Pequim reprime stablecoins enquanto Hong Kong adota regras para emissores
Pequim está apertando seu controle sobre a atividade de stablecoins, direcionando as principais instituições financeiras a interromper toda promoção da classe de ativos digitais. Numa tentativa de conter o crescente hype e os possíveis riscos especulativos, os reguladores ordenaram que corretoras, think tanks e grupos de pesquisa cancelem seminários sobre stablecoins e parem de publicar conteúdo relacionado.
Em resumo
- Pequim intensifica repressão às stablecoins para conter fraudes e riscos especulativos.
- Hong Kong adota regulação de stablecoins, posicionando-se como polo de finanças digitais.
- China favorece expansão do yuan digital enquanto EUA impulsionam stablecoins reguladas lastreadas em dólar.
Repressão em meio ao crescente hype
Emitida no final do mês passado, a diretiva marca o mais recente sinal da cautela chinesa em relação às criptomoedas, especialmente tokens pareados ao dólar americano. A medida reflete o aumento da preocupação no país sobre fraudes, captação ilegal de recursos e mania entre investidores de varejo.
As autoridades de Shenzhen emitiram alertas públicos sobre golpes disfarçados de investimentos em stablecoins. Esse aviso foi apenas um exemplo da crescente preocupação nacional com esses instrumentos cripto.
Conforme reportado pela Bloomberg, embora o continente proíba oficialmente transações relacionadas a cripto, as negociações over-the-counter (OTC) ainda estão ativas. A Chainalysis prevê que os fluxos OTC alcançarão 75 bilhões de dólares na China até o final do primeiro semestre de 2024.
Além da fraude, outra preocupação dos reguladores chineses entre investidores de varejo é o comportamento de manada. As autoridades temem que a mania especulativa possa resultar em instabilidade financeira em larga escala, particularmente considerando que a maioria dos consumidores tem conhecimento superficial sobre ativos digitais. Por isso, o governo está tomando medidas preventivas para limitar a exposição antes que ocorram danos severos.
Hong Kong traça seu próprio caminho
Enquanto o continente chinês aperta o controle, Hong Kong está seguindo na direção oposta. A cidade recentemente introduziu legislação para regular emissores de stablecoins, atraindo atenção das empresas do continente.
Sob o framework “Um País, Dois Sistemas”, Hong Kong tem autonomia para construir sua própria estrutura regulatória. Consequentemente, está se tornando um campo de testes para inovação em finanças digitais dentro da maior zona econômica chinesa.
Essa divergência regulatória é significativa. Sugere que Pequim está usando Hong Kong tanto como um sandbox para experimentação com ativos digitais quanto como um escudo para conter riscos. O Banco Popular da China (PBOC), por sua vez, continua avançando com sua moeda digital central. Recentemente lançou um centro de operações internacional em Xangai para promover o uso transfronteiriço do yuan digital.
Perspectivas globais tomam forma
Enquanto a China é cética, os EUA recebem com bons olhos a introdução das stablecoins por meio de regulamentação oficial. A recém-promulgada Lei GENIUS oferece uma estrutura legal para tokens digitais lastreados em dólares. Essa comparação também demonstra o método chinês de estimular uma exploração mais cautelosa via canais formais e punir práticas não autorizadas.
Maximize sua experiência na Cointribune com nosso programa "Read to Earn"! Para cada artigo que você lê, ganhe pontos e acesse recompensas exclusivas. Inscreva-se agora e comece a acumular vantagens.
Peter is a skilled finance and crypto journalist who simplifies complex topics through clear writing, thorough research, and sharp industry insight, delivering reader-friendly content for today’s fast-moving digital world.
As opiniões e declarações expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor e não devem ser consideradas como recomendações de investimento. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão de investimento.