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A França teria tentado forçar o Telegram a censurar conteúdos

12h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Fenelon L.
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Pavel Durov sai do silêncio e ataca forte. O fundador do Telegram afirma que os serviços de inteligência franceses tentaram obrigá-lo a censurar conteúdo político relacionado às eleições da Moldávia. Uma revelação que reacende as tensões entre a plataforma de mensagens e as autoridades francesas. O caso assume um rumo preocupante para a liberdade de expressão na Europa.

Um super-herói mascarado bloqueia braços robóticos identificados como "GOUV.FR" enquanto tenta acessar balões de bate-papo exibidos na tela de um smartphone. A cena simboliza a defesa da privacidade diante da vigilância do governo francês.

Em resumo

  • Pavel Durov acusa os serviços de inteligência franceses de terem exigido a censura de conteúdos relacionados às eleições da Moldávia.
  • O Telegram recusou-se a excluir canais políticos legítimos, apesar da promessa de “acordos” judiciais.
  • Este caso faz parte de um confronto maior entre plataformas tecnológicas e governos europeus sobre o controle da informação.
  • Durov permanece sob controle judicial na França desde sua prisão em agosto de 2024, sem data de audiência marcada.

Uma chantagem disfarçada de cooperação judicial

Pavel Durov publicou no domingo no Telegram revelações no mínimo explosivas. Segundo ele, os serviços de inteligência franceses teriam pedido para censurar conteúdo ligado às eleições moldavas, em troca de “coisas boas” prometidas ao juiz responsável por seu processo. Para o fundador do Telegram, trata-se de nada menos que uma chantagem.

Inicialmente, a plataforma havia aceitado remover algumas publicações que claramente violavam suas condições de uso. Nada anormal neste estágio. Mas rapidamente, as autoridades francesas retornaram com uma segunda lista de canais moldavos a serem apagados. E aí, o cenário mudou completamente.

Pouco depois, a equipe do Telegram recebeu uma segunda lista de canais moldavos ditos “problemáticos”. Ao contrário da primeira, a quase totalidade desses canais eram legítimos e completamente conformes às nossas regras

Durov
Fonte: Pavel Dourov
Fonte: Pavel Durov

O que eles tinham em comum? Defendiam opiniões políticas que desagradavam aos governos francês e moldavo. Frente a uma solicitação considerada arbitrária e puramente política, o Telegram recusou categoricamente.

Este caso moldavo não é isolado. Em maio passado, Durov já havia denunciado pressões similares relacionadas às eleições romenas. De onde surge um padrão preocupante: o de uma estratégia mais ampla de controle da informação por alguns Estados europeus, em detrimento da liberdade de expressão.

Telegram, o último bastião da liberdade de expressão?

Desde sua prisão em Paris em agosto de 2024, Pavel Durov se impôs como uma figura de destaque da resistência digital. Um ano depois, a investigação francesa está estagnada: nenhuma prova foi encontrada contra ele, mas ele permanece obrigado a se apresentar na França a cada quatorze dias. Um controle judicial que, segundo seus apoiadores, mais parece assédio administrativo.

O fundador do Telegram não mede palavras. “Não se pode “defender a democracia” destruindo a democracia. Não se pode “combater a interferência eleitoral” interferindo nas eleições.”, insiste ele

Para ele, as pressões para censurar conteúdos são uma interferência eleitoral muito mais grave do que aquelas que as autoridades afirmam combater. Esse paradoxo, destaca, mina diretamente a credibilidade da França no cenário internacional.

Diante dessa situação, a comunidade cripto e os defensores das liberdades digitais se alinharam amplamente com Durov. O Telegram não é mais apenas um serviço de mensagens criptografadas: a plataforma tornou-se um símbolo de resistência contra os desvios autoritários na era digital. Uma luta que vai muito além da pessoa de seu fundador para alcançar os fundamentos da liberdade de expressão na Europa.

O contexto europeu aumenta essas preocupações. Em junho de 2025, uma proposta da União Europeia visando monitorar todas as comunicações, inclusive mensagens criptografadas, obteve o apoio de dezenove Estados-membros.

Por sua vez, o Telegram recusa categoricamente abrir uma porta dos fundos ou entregar suas chaves de criptografia. E Durov avisa: em vez de ceder, a plataforma não hesitará em sair de certas jurisdições, França incluída.

Uma batalha que molda o futuro digital europeu

Os alertas de Pavel Durov ressoam com intensidade particular. Em junho passado, ele afirmou que a França “segue rumo a um colapso social” devido à censura estatal e às políticas consideradas ineficazes do governo. 

Declarações radicais, certamente, mas que encontram crescente eco entre muitos observadores preocupados com a evolução do clima político e digital.

O Digital Services Act (DSA), apresentado por Bruxelas como um instrumento para combater a desinformação, aparece aos olhos de Durov como uma ameaça existencial. 

Por trás da proteção ostensiva aos usuários, ele vê a implantação de um controle ideológico centralizado. O risco? Fazer a Europa entrar em uma internet de duas velocidades: de um lado, conteúdos validados pelos Estados; do outro, vozes dissidentes marginalizadas.

O caso Telegram-França expõe uma fissura profunda. De um lado, as plataformas tecnológicas que defendem a criptografia e a liberdade de expressão. 

Do outro, governos que invocam a segurança pública para justificar uma vigilância cada vez mais intrusiva. Entre esses dois polos, milhões de usuários cuja privacidade torna-se objeto de um confronto político e geopolítico.

Diante desta pressão, Durov permanece firme: o Telegram não vai ceder. A plataforma publica diariamente relatórios de transparência sobre conteúdos removidos e colabora com ONGs para responder a emergências. No entanto, recusa categoricamente se transformar em uma ferramenta de censura política a serviço dos Estados.

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Fenelon L.

Passionné par le Bitcoin, j'aime explorer les méandres de la blockchain et des cryptos et je partage mes découvertes avec la communauté. Mon rêve est de vivre dans un monde où la vie privée et la liberté financière sont garanties pour tous, et je crois fermement que Bitcoin est l'outil qui peut rendre cela possible.

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