3 riscos principais se o Ethereum continuar aumentando seu limite de gas

Enquanto o ETH oscila suavemente em torno de 3.800 dólares, os olhares se inflamam para um marco simbólico: 4.000 dólares. Mas na sombra do preço, o Ethereum, a blockchain rainha dos contratos inteligentes, vive uma transformação mais profunda. O gas limit, esse teto invisível que regula a carga de cada bloco, está subindo. Um avanço técnico saudado pelo próprio Vitalik Buterin, mas que divide opiniões. Pois se o motor ganha potência, as peças frágeis podem acabar falhando.

Ethereum ultrapassa seus limites… mas até onde pode ir sem quebrar?

No X, Vitalik Buterin anunciou a cor: “Quase exatamente 50% dos stakes votam para aumentar o limite de gas L1 para 45 milhões. O limite já começou a subir, agora está em 37,3 milhões“.

A ideia? Processar mais transações em cada bloco, a cada aproximadamente 12 segundos. O sonho de uma blockchain rápida e fluida. Mas essa escalada não é neutra.

No aspecto técnico, a otimização do Geth, o cliente dominante do Ethereum, muda o jogo. Sua nova versão permite que os nós de arquivamento reduzam seu armazenamento de 20 To para 1,9 To. Um salto verdadeiro. Vitalik comemorou:

Aqui está um exemplo do trabalho duro recente da equipe do Geth que torna esses aumentos de carga seguros.

Mas nem todos estão tranquilos. Um usuário alerta: “Isso é realmente escalabilidade ou estamos apenas aumentando o fogo ao máximo esperando não queimar a cozinha?“.

O gas limit age como um controle entre desempenho e acessibilidade. Se avançarmos rápido demais, os pequenos validadores correm o risco de serem excluídos. A blockchain então se tornaria um clube privado, longe de seus ideais de descentralização.

Desempenho em alta, mas a que custo para os pequenos nós da blockchain?

Aumentar o gas limit é abrir o caminho para um Ethereum mais poderoso. Mas isso também implica:

• 37,3 milhões: gas limit atual, em alta desde 36 milhões em maio passado;
• 45 milhões: meta visada por quase metade dos validadores;
• 50%: parcela de staking favorável a essa escalada;
• 1,9 To: tamanho dos nós arquivados Geth v1.16.0 (antes mais de 20 To);
• 54%: participação atual de mercado do Geth na rede Ethereum.

A eficiência sobe, sim. Mas alguns veem um risco para a blockchain aberta: com mais volume por bloco, a sincronização fica mais pesada. Os pequenos operadores, sem infraestrutura robusta, podem desistir.

Por enquanto, o aumento é gradual: cada bloco pode aumentar o limite em apenas 0,1%. Uma estratégia de cautela assumida. Mas uma blockchain eficiente não basta se não for verdadeiramente descentralizada.

A escolha de Buterin é clara: avançar, mas com as ferramentas certas. Sua aposta está no alinhamento entre inovações dos clientes e escalabilidade dos blocos. Desde que a comunidade acompanhe e o ecossistema mantenha seu equilíbrio.

O Ethereum traça uma rota ambiciosa. O aumento do gas limit é apenas um passo de um plano maior: multiplicar por dez a potência do Layer 1. Esse Ethereum 10x imaginado por Vitalik Buterin não é só um slogan. É um desafio ideológico e técnico, uma corrida contra a lentidão, mas também contra a centralização. O destino é belo. Resta garantir que todos possam embarcar.