Wise finalmente se abre para as criptomoedas!

O trem das criptomoedas está realmente nos trilhos, e alguns acreditam que é hora de embarcar. Mas nem todos estão correndo. Algumas grandes empresas preferem ajustar sua trajetória com calma, testando primeiro os freios e os sinais. Esse é o caso da Wise. Conhecida por sua prudência regulatória, a fintech britânica hoje dá os primeiros sinais de uma mudança estratégica. Uma mudança de tom medida, mas com grandes consequências para a indústria cripto.

Stablecoins: Wise se adapta sem renegar seu modelo

Por muito tempo, a Wise preferiu manter distância das criptomoedas. A plataforma proibiu transferências para carteiras ou plataformas ligadas a criptomoedas. Contudo, as coisas estão mudando. Em 2024, a Wise apresentou 979,9 milhões de libras em receitas e 345,6 milhões em lucros. Com base em seus resultados, a empresa dá um passo discreto em direção aos ativos digitais.

Isso é evidenciado por uma oferta de emprego publicada por Matthew Salisbury, diretor de produto. Ele procura um gerente de produto experiente em stablecoins e carteiras digitais. Baseada em Londres, a vaga despertou o interesse de mais de 100 candidatos.

A missão? Explorar como os usuários poderiam manter ativos digitais em sua conta Wise, sem comprometer a experiência do usuário. Isso ainda não anuncia o lançamento de um produto, mas o sinal é claro: a Wise quer antecipar as necessidades futuras de seus clientes. 

Essa mudança marca um reposicionamento estratégico. Longe do hype, mas bem real.

O contexto impulsiona os gigantes a integrarem a cripto

Essa virada da Wise se insere em um movimento global. Em 2025, os stablecoins ultrapassaram os 300 bilhões de dólares em capitalização. A lei americana GENIUS Act, recentemente adotada, estabelece um quadro claro para tokens lastreados no dólar. A União Europeia implementa o MiCA, e o Reino Unido prevê uma regulamentação até o final de 2026.

Paralelamente, mercados emergentes como a África e a América Latina já se voltam massivamente para stablecoins. Por causa da volatilidade das moedas locais e altas taxas, os usuários veem nisso uma solução prática para transferências internacionais e poupança. Aliás, a Visa já testa pagamentos com USDC e EURC. E até países como Gana ou marcas como Dior estiveram ligados, voluntariamente ou não, à ascensão desses ativos. 

Diante dessa mutação, a Wise não tem realmente escolha. Permanecer à margem é arriscar perder terreno. Adaptar-se é manter o controle em uma indústria cripto em plena expansão.

Wise avança lenta, mas seguramente, rumo às criptomoedas

Se a Wise dá um passo em direção à cripto, é sem pressa. Nada de se tornar uma plataforma de câmbio ou um ator da DeFi. O objetivo é simples: permitir a posse de ativos digitais em um ambiente seguro, integrado ao ecossistema existente. Isso permanece conforme o DNA da empresa: simplicidade, conformidade, transparência. 

O posicionamento é claro: evitar a especulação, mas captar os usos úteis e concretos. Assim, a Wise poderia oferecer um serviço complementar, sem modificar suas bases.

O que vale destacar em números e fatos

• A Wise processou 145 bilhões £ em pagamentos transfronteiriços em 2024;
• Seu custo médio de transferência permanece muito baixo, em 0,58%;
• Mais de 100 candidatos disputam a vaga cripto na Wise;
• O mercado de stablecoins visa entre 1,2 e 4 trilhões $ até 2030;
• O Reino Unido não terá quadro regulatório para stablecoins antes de 2026. 

Essa abordagem medida mostra que a Wise quer antecipar sem se queimar. Um compromisso assumido entre inovação e prudência.

Na Ásia, a corrida pelos stablecoins já está a todo vapor. O continente experimenta, regula e, às vezes, até acelera. A Wise, por sua vez, adota uma postura diferente: avançar no seu ritmo, enquanto mantém um olho na tendência global. O desafio? Permanecer competitiva sem trair seus princípios. O movimento está iniciado.