O volume de pesquisa do Google para stablecoins atinge um pico histórico

O interesse por stablecoins atinge níveis inéditos. Enquanto a capitalização de mercado ultrapassa a histórica marca de 270 bilhões de dólares, as pesquisas no Google literalmente disparam. Essa corrida por essas criptomoedas indexadas em moedas fiduciárias coincide com a adoção da lei GENIUS?

Um entusiasmo sem precedentes alimentado pela clareza regulatória

Os dados mais recentes do Google Trends mostram um renovado interesse sem precedentes pelos stablecoins.

O volume de buscas atingiu um nível recorde, ultrapassando até mesmo o de maio de 2022, quando o colapso do TerraUSD (UST) e do ecossistema Luna causaram um choque nos mercados.

Mas desta vez, a curiosidade não nasce de um escândalo ou de uma crise. Pelo contrário, reflete uma dinâmica de adesão reforçada e uma confiança renovada.

A adoção da lei GENIUS Act em 18 de julho marca uma virada decisiva. Esse marco regulatório americano finalmente oferece um roteiro claro para os emissores de stablecoins. As buscas dispararam em meados de junho e explodiram após a aprovação dessa legislação histórica.

“As pessoas estão percebendo seu potencial“, comenta o analista cripto The DeFi Investor. Para ele, “stablecoins são o produto que pode integrar o primeiro bilhão de pessoas na cadeia”.

A tendência é confirmada pela empresa de investimentos Bitwise, que fala em uma trajetória “parabólica”.

E os números provam que ela está certa: a capitalização dos stablecoins alcançou 272 bilhões de dólares, dos quais 98% são indexados ao dólar americano. A Tether continua dominante com 60% de participação no mercado, mas esse domínio agora é contestado.

De fato, uma nova geração de concorrentes surge. O USDS, emitido pela Sky, viu sua oferta saltar quase 25%, atingindo quase 5 bilhões de dólares, enquanto o USDe da Ethena teve aumento similar, elevando sua capitalização para 7,21 bilhões de dólares.

Esse crescimento rápido ilustra uma transformação do mercado: ele não se contenta mais com o duopólio Tether/USDC, mas evolui para uma fragmentação estimulada pela inovação, regulação… e uma adoção cada vez mais institucional.

Os stablecoins estão se institucionalizando

Nassar Al Achkar, diretor de estratégia da CoinW, identifica os stablecoins como uma “cobertura contra a volatilidade das criptos”.

Essa análise reflete uma mudança profunda na percepção institucional. Grandes empresas não veem mais os stablecoins como gadgets tecnológicos, mas como ferramentas financeiras legítimas.

O interesse institucional dispara. Em um ano, o número de empresas do Fortune 500 explorando stablecoins triplicou. Entre as PMEs, mais de 80% daquelas já familiarizadas com cripto desejam integrá-los em suas operações.

Essa mudança reflete uma rápida maturação: os stablecoins saem dos laboratórios e entram nos balanços contábeis.

Seu sucesso se baseia em vantagens concretas: pagamentos transfronteiriços instantâneos, taxas reduzidas, eliminação de intermediários bancários. Em 2024, eles processaram 27,6 trilhões de dólares em transações, superando o volume combinado da Visa e Mastercard.

Wall Street não fica de fora. Anchorage Digital, o único banco cripto federalmente autorizado nos EUA, lançou recentemente o USDtb em parceria com a Ethena Labs.

WisdomTree está lançando o USDW para apoiar ativos tokenizados. Bank of America, JPMorgan e Citi exploram suas próprias iniciativas. Essa onda institucional confirma uma coisa: os stablecoins estão se tornando um pilar do sistema financeiro.