A Worldcoin continua a se impor apesar das críticas

Pioneira no mercado de prova de humanidade, a empresa Tools For Humanity busca aumentar cada vez mais a base de dados do seu projeto Worldcoin. É sob essa única condição, de fato, que será possível distinguir eficientemente humanos e máquinas no mundo digital. Ao propor dar prioridade aos usuários verificados pelo World ID nas transações na Worldchain, a empresa de Sam Altman quer incentivar ainda mais pessoas a passarem pelo famoso Orbe e pelo escaneamento da íris.

As transações dos usuários verificados terão prioridade na Worldchain

Com seu projeto Worldcoin, Sam Altman quer se posicionar no centro de um dos principais desafios do digital. A ascensão dos bots e das inteligências artificiais, um campo no qual Sam Altman também é ativo com a OpenAI, transforma pouco a pouco o digital em um espaço compartilhado entre humanos e máquinas. Portanto, o objetivo do Worldcoin é permitir que cada um prove sua humanidade através do escaneamento da íris. Para incentivar cada vez mais usuários a realizarem esse escaneamento, o Worldcoin oferece recompensas em WLD para aqueles que verificam sua humanidade.

Atualmente, o World ID conta com 13 milhões de usuários e sua tecnologia já foi usada 100 milhões de vezes por aplicativos terceiros.

A Tools For Humanity, empresa por trás do projeto, quer acelerar ainda mais. Para incentivar as equipes a desenvolverem aplicativos que usem o Worldcoin, uma bolsa de um milhão de dólares em WLD está disponível para novos projetos. Além disso, o sistema PBH será utilizado na World Chain para atrair ainda mais usuários. O sistema PBH, ou “Priority Blockspace for Humans”, dá prioridade aos usuários verificados na rede World Chain. Essa nova funcionalidade tem como objetivo tornar a rede mais eficiente e justa, para que os humanos possam continuar a usá-la tranquilamente, independentemente do número de bots e agentes de IA.

We firmly believe that humans and AI can coexist harmoniously, and this development reflects our commitment to building user-friendly systems that benefit humanity while also making the most of bleeding-edge technology.

Steven Smith, vice-presidente da Tools For Humani

Atualmente em testnet, o PHB agora faz parte do Rollup Boost, um módulo da OP Stack, o que permitirá futuramente que outras camadas 2 o utilizem.

Controvérsias ainda persistentes em torno do projeto Worldcoin

Desde seu lançamento, o projeto Worldcoin gera preocupações que dificultam seu desenvolvimento em muitos países. De fato, embora o escaneamento da íris seja voluntário, a empresa coleta uma grande quantidade de dados biométricos. Além disso, ao recompensar os usuários com tokens WLD, a empresa incentiva fortemente os cidadãos a escanearem sua íris.

Dentre os países mais contrários à Tools for Humanity, o Quênia é o mais rigoroso. A suprema corte desse país exige que a Worldcoin apague todos os dados biométricos dos seus cidadãos coletados pela empresa. Ela considera que o armazenamento permanente desses dados viola a proteção da privacidade dos usuários.

O Brasil não tomou medidas tão radicais, mas a Autoridade Nacional de Proteção de Dados do país proibiu a oferta de recompensas em criptomoedas em troca de dados biométricos. Por enquanto, três centros da empresa ainda estão presentes em São Paulo.

Na Europa, somente a Alemanha tomou medidas até agora, exigindo a exclusão dos dados, mas França, Espanha e Portugal iniciaram investigações sobre os procedimentos de coleta e armazenamento de dados da empresa.

O desenvolvimento do Worldcoin é simbólico de um dos principais desafios do digital. É, de fato, difícil oferecer uma ferramenta que permita verificar a humanidade dos usuários sem coletar dados privados deles. O sucesso do projeto dependerá, portanto, da sua capacidade de encontrar um equilíbrio que tranquilize os reguladores dos diferentes países.