Investidores fogem dos ETFs de Bitcoin e correm para o Ethereum: US$ 297 mi em entradas
Os ETFs de Bitcoin, até então impulsionados por uma dinâmica de alta contínua, viram evaporar US$ 131 milhões. No mesmo fôlego, os ETFs de Ethereum receberam um afluxo recorde de quase US$ 297 milhões. Por trás desses números brutos, um movimento mais profundo começa a se delinear. Reequilíbrio das carteiras, atração pelo rendimento do staking, ou evolução da narrativa institucional?
Em resumo
- Os ETFs de Bitcoin à vista registraram uma saída líquida de US$ 131 milhões, encerrando 12 dias consecutivos de entradas.
- Ao contrário, os ETFs de Ethereum à vista atraíram quase US$ 297 milhões no mesmo dia, impulsionados pela BlackRock e pela Fidelity.
- Os investidores buscam agora rendimento, diversificação e conformidade, redesenhando os equilíbrios do mercado cripto.
A ascensão contrariada dos ETFs de Bitcoin
Até agora, tudo parecia sorrir para os ETFs de Bitcoin. Doze dias consecutivos de entradas de capital, volumes sólidos, uma confiança renovada no rei das criptos…
Depois, em 21 de julho, uma reversão brusca: US$ 131 milhões em retiradas líquidas. O ímpeto eufórico que se instalara desde o início de julho desapareceu.
Essa falta de fôlego não é casual. Não se trata simplesmente de uma pausa técnica numa subida de alta. Ela revela, antes, um reequilíbrio estratégico entre os institucionais.
Com o bitcoin oscilando em torno de US$ 117.000, alguns gestores preferem realizar seus ganhos antes de uma possível consolidação. Outros, mais cautelosos, deslocam seus fundos para ativos percebidos como tendo melhor potencial a curto prazo. Resultado: saídas notáveis nos gigantes Grayscale (GBTC) e Ark Invest (ARKB), apesar de um volume de transações ainda sustentado em US$ 4,1 bilhões num único dia.
O paradoxo aqui é que o volume permanece massivo, mas o entusiasmo líquido diminui. Em outras palavras, o bitcoin continua sob os holofotes, mas o roteiro talvez tenha mudado.
Ethereum assume o protagonismo
Enquanto o bitcoin vacila, o Ethereum avança. E não timidamente: quase US$ 297 milhões afluíram para os ETFs ETH à vista em um só dia. A mensagem é clara: o capital busca uma nova narrativa, e parece tê-la encontrado no Ethereum.
Dois atores dominam esse movimento: Fidelity e BlackRock. Seus fundos, FETH e ETHA, concentram, juntos, mais de US$ 228 milhões em entradas, impulsionando suas cotações líquidas a patamares inéditos. Não é apenas uma questão de especulação sobre o preço do ETH. É também uma questão de rendimento. A inclusão do Ether em staking (staked ETH) em algumas estruturas de ETFs adiciona uma nova camada de atratividade: além de acompanhar a evolução do ativo, os investidores também recebem juros.
Outro fator decisivo: as evoluções regulatórias nos Estados Unidos. As leis GENIUS e CLARITY podem permitir uma integração mais fluida dos produtos Ethereum nos circuitos financeiros tradicionais. Uma oportunidade para os gestores de ativos em busca de soluções híbridas que misturam cripto, rendimento e conformidade.
Bitcoin, Ethereum: duas dinâmicas, uma mutação do mercado
Seria simplista enxergar na queda dos ETFs de Bitcoin uma rejeição. Não se trata de uma queda, mas de um reposicionamento. Os ETFs BTC ainda pesam US$ 151,6 bilhões, ou mais de 6,5% da capitalização do bitcoin. Mas seu papel de locomotiva parece momentaneamente suspenso.
Em contrapartida, o Ethereum se emancipa. Seu ativo líquido acumulado em ETFs alcança agora US$ 19,6 bilhões, ou mais de 4% de sua capitalização de mercado. Os fluxos de capital se invertem, as curvas se cruzam, e uma nova hierarquia começa a surgir.
O que esses números revelam, na essência, não é uma guerra entre blockchains, mas uma sofisticação crescente do mercado. Os investidores institucionais não apostam mais apenas na notoriedade ou na dominação histórica. Eles buscam rendimento, resiliência regulatória e perspectivas de crescimento ancoradas na economia real. E, por enquanto, o Ethereum marca mais pontos que o Bitcoin.
Mas atenção: o bitcoin continua sendo a pedra angular do mercado cripto. Sua volatilidade, sua escassez e seu papel de reserva de valor continuarão a atrair. A verdadeira lição? A era em que o bitcoin dominava tudo em seu caminho talvez já tenha ficado para trás.
Agora, o ecossistema se abre para uma leitura mais refinada, onde cada ativo precisa provar sua pertinência. Os ETFs de Ethereum, em pleno crescimento, são a prova viva disso: sua dinâmica de entrada de capital, apoiada por gigantes como BlackRock ou Fidelity, demonstra um interesse crescente por um ativo mais flexível, focado em rendimento e inovação.
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