Os salários em cripto explodem: Uma tendência que se impõe

Em 2024, os salários pagos em cripto triplicaram, marcando uma virada decisiva no cenário do trabalho digital. Quase 10% dos profissionais do setor agora são remunerados em stablecoins, especialmente em USDC. É um sinal de que a cripto se impõe como um meio de pagamento confiável, estruturado e cada vez mais reconhecido pelas instituições.

O USDC supera o USDT: uma escolha estratégica apoiada na confiança das empresas.

Embora o USDT da Tether continue sendo o stablecoin mais usado para trading mundial, é o USDC da Circle que se destaca quando se trata do pagamento de salários. Em 2024, 63% das remunerações em cripto foram efetuadas em USDC. O USDT, por sua vez, ficou em segundo plano em um papel secundário que poucos preveram.

Essa preferência se explica em grande parte por um fator frequentemente negligenciado: a compatibilidade com plataformas de pagamento. Deel, Remote e Rippling, líderes no setor de folha de pagamento digital, simplesmente não suportam o USDT.

Mas além do técnico, é uma questão de percepção. A Circle se posiciona como um ator regulado, pró-institucional e tranquilizador para as empresas. Sua aliança estratégica com a ICE, a controladora da Bolsa de Nova York, e o pedido de carta bancária federal nos Estados Unidos refletem uma vontade clara de se estabelecer duradouramente na infraestrutura financeira tradicional.

Essa tendência é detalhada no relatório da Pantera Capital. O USDC se impõe assim como o cavalo de Troia ideal para introduzir a cripto no coração dos ambientes corporativos mais tradicionais. Simplificando os processos de remuneração, transforma os serviços de RH em atores-chave da adoção da blockchain dentro das empresas globais.

Rumo a um mundo onde a cripto dita as regras do emprego

O crescimento dos salários em cripto não se limita a uma evolução no modo de pagamento. Também redefine a relação com o trabalho. Segundo o relatório da Pantera, 88% das remunerações em tokens agora estão sujeitas a cronogramas de aquisição em quatro anos.

Esse número mostra uma mudança profunda. As empresas buscam fidelizar seus talentos, alinhá-los a longo prazo e construir relações duradouras.

Outra constatação surge: diplomas não são mais a referência absoluta na contratação. No universo da tecnologia cripto, agora prevalecem a experiência prática e as habilidades técnicas. Surpreendentemente, às vezes um ensino médio basta para ganhar mais que um doutorado.

Agora, o mérito é avaliado em código e implantações. Essa nova meritocracia impulsionada pela cripto quebra os modelos tradicionais. Nas economias emergentes, a blockchain permite a um desenvolvedor em Nairóbi ser pago como em São Francisco, em USDC. Mesma moeda, mesmo contrato, mesmo reconhecimento.