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Cripto: A UE impõe a transparência a partir de 2027

Sun 11 May 2025 ▪ 4 min de leitura ▪ por Evans S.
Informar-se Regulação de Cripto

A União Europeia elimina o anonimato nas transações cripto. A partir de 1º de julho de 2027, toda transferência superior a 1.000 € deverá obrigatoriamente revelar a identidade precisa do remetente e do destinatário. Segundo Paschal Donohoe, presidente do Eurogrupo, essas novas regras anti-lavagem de dinheiro (AMLR) colocam agora claramente a blockchain e os ativos digitais sob a supervisão direta das autoridades europeias. Para os entusiastas da cripto, essa medida constitui ao mesmo tempo uma revolução necessária e uma traição dolorosa.

Um inspetor aponta para uma tela digital exibindo uma carteira de criptomoedas rotulada "€10.000" e um símbolo de vigilância.

Em resumo

  • A partir de julho de 2027, a UE imporá a identificação obrigatória para toda transferência cripto acima de 1.000 €, encerrando o anonimato.
  • As plataformas centralizadas e carteiras auto-hospedadas deverão registrar os dados pessoais dos usuários.
  • Enquanto alguns vão ver isso como um avanço em segurança, outros denunciam uma grave violacão da privacidade e do espírito descentralizado do Web3.

Transparência imposta: rumo a um arquivo generalizado das carteiras cripto

Em primeiro lugar, a União Europeia exigirá que todos os prestadores de serviços relacionados a criptoativos registrem sistematicamente os dados dos remetentes e destinatários.

As plataformas centralizadas, como corretoras e carteiras custodiais deverão agora coletar e armazenar essas informações, assim como os bancos já fazem em transferências tradicionais.

Além disso, até mesmo as carteiras auto-hospedadas serão afetadas. Para cada transação acima de 1.000 €, o usuário deverá responder a uma série de perguntas: identidade, origem dos fundos, etc.

Essa obrigação regulatória tem como objetivo declarado combater transações ilícitas, mas enterra definitivamente o anonimato original prometido pelo Bitcoin e pela cripto desde o seu início.

Mais ainda, a Iniciativa Europeia para a cripto destaca que as unidades de inteligência financeira terão agora acesso “direto, imediato e não filtrado” aos dados transacionais.

A rastreabilidade se tornará então instantânea. Para as autoridades, essa medida representa uma alavanca essencial na luta contra o crime organizado, enquanto os defensores da privacidade vêm nela uma ameaça sem precedentes.

Inovação ou violacão da privacidade?

Essa nova regulação europeia provoca uma verdadeira onda de resistência na comunidade cripto. Riccardo Spagni, figura emblemática do Monero, denuncia veementemente medidas “intrusivas”. Os criptoativos que garantem anonimato reforçado agora estão entre os ativos excluídos das plataformas europeias autorizadas. Isso representa, segundo ele, um ataque direto aos fundamentos da confidencialidade digital.

Por sua vez, James Toledano, CTO da Unity Wallet, preocupa-se particularmente com os efeitos perversos sobre o ecossistema cripto descentralizado.

Ele considera que essa associação dos criptoativos aos serviços financeiros tradicionais trai o espírito mesmo do peer-to-peer.

O risco é também que as transações offshore e as trocas P2P clandestinas prosperem nas sombras, lembrando as primeiras horas turbulentas do setor cripto.

Cripto e regulação: catalisador de novas tecnologias?

No entanto, longe de ser apenas uma contrapartida, essa regulação poderia também estimular o surgimento de soluções tecnológicas inovadoras no universo cripto. Certidões KYC baseadas em provas de conhecimento zero (ZKP) já começam a ser consideradas.

Esses sistemas permitiriam autenticar os usuários sem revelar completamente seus dados pessoais.

Soluções como as Layers 2 (camadas secundárias) e assinaturas de límite (threshold signatures) também poderiam representar um compromisso eficaz entre a transparência imposta e a privacidade preservada.

Assim, essas restrições poderiam paradoxalmente estimular a inovação no universo cripto, promovendo o desenvolvimento de soluções mais seguras e mais respeitosas da privacidade — desde que a tecnologia progrida rapidamente o suficiente para se adaptar, sem que os reguladores ultrapassem a linha vermelha da proibição pura e simples do bitcoin.

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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