Bitcoin: Saylor se prepara para atingir pela 11ª vez consecutiva

Michael Saylor acaba de confirmar sua 11ª semana consecutiva de aquisições de bitcoin, uma sequência impressionante que ilustra perfeitamente sua estratégia de acumulação incansável. Com 592.345 BTC em reservas, sua empresa Strategy se torna uma verdadeira fortaleza do bitcoin. Mas até onde ele irá?

Strategy aumenta a vantagem sobre seus concorrentes

Em 23 de junho, a Strategy impressionou novamente ao anunciar a aquisição de mais 245 bitcoins por um valor de 26 milhões de dólares. 

Com esta operação, o gigante liderado por Michael Saylor eleva suas reservas totais para 592.345 BTC, consolidando sua posição como o maior detentor institucional de bitcoin no mundo. 

Segundo o site BitcoinTreasuries, a empresa agora detém mais que o dobro dos BTC das vinte maiores empresas públicas reunidas.

Essa política de acumulação não é nova. Ela faz parte de uma estratégia iniciada em 2020 por Saylor, convencido de que o bitcoin representa “o ouro digital do século XXI”. 

No X (ex-Twitter), onde reúne mais de 4,4 milhões de seguidores, ele insiste em seu lema: 

Em 21 anos, você se arrependerá de não ter comprado mais. 

Fiel a essa visão, a Strategy continua suas compras, independentemente da direção do mercado.

Diferente das abordagens clássicas de diversificação, Saylor fez uma escolha radical: concentrar a maior parte da tesouraria da empresa em bitcoin. Uma aposta arriscada, mas até agora lucrativa. 

A empresa apresenta até hoje um rendimento de +52% em suas compras acumuladas, representando mais de 21,8 bilhões de dólares em ganhos latentes.

Agora, cada movimento da Strategy é analisado por especialistas. Alguns questionam: essa febre de compras poderia causar um desequilíbrio no mercado? Uma raridade artificial na oferta, causada por essa acumulação institucional, poderia impulsionar o BTC para novos patamares? O debate é acalorado e divide os especialistas do setor.

Os riscos do modelo “tudo em Bitcoin” analisados detalhadamente

Apesar das performances espetaculares da Strategy, a viabilidade de seu modelo econômico suscita um debate profundo. 

Em um relatório recente, a empresa de capital de risco Breed alerta sobre a multiplicação das empresas que tentam copiar a estratégia de Saylor.

Essas empresas, frequentemente menos capitalizadas, financiam suas compras de Bitcoin por meio do endividamento ou da emissão de ações, criando assim um efeito alavancagem elevado e potencialmente instável.

O relatório destaca que, em caso de reversão do mercado, apenas algumas dessas empresas sobreviveriam.

Quando as falências inevitavelmente ocorrerem, os atores mais sólidos comprarão as empresas em dificuldades, e o setor se consolidará.

Nesse cenário, a Strategy poderia sair fortalecida, consolidando ainda mais sua posição dominante no mercado corporativo de bitcoin.

O que diferencia a Strategy de seus imitadores é seu tamanho, a quantidade massiva de BTC já acumulada e, sobretudo, sua experiência com ciclos de baixa anteriores. 

Durante o “cripto inverno” de 2022, a empresa manteve-se firme, mantendo seu rumo sem ceder ao pânico. Essa disciplina de acumulação rigorosa demonstra uma resiliência que poucas empresas podem reivindicar.

Michael Saylor personifica a ousadia extrema de um capitalismo cripto assumido. Contra a corrente dos ciclos clássicos, aposta em uma hiperinbitcoinização do mundo. Estratégia visionária ou aposta desmedida? A história, como sempre, decidirá… mas ele continua comprando. Incansavelmente.