A cripto anuncia um furacão nos mercados em 2026
Existem alertas que batem como uma porta. E depois existem aqueles que rangem, devagar, até se tornarem impossíveis de ignorar. Mike McGlone, estrategista sênior de commodities na Bloomberg Intelligence, coloca claramente sua mensagem na segunda categoria: para ele, 2026 pode se assemelhar a uma grande descompressão no final do ciclo. Não um simples “recuo”. Um movimento maior, mais sujo, mais contagioso.

Em resumo
- A cripto serve como um sinal avançado: segundo Mike McGlone, ela anuncia uma reversão maior dos mercados em 2026.
- Ele estima que o bitcoin poderia inicialmente mirar 50.000 dólares, com um cenário extremo de até 10.000.
- Ações, deflação e até ouro mostram tensões: quando a liquidez aperta, o risco se espalha rapidamente.
Quando a cripto se torna o termômetro (e não o gadget)
A ideia central é simples, quase perturbadora: a cripto não seria mais “à parte”. Ela seria o primeiro dominó. McGlone considera que o mercado cripto já começou a se inverter e que essa inversão anuncia algo maior nos ativos de risco.
Esse raciocínio quebra uma crença persistente: a de um bitcoin “fora do sistema”, imune por natureza. McGlone insiste, ao contrário, numa realidade muito de mercado: as correlações com as ações americanas se fortaleceram, a ponto de fazer o BTC parecer uma espécie de ação alavancada ao invés de um valor defensivo.
E é aí que dói. Porque se o bitcoin se comporta como um “ativo de risco”, ele pode ser o primeiro a cair quando o financiamento aperta, quando as margens se contraem, quando o reflexo não é mais “comprar na baixa” mas “reduzir a exposição”.
Os níveis que assustam: 50.000 $, depois 10.000 $… e o efeito psicológico
McGlone não se contenta com um clima. Ele fala de níveis. Segundo ele, uma primeira parada em torno de 50.000 dólares é plausível, e repete seu cenário chocante: 10.000 dólares. Não é uma frase lançada para o espetáculo, ele já a defendeu várias vezes.
Podemos contestar a meta. Mas não podemos ignorar o mecanismo: quanto mais extremo o nível, mais ele muda o comportamento. A 50.000 $, alguns dizem “correção normal”. A 10.000 $, a narrativa se quebra. As mãos fracas capitulam. As mãos fortes esperam. E o meio-termo hesita.
Em sua conversa com David Lin (The David Lin Report), McGlone posiciona justamente essa virada numa leitura “pós-euforia”: para ele, 2024 e 2025 foram impulsionados por catalisadores importantes, como a aprovação dos ETFs spot bitcoin e um clima político mais favorável ao risco, antes de servirem como último impulso para a especulação.
A nuance importante: ele não diz que esses catalisadores foram “ruins”. Ele diz que eles podem ter marcado um topo de ciclo, como um último esforço antes do esgotamento.
Ações, deflação, ouro: o trio que pode transformar um recuo em onda
O alerta não se limita apenas ao bitcoin. McGlone amplia para o mercado de ações: ele destaca que a capitalização de mercado americana em relação ao PIB permanece próxima de extremos históricos, e que mesmo um simples retorno a referências técnicas, como a média móvel de 200 dias do S&P 500, poderia desencadear um desaperto de dívida mais geral.
A palavra-chave aqui é deflação. Não necessariamente “preços que despencam em todos os lugares” da noite para o dia. Mais a ideia de um ambiente onde a liquidez fica mais cara, onde a economia desacelera, onde os múltiplos se comprimem. Nesse cenário, os ativos mais sensíveis ao financiamento, ações de crescimento, segmentos especulativos, cripto, são frequentemente os primeiros a sofrer.
Até mesmo o ouro, frequentemente apresentado como o refúgio final, não escapa a essa leitura. O metal amarelo recentemente mostrou que pode vacilar, com um dia marcado por uma queda estimada em cerca de 2,1 trilhões de dólares em valor, um lembrete brutal de que até os refúgios podem ceder quando o nervosismo toma conta dos mercados. Nesse contexto, McGlone, apesar de historicamente favorável ao ouro, considera o movimento excessivamente esticado após uma performance anual excepcional. E quando um ativo se distancia por muito tempo de suas referências, o que vem depois raramente é uma linha reta.
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Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.
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