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UE dividida sobre o AI Act: Paris e Berlim pedem adiamento

10h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Na Europa, o balanço parece hesitar: inovar ou regulamentar, deixar correr ou legislar? A inteligência artificial (IA) cristaliza as tensões. Enquanto algumas vozes pedem um quadro ético sólido, outras denunciam uma armadilha sufocante. Deve-se desacelerar para avançar melhor? Em Bruxelas, as linhas estão mudando, os ministros argumentam, os grupos de pressão se ativam. Por trás dos discursos polidos, desenha-se uma verdade: a Europa ainda busca seu caminho entre soberania digital e pragmatismo econômico.

Macron furioso com o dossiê “AI ACT”, ladeado por dois diplomatas alemães e dinamarqueses em uma sala tensa.

Em resumo

  • Paris e Berlim querem adiar em um ano as obrigações para a IA chamada de alto risco.
  • Vários eurodeputados temem uma manobra favorável aos gigantes tecnológicos já estabelecidos.
  • A Europa luta para competir com os investimentos massivos dos Estados Unidos e da China.
  • ONGs denunciam uma desregulamentação digital que ameaça os direitos dos usuários e a transparência.

A IA na Europa: quando regulamentar freia ou libera a inovação

Em Berlim, durante a cúpula sobre soberania digital, França e Alemanha pediram um adiamento de 12 meses das regras mais rigorosas do AI Act sobre sistemas de inteligência artificial de alto risco. Emmanuel Macron ressaltou: «

Sobre o AI Act, pedimos o adiamento de 12 meses para a conformidade dos sistemas de IA de alto risco. Também é necessário aproveitar esse tempo para acelerar nossa agenda de inovação.

Em resposta, Anne Le Hénanff, ministra francesa do Digital, esclareceu que « o AI Act agora contém muitas incertezas ». As incertezas persistentes freiam o ímpeto de inovação… enquanto Estados Unidos e China ampliam a distância.

Alguns membros do Parlamento Europeu denunciam essa proposta. Eles a veem como uma ameaça à credibilidade da União, uma abertura às influências das GAFAM, sempre prontas a aproveitar áreas cinzentas regulatórias.

Mas por trás desse cabo de guerra político, a questão é clara: deve-se garantir a segurança primeiro ou deixar a IA respirar para existir? O debate atravessa os fileiras das startups tecnológicas jovens, especialmente no ecossistema blockchain, que aguardam uma legislação clara para se desenvolver sem temer uma reversão regulatória a cada iniciativa parlamentar.

UE, soberania digital e a IA na corrida mundial

A questão vai muito além da simples conformidade regulatória. Trata-se de soberania digital, tema que se tornou obsessão para as capitais europeias. Em Berlim, Macron enfatizou:

A Europa não quer ser cliente dos grandes empresários ou das grandes soluções vindas dos Estados Unidos ou da China. Queremos claramente conceber nossas próprias soluções.

Por trás dessa « preferência europeia », lê-se a inquietação: 90% das empresas alemãs dependentes do digital se dizem vulneráveis diante da dominação americana e asiática. O relatório Bitkom mostra um atraso gritante: a Europa alcança apenas 16 gigawatts de potência em seus data centers, contra 48 GW nos Estados Unidos e 38 GW na China.

Karsten Wildberger, ministro alemão da Digitalização, defende um quadro que “evolua com o tempo”. Para ele, é melhor testar, corrigir e depois regulamentar: « Vamos construir os produtos primeiro, então vamos examinar muito seriamente seu funcionamento, sua segurança e os bons processos a implementar ».

E no centro do debate, a inteligência artificial não está sozinha: criptoativos, Web3 e identidades descentralizadas também aguardam sua vez em um ambiente menos restritivo e mais competitivo.

O AI Act como revelador de um dilema: normas, inovação e direito

O que está em jogo com o AI Act é também um teste de maturidade jurídica para a Europa. A Comissão propõe revisar os textos, adiar a rotulagem obrigatória de conteúdos gerados pela IA para 2027, flexibilizar as obrigações para PMEs. Essa vontade de “simplificação digital” poderia abrir a famosa “caixa de Pandora” temida por alguns eurodeputados.

As ONGs, por sua vez, sobem à trincheira. Uma carta aberta assinada por várias associações alerta: as mudanças legislativas previstas vão muito além de uma simples simplificação. Elas desregulam pilares fundamentais do RGPD e do AI Act. 

Mas os defensores do adiamento falam de um futuro digital em construção. Para eles, um excesso de cautela pode tornar a IA europeia tão lenta quanto ineficaz. A tensão é palpável, inclusive no X (ex-Twitter), onde figuras do ecossistema tech pedem um « moratório inteligente » – uma pausa estratégica, não uma abdicação.

Pontos quentes a observar no debate sobre IA

  • Dezembro de 2027: nova data prevista para aplicar as normas de IA de alto risco;
  • 12 bilhões de euros em investimentos digitais prometidos pelas empresas europeias segundo Friedrich Merz;
  • 48 GW vs. 16 GW: potência dos data centers dos EUA contra a UE;
  • Pandora: nome dado pelas ONGs à reforma do RGPD e do AI Act;
  • Bruxelas, Copenhague e Berlim: três capitais unidas para adiar as sanções até agosto de 2027.

Enquanto o debate se agrava, outra promessa surge: o euro digital. O BCE o apresenta como uma alavanca para estabilizar e fortalecer a economia europeia. Talvez a melhor prova de que neste velho continente, busca-se o equilíbrio entre controle, confiança e competitividade.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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