Relatório da Chainalysis revela US$ 75 bi em cripto ilícita sob o olhar atento dos governos
Um novo relatório da empresa de análise blockchain Chainalysis revela que mais de $75 bilhões em criptomoedas ligadas a atividades ilícitas podem em breve estar ao alcance das autoridades. As descobertas aparecem enquanto governos consideram formar reservas oficiais de cripto, levantando questões sobre como ativos digitais apreendidos poderiam se encaixar em estratégias financeiras nacionais.
Em resumo
- Chainalysis identifica $75B em cripto ligada a atividade ilícita, com $40B controlados por operadores de mercados darknet.
- Bitcoin compõe 75% dos fundos ilícitos, embora stablecoins estejam se tornando mais comuns em transações criminosas.
- Governos veem cripto apreendida como uma fonte potencial para reservas digitais estatais e estratégia financeira.
- Apesar das manchetes, o crime em cripto caiu para 0,14% da atividade blockchain em 2024, abaixo de anos anteriores.
Chainalysis descobre $75B em cripto ligada a atividades ilícitas, maioria em Bitcoin
Governos explorando reservas nacionais de criptomoedas podem já ter acesso a bilhões em ativos on-chain recuperáveis, segundo a pesquisa mais recente da Chainalysis.
Em um relatório divulgado na quinta-feira, a empresa de análise estimou que mais de $75 bilhões em criptomoedas estão ligados a atividades ilícitas. Isso inclui $15 bilhões mantidos diretamente por entidades ilícitas e mais de $60 bilhões em carteiras com exposição indireta a elas.
A empresa disse que operadores e vendedores de mercados darknet controlam mais de $40 bilhões em ativos cripto, evidenciando a escala dos fundos digitais potencialmente recuperáveis por meio de ações das forças de segurança.
A Chainalysis observou que o Bitcoin representa cerca de 75% do valor ilícito total, embora stablecoins estejam desempenhando um papel cada vez mais importante nessas atividades. As descobertas aparecem enquanto países, como os Estados Unidos, consideram como integrar ativos digitais em seus sistemas financeiros, incluindo o estabelecimento de reservas apoiadas pelo estado.
O relatório citou a criação da Administração Trump da Reserva Estratégica de Bitcoin e do Estoque de Ativos Digitais — iniciativas que procuram construir reservas governamentais de cripto por meios orçamentariamente neutros, como confisco de ativos.
Grandes apreensões de ativos digitais sinalizam nova era na fiscalização financeira
Segundo a Chainalysis, esses desenvolvimentos destacam uma nova fronteira na fiscalização financeira e na gestão de ativos nacionais. A análise observou que bilhões em cripto ilícito são rastreáveis abertamente em blockchains públicas. Isso, por sua vez, criou uma grande oportunidade para autoridades recuperarem fundos por meio de esforços coordenados de fiscalização.
O ecossistema de criptomoedas apresenta às forças de segurança uma oportunidade sem precedentes: bilhões de dólares em rendimentos ilícitos estão em blockchains públicas e são teoricamente apreensíveis se as autoridades puderem coordenar ação.
Relatório Chainalysis
O cofundador e CEO da Chainalysis, Jonathan Levin, disse que as novas estimativas ampliam significativamente o potencial para confisco de ativos e podem influenciar como os governos abordam a construção de reservas baseadas em blockchain no futuro.
Ações recentes de fiscalização ilustram esse potencial. Em março, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) anunciou a interrupção de um esquema de financiamento terrorista do Hamas, apreendendo cerca de $200.000 em USDT usados para financiar as operações do grupo.
Separadamente, um cidadão chinês foi condenado no Reino Unido após uma investigação internacional de fraude que levou ao que a polícia acredita ser a maior apreensão de criptomoedas do mundo: 61.000 BTC avaliados aproximadamente em £5 bilhões ($6,7 bilhões).
No Canadá, autoridades confiscaram quase $40 milhões em ativos digitais da bolsa TradeOgre, que foi acusada de operar sem registro e facilitar lavagem de dinheiro. A ação gerou críticas de partes da comunidade cripto, que argumentaram que reguladores excederam sua autoridade.
Crime em cripto cai para apenas 0,14% da atividade Blockchain, relata Chainalysis
Embora os crimes baseados em blockchain tenham aumentado em número, a Chainalysis descobriu que sua participação geral na atividade cripto permanece relativamente pequena. O Relatório de Crime em Cripto de 2025 da empresa estimou que transações ilícitas representaram apenas 0,14% de toda a atividade em blockchain em 2024, continuando a queda observada em anos anteriores.
Em contraste, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) estima que entre 2% e 5% do PIB global é lavado anualmente por meio de finanças tradicionais.
Analistas observam que a transparência da blockchain frequentemente faz o crime em cripto parecer mais difundido do que realmente é, já que toda transação é publicamente visível e mais fácil de rastrear do que atividades baseadas em dinheiro. Cada transação é registrada em livros públicos, tornando movimentos ilícitos mais fáceis de detectar e mais frequentemente reportados do que aqueles envolvendo dinheiro ou bancos tradicionais.
À medida que as nações avaliam sua abordagem a ativos digitais, as descobertas da Chainalysis sugerem que a linha entre aplicação da lei e gestão de ativos está se estreitando — indicando que cripto recuperável poderia em breve desempenhar um papel na formação de estratégias de reservas nacionais.
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James Godstime is a crypto journalist and market analyst with over three years of experience in crypto, Web3, and finance. He simplifies complex and technical ideas to engage readers. Outside of work, he enjoys football and tennis, which he follows passionately.
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