — sinais ainda confusos, riscos biológicos —, a direção parece inevitável: a tecnologia se infiltra no cérebro, e a IA se instala em nossas conexões sinápticas.

Enquanto os titãs da tecnologia disputam os cabos de nossos cérebros, o mundo cripto não fica para trás. No universo da DeSci (ciência descentralizada), projetos nascem para transformar a pesquisa científica com mais transparência, colaboração e equidade. E se a próxima revolução cognitiva viesse, não dos gigantes, mas dos outsiders?

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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