Bitcoin: Jack Dorsey propõe o fim dos "sats", a menor unidade do BTC
Bitcoin avança, às vezes tropeça, mas nunca deixa de intrigar. Hoje, Jack Dorsey, cofundador da Block, desafia uma crença gravada em pedra há 15 anos: o lugar dos satoshis. Apoiado no controverso BIP 177, ele quer renomear a menor unidade do bitcoin e abolir para sempre as intermináveis casas decimais. Objetivo: tornar os pagamentos em cripto tão instintivos quanto um toque no smartphone.
Em resumo
- Jack Dorsey apoia o BIP 177, uma proposta que renomearia cada satoshi para ‘bitcoin’ para eliminar as decimais e simplificar os pagamentos.
- O objetivo é aumentar a adoção pelo público em geral: um preço exibido em unidades inteiras de bitcoin pareceria mais intuitivo do que frações complexas.
- A comunidade permanece dividida: os defensores celebram a clareza de marketing, enquanto os puristas temem uma revolução histórica e técnica.
Os satoshis: calcanhar de Aquiles ou tradição imutável?
Os pioneiros viam no “sat” uma homenagem máxima a Satoshi Nakamoto. Contudo, no dia a dia de um comerciante, lidar com 0,00004321 BTC parece mais um exercício de química do que uma soma de caixa. Os iniciantes desistem; os vendedores suspiram. A promessa de um bitcoin simples se dissolve nas vírgulas.
Jack Dorsey afirma alto e claro: cada casa decimal é um obstáculo invisível para a adoção. Um cliente que lê “125 000 sats” não sabe se está segurando um espresso ou uma scooter elétrica. Essa confusão alimenta a desconfiança, especialmente fora da bolha cripto. Dorsey prefere então uma notação inteira: um preço exibido em “bitcoins” limpos, mesmo que isso quebre hábitos.
Para o usuário comum, a questão é mais psicológica do que técnica. O número inteiro evoca estabilidade; a decimal, volatilidade. As neobancos entenderam: a legibilidade aumenta a conversão. A aposta de Dorsey segue essa lógica comercial: se o bitcoin quer se tornar moeda de bolso, deve falar a língua dos bolsos.
BIP 177: uma simples renomeação que sacode o ecossistema Bitcoin
O BIP 177, redigido por John Carvalho, propõe uma jogada audaciosa: chamar de “bitcoin” o que hoje chamamos de “satoshi”, e manter o “BTC” inalterado para o antigo bitcoin com oito casas decimais. Resultado: passamos de um sistema decimal para uma exibição inteira. Tecnicamente, nada muda; psicologicamente, tudo muda.
Os defensores celebram uma operação de fracionamento de tokens, no estilo cripto: uma divisão nominal que deve libertar a percepção de escassez. Em vez de comprar 0,0001 BTC, o usuário obtém 10.000 bitcoins da nova escola. Mais valorizante, mais compreensível: a mecânica de marketing é clara. Alguns até veem um meio de iniciar a poupança automática: é mais atraente acumular milhares de bitcoins do que frações de BTC.
Mas a oposição cresce. Os puristas gritam sacrilégio. Apagar o “sat” equivaleria, para eles, a apagar parte da história. Eles também temem um pesadelo contábil: como gerir a coexistência de duas formas de escrever o mesmo valor? Exchanges, carteiras e protocolos Lightning terão que oferecer um botão “toggle” para alternar entre a exibição inteira e o modo herdado. A transição promete preocupações, mas o progresso sempre incomoda antes de conquistar.
No arena cripto, cada unidade conta. Jack Dorsey aposta em uma ideia simples: se o bitcoin quer conquistar as massas, deve falar como as massas. Eliminar os satoshis pode ser apenas uma mudança de vocabulário, mas as palavras moldam os usos. Resta saber se a comunidade escolherá a ousadia em vez da nostalgia. E descubra também se é hora de comprar ou não bitcoin neste estágio.
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Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.
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