A Bitwise antecipa um fluxo recorde de 420 bilhões $ para o Bitcoin até 2026

E se o bitcoin se tornasse o novo pilar das finanças mundiais? Segundo a Bitwise, a trajetória está em andamento. O gestor de índices cripto prevê uma onda de investimentos sem precedentes: até 420 bilhões de dólares até 2026. Uma projeção que desenha uma virada estratégica para as grandes fortunas, os Estados e os gestores de ativos.

Bitcoin: um afluxo de 420 bilhões de dólares em 2026?

2025 e 2026 podem ser os anos de virada para o BTC, que acaba de atingir um novo recorde histórico de 111.000 dólares. De fato, a Bitwise prevê um afluxo de 120 bilhões de dólares para o bitcoin já no próximo ano, antes de um segundo impulso de 300 bilhões em 2026. Essa dinâmica baseia-se em um fenômeno já em progresso: a rápida adoção dos ETFs de Bitcoin, que atraíram 36,2 bilhões de dólares em 2024.

Os sinais são poderosos. Em um ano, esses produtos atingiram 125 bilhões de dólares em ativos sob gestão! 20 vezes mais rápido que os ETFs lastreados em ouro no seu lançamento. Para os defensores do bitcoin, é uma confirmação: a primeira criptomoeda está conquistando seu status como valor refugio do século XXI. Três cenários surgem no horizonte:

Cenário prudente: 150 bilhões de dólares em jogo

Em seu cenário mais moderado, a Bitwise imagina uma adoção parcial. Os Estados alocariam apenas 1% de suas reservas de ouro para o bitcoin. Algumas empresas americanas constituiriam uma reserva de 10%, e as plataformas de gestão de ativos não ultrapassariam 0,1%. Resultado: 150 bilhões de dólares em entradas, ou seja, um sinal de confiança contido, mas real.

Cenário central: 420 bilhões de entradas

Esse é o cenário preferido pela Bitwise. Aqui, os Estados realocam 5% do seu ouro, as empresas dobram sua exposição e os gestores de ativos alocam 0,5% de seus portfólios. Esse movimento absorveria 7,7% da oferta total de bitcoin. Não seria mais uma aposta especulativa, mas um realinhamento estratégico verdadeiro das grandes entidades econômicas mundiais.

Cenário otimista: rumo aos 600 bilhões de dólares

A projeção mais ambiciosa evoca uma adoção em massa. Os Estados dedicariam até 10% de suas reservas, os fundos soberanos se posicionariam completamente e as empresas quadruplicariam seus estoques. Resultado: mais de 600 bilhões de dólares em entradas e 15% da oferta de BTC absorvida. Nesse cenário, o bitcoin se tornaria o ativo de reserva de um mundo pós-dólar.

Uma dinâmica impulsionada pela raridade do bitcoin e pela legitimidade dos ETFs

Com mais de 94% da oferta já minerada, cada BTC ganha em raridade. Os grandes investidores entenderam bem: o bitcoin não é mais uma curiosidade tecnológica, mas uma proteção contra a inflação e a diluição monetária.

A convergência entre bitcoin e ouro no que diz respeito ao índice de Sharpe também alimenta essa mudança de perspectiva. Até mesmo na Fidelity, o discurso evolui: segundo Jurrien Timmer, um BTC acima de 100.000 dólares poderia rivalizar seriamente com o ouro como valor refugio.

Obstáculos persistentes a superar

Mas o afluxo de 420 bilhões de dólares para o bitcoin em 2026 ainda encontra muitos obstáculos. Gigantes como Goldman Sachs ou Morgan Stanley, que gerenciam sozinhos mais de 60 trilhões de dólares em ativos, continuam a dificultar o acesso a esses novos produtos. Sua prudência regulatória ainda bloqueia várias dezenas de bilhões potenciais.

No entanto, o limite crítico pode ser ultrapassado à medida que os ETFs de Bitcoin estabelecem um histórico de desempenho e conformidade. E se essa etapa for validada, um muro de dinheiro poderia então desabar sobre os mercados cripto.

Até 2045, as empresas poderiam deter 50% dos bitcoins em circulação. Na hora em que 420 bilhões de dólares se preparam para afluir, uma questão se coloca: o Bitcoin está prestes a se tornar uma ferramenta de soberania corporativa? Ou continuará sendo o ativo dos povos? O debate está aberto.