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A IA pode manipular eleitores, revela um novo estudo

11h15 ▪ 4 min de leitura ▪ por Evans S.
Inteligencia artificial
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As suspeitas se tornam números. Dois estudos publicados na Science e Nature confirmam que chatbots de IA, similares aos que todos usam, podem deslocar preferências de voto em vários pontos, até cerca de 15% em cenários controlados.

Um robô gigante manipula marionetes eleitorais que votam mecanicamente em uma urna esclarecida em laranja.

Em resumo

  • Estudos mostram que chatbots de IA podem alterar preferências de voto em vários pontos, até cerca de 15%, após algumas interações.
  • Sua força de persuasão baseia-se principalmente em argumentos de políticas públicas, mas quanto mais convencem, mais produzem erros factuais e vieses.
  • Dialogando diretamente com os eleitores, esses chatbots de IA conseguem moldar a percepção dos programas e influenciar discretamente suas escolhas.

Quando algumas mensagens de inteligência artificial bastam para mover um voto.

Pesquisadores da Universidade Cornell e do UK AI Security Institute testaram uma situação muito simples: um eleitor, um candidato e um chatbot político. Primeiro, os participantes avaliavam um candidato. Depois, conversavam com um chatbot de inteligência artificial programado para defender esse candidato. Por fim, o avaliavam novamente. Em aparência, nada extraordinário: uma conversa breve, alguns argumentos, uma nota revisada.

Os resultados, porém, são tudo menos triviais. Nos Estados Unidos, antes da eleição presidencial de 2024, uma simples troca desse tipo bastou para mover a avaliação de um candidato em vários pontos, especialmente quando o bot defendia o campo oposto à preferência inicial do participante.
O mesmo padrão aparece no Canadá e na Polônia, com desvios que podem chegar a cerca de dez pontos numa escala de 0 a 100.

Acima de tudo, o efeito não é simétrico: um chatbot que prega por um candidato já apreciado reforça as convicções, mas aquele que defende o “lado errado” às vezes consegue fissurar a resistência. Em outras palavras, a IA não se limita a confirmar os convencidos, ela começa a abalar as certezas dos opositores.

Quanto mais a IA fala de política, mais convence e mais erra

Os estudos concordam num ponto chave: o que mais persuade são as mensagens centradas em políticas públicas, seja sobre medidas econômicas, tributárias, de segurança ou saúde, e não elementos de personalidade ou narrativa. Quando o chatbot usa argumentos numéricos, comparações de programas e referências a fatos, reais ou supostos, o impacto na intenção de voto é muito maior.

Mas esse poder tem um custo. Os pesquisadores notam um compromisso severo entre persuasão e exatidão: os modelos mais convincentes também são os que produzem maior número de afirmações imprecisas.

Em várias experiências, bots favoráveis a candidatos de direita geraram mais erros ou afirmações enganadoras que os alinhados a candidatos de esquerda, revelando um desequilíbrio no que os modelos “realmente sabem”.

Paralelamente, o segundo estudo realizado com 19 modelos de linguagem de IA e quase 77 mil adultos no Reino Unido mostra que a chave não é tanto o tamanho do modelo, mas a forma como é guiado pelos prompts de IA. Instruções que fazem os modelos introduzirem novas informações aumentam significativamente o poder de persuasão, mas também degradam a precisão factual. Mais argumentos, mais impacto, menos verdade.

Nesse contexto, o avanço da IA não se limita mais apenas aos chatbots políticos. A Tether acaba de investir 70 milhões de euros na Generative Bionics para acelerar o desenvolvimento de IAs humanoides, ilustrando como esses sistemas, virtuais ou encarnados, devem interagir cada vez mais com o público e influenciar opiniões em larga escala.

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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