Retrações recorde nos ETFs de Bitcoin dos EUA: 3,79 bilhões de dólares sumiram em novembro

Outubro, apelidado de “Uptober” pelos entusiastas do mercado cripto, pregou uma peça ruim nos investidores. E agora novembro chega com uma lâmina ainda mais afiada. Bitcoin cai, os ETFs são esvaziados como copos após a farra, e a euforia coletiva deu lugar a um silêncio gelado. Enquanto alguns veem isso como uma simples fraqueza, outros temem uma verdadeira virada. Uma coisa é certa: o mercado está sangrando, e os números não são um mero arranhão passageiro.

Bitcoin esvaziado pela Wall Street: 3,79 bilhões de dólares desapareceram, IBIT e FBTC no topo

Apesar de um breve retorno dos aportes recentemente, as retiradas massivas registradas em novembro nos ETFs de Bitcoin dos EUA indicam uma reversão brusca da confiança. No centro desse declínio, a BlackRock, via seu ETF IBIT, registra 2,47 bilhões de dólares em saídas, correspondendo a 63% do total retirado. Atrás, a Fidelity (FBTC) segue com 1,09 bilhão evaporado no mesmo período. Juntos, formam uma dupla responsável por 91% das fugas de capital do mês.

Em 20 de novembro, o dia se torna histórico: 903 milhões de dólares viram fumaça em poucas horas, marcando um dos piores dias desde o lançamento desses produtos no início de 2024.

Em um tweet que viralizou, Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, alerta:

O ETF de Bitcoin da BlackRock acaba de registrar sua maior saída semanal já vista: 1,09 bilhão de dólares até agora.

Essa hemorragia se explica por um clima macroeconômico instável, combinado a uma crescente desilusão sobre o interesse de curto prazo desses produtos financeiros lastreados em um Bitcoin vacilante.

Liquidações, DATs e tweets alarmistas: sinais de uma limpeza cripto brutal

Os ETFs não são os únicos a vacilar. O vento também sopra sobre as Digital Asset Treasuries (DATs), instrumentos detidos por empresas e fundos cripto. Em outubro, os fluxos de entrada caíram 82%, passando de 10,89 bilhões de dólares para apenas 1,93 bilhão. Novembro pode ser ainda pior: apenas 505 milhões registrados até meados do mês.

O mercado não apenas perdeu apetite: ele vomita seus excessos. QwQiao, cofundador da Alliance DAO, denuncia essa corrida cega:

Existe uma grande massa de dinheiro ingênuo, que não entende nada de criptomoedas, comprando DATs e ETFs. Isso nunca termina bem. Talvez seja necessária uma nova correção de 50% para que essas pessoas liquidem suas posições, antes que o mercado possa estabelecer bases sólidas e relançar o superciclo.

E ele reforça: uma queda de 50% talvez seja necessária para recuperar bases sólidas.

O efeito de alavancagem não ajuda. Em 21 de novembro, 1 bilhão de dólares em posições longas é liquidado em uma hora. Investidores institucionais veem seus ganhos derreterem como neve ao sol. Resultado: o Bitcoin beira os 83.000 dólares, seu nível mais baixo desde abril.

Cripto: SOL e XRP brilham enquanto Bitcoin vacila – rumo a uma nova ordem?

Apesar desse cenário sombrio, nem tudo está perdido. Na tempestade, algumas criptomoedas emergem. Solana (SOL) e XRP mostram entradas líquidas em seus respectivos ETFs: 300 milhões de dólares para um, 410 milhões para o outro. Isso alimenta a ideia de um início de mudança na hierarquia cripto.

Enquanto BTC e ETH despencam, alguns traders veem uma transferência de liderança. E pequenas empresas começam a adaptar suas estratégias.

Diante da volatilidade dos ETFs de Bitcoin, algumas PMEs e fintechs optam por diversificação via stablecoins, limitam exposição ao BTC e experimentam novos usos cripto para pagamentos e tesouraria.

O que reter esta semana:

• 83.168 dólares: preço do bitcoin no momento da redação;
• 3,79 bilhões de dólares: valor total dos saques em novembro;
• 1 bilhão de dólares liquidado em 1h no dia 21 de novembro;
• Solana e XRP atraem mais de 700 milhões de dólares em ETFs;
• 91% das saídas concentradas em IBIT e FBTC.

Enquanto muitos sucumbem ao pânico, alguns continuam acreditando. Michael Saylor, eterna defesa do bitcoin, não vacila. Para ele, essa volatilidade é apenas ruído de fundo. Seu argumento? O bitcoin permanece uma tecnologia disruptiva, e os episódios turbulentos são apenas etapas obrigatórias em sua jornada rumo à adoção. É provavelmente essa fé inabalável que o faz minimizar as flutuações e manter seu curso.