A Europa está à frente dos Estados Unidos na regulação de cripto

Quem disse que a Europa, campeã da papelada e da burocracia, não podia competir com os Estados Unidos, esse suposto berço da inovação? Nesta guerra mundial para regulamentar as criptomoedas, surge um duelo inesperado. De um lado, os EUA, galvanizados por Trump e seu grupo amigável ao bitcoin. Do outro, uma Europa que se dizia atrasada… mas que acaba de lançar a artilharia pesada com o MiCA. E se, desta vez, a regulamentação europeia derrotasse a audácia americana de forma avassaladora?

MiCA conquista, a cripto corre: a Europa atrai grandes volumes

Disseram que MiCA não é suficiente, mas, mesmo assim, dá asas aos investidores. Janeiro de 2025. Enquanto os traders americanos reduzem as operações, a União Europeia decola. Paybis, uma plataforma sediada em Londres, anuncia +70% de volumes na Europa no primeiro trimestre. E o número de transações permanece estável. Isso significa uma coisa: o dinheiro apostado é maior, mais estratégico.

Konstantins Vasilenko (Paybis) diz claramente: « O momento é difícil de ignorar ». Enquanto os Estados Unidos mergulham na confusão jurídica, a Europa estende o tapete vermelho regulatório. E os gigantes respondem presentes: OKX, Bybit, Crypto.com, depois Coinbase e Gemini se apressaram para obter sua licença MiCA.

A França, por sua vez, é vista como a locomotiva com +175% de volumes, impulsionada por sua fintech e seu PACTE. Nada mal para um velho continente que se dizia muito lento. Graças ao MiCA, as criptomoedas encontram ali uma terra de clareza. E a julgar pelo tamanho dos investimentos, não são os pequenos investidores que estão se mudando, mas sim os institucionais.

Stablecoins: a América quer reinar… mas limita demais o caminho

O GENIUS Act, votado no Senado dos EUA em 17 de junho de 2025, soa como uma resposta forte. Exceto que, ao querer regulamentar rapidamente, Trump e sua administração colocaram uma jaula em torno dos stablecoins. Este texto exige reservas 1:1, auditorias mensais e proíbe o pagamento de juros aos detentores. E isso engessa.

Michel Khazzaka, analista de criptomoedas, critica frontalmente:

Você obtém um token do seu próprio dinheiro que só pode usar para pagar. Eles pegam o dinheiro real, investem e mantêm os rendimentos.

98% das receitas da Circle em 2024 vieram dos juros sobre as reservas.

No aspecto narrativo, a América tenta enraizar o dólar na era digital, controlando cada engrenagem. Enquanto isso, MiCA permite que os emissores europeus operem em toda a Europa. Resultado: uma economia cripto mais fluida e stablecoins menos regulados… mas mais dinâmicos. GENIUS quer tranquilizar, MiCA liberta. E o mercado escolhe.

A guerra das normas fragmenta os stablecoins… e o Bitcoin avança

No cenário internacional, cada um tem sua lei. O Reino Unido prepara suas regras. O Japão flexibiliza a gestão das reservas. Hong Kong exige licença local para distribuir stablecoins. Esse mosaico torna a interoperabilidade difícil, até ilusória. Resultado? Uma fragmentação global que ameaça a liquidez.

Tim (@Tim38300817) resume a situação: « Não se pode construir em torno das regras sem entendê-las profundamente ». As plataformas são obrigadas a fazer escolhas. Alguns stablecoins são banidos da Europa. Outros tornam-se inacessíveis para investidores asiáticos.

E neste nevoeiro regulatório, o bitcoin avança, imperturbável. Michel Khazzaka é direto: « Em um mundo de ativos restritos, o único dinheiro livre… pode muito bem ser aquele que ninguém pode parar». Sem permissão, sem fronteiras, o BTC renasce como a reserva de valor dos desiludidos com stablecoins.

Números-chave para lembrar:

• +70% de volume de cripto na Europa na Paybis no primeiro trimestre de 2025;
• Queda de 35% nos volumes de cripto na Robinhood;
• Apenas 18% da atividade da Coinbase ainda vem de investidores individuais;
• 1,68 bilhão de dólares em receitas de juros para a Circle em 2024;
• 98% dessa receita provém dos juros sobre as reservas.

Trump acelerou o passo. Com o GENIUS, ele queria fazer rápido… muito rápido. Mas nessa aceleração brusca, alguns veem uma manobra para salvar o dólar, diante de um mundo que o abandona lentamente. Ironia do destino, é a Europa, com suas regras bem ajustadas, que avança mais rápido. Os dados foram lançados novamente.