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Mukesh Ambani, o homem mais rico da Índia, preso pela guerra comercial de Trump

10h40 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Qual amigo Donald Trump não trairá com os poderes à sua disposição? Elon Musk já pagou o preço, vítima de uma mudança brusca. Hoje, é Mukesh Ambani quem sofre as consequências das políticas do atual presidente americano. A Reliance Industries, símbolo do capitalismo indiano e braço econômico de Modi, está no centro de uma tempestade geopolítica. Acusado pelos Estados Unidos de “arbitragem petrolífera” em larga escala, Ambani encarna agora uma figura desconfortável na guerra econômica desencadeada por Trump.

Ambani se equilibra em um fio de dólar, cidade indiana abaixo, Trump ameaçador, tensão extrema, laranja brilhante, contraste dramático, estilo de história em quadrinhos.

Em resumo

  • Mukesh Ambani assinou um contrato de 10 anos com a Rosneft para petróleo russo.
  • Trump acusa Ambani de arbitragem econômica vendendo petróleo refinado para a Europa.
  • A Reliance representa a economia indiana mas sofre uma guerra comercial liderada por Trump.
  • Washington dobrou as tarifas sobre importações indianas de produtos energéticos.

Quando Ambani encarna o capitalismo patriota na forja da Índia

Mukesh Ambani, autor de um projeto de cripto na Polygon, não é um azarão. Ele representa uma economia nacional vitoriosa, pilar do projeto de Modi. Reliance, suas refinarias, sua onipresença na distribuição e telecomunicações: tudo está alinhado com o sonho de uma Índia poderosa. Contudo, Trump decidiu que esse sonho é suspeito, afirmando que conglomerados indianos, incluindo a Reliance, lucram com a guerra.

O conselheiro Peter Navarro e o secretário do Tesouro Scott Bessent não pouparam palavras, denunciando “titãs da energia politicamente conectados” que lucram com a guerra. E Ambani está na mira.

Segundo a Kpler, entre janeiro e junho de 2025, 141,57 milhões de barris de petróleo bruto russo foram importados pela Reliance via um contrato de dez anos com a Rosneft. Por necessidade econômica, Trump rebate com tarifas dobradas a 50% sobre esse petróleo. 

Ambani se tornou o símbolo de uma confluência público-privada incômoda no jogo geopolítico atual.

Arbitragem petrolífera: 16 bilhões de dólares em lucros… e um trovão na economia mundial

A palavra é forte: 16 bilhões de dólares em “lucros excessivos” — segundo Bessent — teriam sido acumulados graças à compra de petróleo russo a preço de barganha, revendidos como produto refinado no mercado global. A Reliance, apoiada pela Nayara Energy, exportou 60 bilhões de dólares em produtos petrolíferos em 2024-2025, incluindo 15 bilhões para a União Europeia em apenas seis meses. 

A Reliance pagou em média 71,47 dólares o barril do petróleo russo, contra 75,5 dólares da Arábia Saudita: uma economia de 4 dólares por barril nas refinarias; só no primeiro e segundo trimestres de 2025, isso representa uma margem considerável. Essa é a lógica da “arbitragem indiana” que Trump criticou, acusando esses aproveitadores de puxar os fios de uma economia em pleno caos geopolítico.

Ambani não estava necessariamente fora do radar: o governo indiano não respondeu oficialmente, mas uma fonte próxima garante que, nos bastidores, essas acusações são vistas como “teatro político”. A Reliance pretende continuar diversificando seus suprimentos mantendo cautela.

Ambições globais à prova da diplomacia econômica… e de Trump

A Reliance não é só petroquímica: investe no varejo, telecomunicações (Jio), tecnologia. A Meta já é parceira da sua divisão digital. Mas hoje, essas ambições globais esbarram na tensão com os Estados Unidos. Ambani tem poucos ativos no exterior, exceto uma participação no Mandarin Oriental de Nova York.

No entanto, ameaças implícitas de sanções financeiras ou restrições ao acesso aos mercados americanos pairam. E no duelo geopolítico, Ambani não tem o peso da China, que permanece em grande parte sem sanções apesar do volume superior de importações russas.

Destaques:

  • A Reliance importou cerca de 142 milhões de barris da Rússia em seis meses;
  • 36% das necessidades petrolíferas da Índia vêm da Rússia em 2025 (quase zero em 2022);
  • Exportações petrolíferas (RIL + Nayara): 60 bilhões de dólares, dos quais 25% para a UE;
  • Preço médio do petróleo bruto russo: 71,47 $/b; saudita: 75,5 $/b;
  • Tarifas impostas por Trump: até 50%.

Ambani pode sair enfraquecido política e financeiramente. A “economia” da Índia (país pró-CBDC) depende de uma diversificação diplomática, mas essa guerra comercial liderada por Trump abala as bases mesmas de um modelo indiano centrado em gigantes privados com fortes ligações ao Estado.

No front de Musk e Trump, a história é antiga. Musk estava disposto a desafiar o sistema criando um “America Party”, aparentemente sacrificado no altar do pragmatismo e da política. Ele aceitou renunciar temporariamente ao seu projeto de partido político, preferindo preservar seus negócios e suas conexões — especialmente com JD Vance — ao invés de se opor frontalmente a Trump.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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