Amazon e Walmart mergulham no universo dos stablecoins

Os gigantes americanos do comércio, Amazon e Walmart, estão atualmente explorando a emissão de seus próprios stablecoins lastreados no dólar. Esta iniciativa, ainda em fase exploratória, pode, a longo prazo, transformar o cenário dos pagamentos online e reforçar ainda mais a hegemonia do dólar americano.

A ofensiva dos gigantes do comércio rumo aos stablecoins

Amazon e Walmart dão um passo estratégico importante em sua transformação financeira. Segundo o Wall Street Journal, os dois gigantes do comércio exploram ativamente a criação de seus próprios stablecoins corporativos. 

O objetivo é claro: reduzir drasticamente as taxas de transação e acelerar os pagamentos financeiros, libertando-se dos circuitos tradicionais.

Embora esses projetos ainda estejam na fase exploratória, eles evidenciam uma mudança profunda na percepção. As criptomoedas não são mais vistas como gadgets tecnológicos, mas como alavancas de eficiência capazes de revolucionar a gestão operacional das empresas em grande escala.

Amazon e Walmart não estão sozinhos nessa corrida. Outros gigantes como Apple, Airbnb e PayPal também demonstram interesse nos stablecoins corporativos. Essa convergência estratégica revela uma tendência fundamental: as grandes empresas buscam soluções concretas para otimizar seus fluxos financeiros.

O timing é perfeito. De fato, o projeto de lei GENIUS Act, atualmente em análise pelo Senado americano, pode oferecer a estrutura jurídica estável tão aguardada. As empresas esperavam apenas esse sinal verde regulatório para se lançar na aventura cripto.

Um mercado em explosão sustentado por uma dinâmica institucional poderosa

O interesse crescente das empresas pelos stablecoins baseia-se em fundamentos sólidos e uma dinâmica de crescimento espetacular. Segundo o Standard Chartered, o mercado de stablecoins poderia alcançar 2.000 bilhões de dólares até 2028, contra cerca de 200 bilhões atualmente — uma multiplicação por dez em poucos anos.

Os dados de adoção confirmam essa trajetória ascendente. Até hoje, mais de 161 milhões de pessoas possuem stablecoins no mundo. 

E o interesse não se limita aos indivíduos: 80% das PME familiarizadas com criptomoedas planejam integrar esses ativos em suas operações diárias. Do lado das grandes empresas, o entusiasmo é ainda mais marcante: no ranking Fortune 500, o interesse por stablecoins triplicou em um ano.

Esse crescimento se explica pelas vantagens operacionais tangíveis oferecidas pelos stablecoins: transferências internacionais instantâneas, taxas de transação reduzidas e gestão simplificada dos pagamentos internacionais. 

Vantagens que, em 2024, permitiram alcançar um volume recorde de transações de 27.600 bilhões de dólares, ultrapassando a soma das transações de Visa e Mastercard.

As instituições financeiras tradicionais não ficam à margem. Gigantes como Bank of America e Fidelity também se preparam para entrar na corrida, aguardando apenas uma estrutura jurídica clara para lançar suas próprias soluções.

Essa convergência entre os inovadores da tecnologia e os pilares das finanças vai delineando gradualmente as bordas de um ecossistema monetário híbrido, onde os stablecoins ocupam um lugar central.

Nesse contexto, a iniciativa da Amazon e Walmart ganha todo o seu significado. Ao democratizar o uso de stablecoins entre milhões de consumidores, esses dois gigantes contribuem ativamente para a consolidação do dólar nos usos do cotidiano. Pois cada transação em stablecoin lastreado no dólar fortalece mecanicamente sua posição de referência na economia mundial.