Bitcoin perde 32% contra o ouro, Schiff prevê um colapso

Peter Schiff nunca perde a oportunidade de apontar o que ele considera uma ilusão digital: o bitcoin. E neste período em que o ouro alcança picos, o economista tirou a artilharia pesada do armário. Para ele, a queda de 32% do BTC contra o ouro desde agosto é um sinal de um crash iminente. Mas seu discurso, embora animador para os entusiastas do metal amarelo, não está isento de contestação na criptoesfera.

Quando Peter Schiff comemora: o ouro brilha, o bitcoin vacila

Em 16 de outubro, Peter Schiff tuitou triunfalmente: “O ouro está comendo o almoço do Bitcoin. Bitcoin caiu 32% contra o ouro desde seu pico em agosto. Este mercado baixista do Bitcoin será brutal. HODLers, vendam seu falso ouro agora e comprem o verdadeiro, ou divirtam-se falindo“.

Ao mesmo tempo, o ouro atingiu um novo pico de US$ 4.318 a onça, sustentado pelas tensões sino-americanas, previsões de cortes nas taxas do Fed e a demanda dos bancos centrais.

Para Schiff, não há dúvidas: 

Não é apenas um movimento de desdolarização, mas também de desbitcoinização. Bitcoin falhou no teste como alternativa viável ao dólar americano ou ao ouro digital. Os HODLers estão em negação, e sua recusa em aceitar a realidade lhes custará caro..

Segundo ele, os hodlers vivem na negação. Ainda assim, desta vez, os números estão do lado dele. O ouro subiu mais de 64% desde janeiro, enquanto o bitcoin avançou apenas 16% no mesmo período.

Guerra dos valores-refúgio: o ouro explode, o bitcoin resiste

Mas Schiff não tem apenas apoiadores. Em seus posts, os contra-argumentos surgem. Um dos mais marcantes é do @BTCPeakHub, que lembra que, apesar da volatilidade, o bitcoin atingiu US$ 126.198 no início de outubro. “Não é “falha”. É só o Bitcoin sendo Bitcoin..”

Outros também destacam performances históricas. Alex Stanczyk observa, por exemplo, que comprou ouro a US$ 650 em 2007, o que gerou um ganho de 521%. Mas ele ressalta que um investimento equivalente em bitcoin, no mesmo período, teria gerado um retorno de 174 milhões de porcento. Mesmo nos últimos cinco anos, o avanço ainda chega a 1.003%. Ele aponta para um artigo no qual defende a complementaridade entre os dois ativos.

No fundo, é aí que reside o verdadeiro debate. O ouro permanece como o ativo-refúgio por excelência, sustentado pelo medo dos mercados e pelas políticas de juros baixos. Mas o bitcoin, como ativo emergente, atrai uma nova geração de investidores. Ele também é o coração da inovação blockchain.

O desdém de Schiff pelo bitcoin é, portanto, uma faca de dois gumes. Porque toda vez que ele prevê sua queda, uma recuperação espetacular parece desmenti-lo… Até prova em contrário.

Ouro sólido contra bitcoin volátil: 5 fatos que mudam o jogo

Um dos debates mais fervorosos é sobre a valorização global. Ouro e bitcoin não jogam no mesmo campo.

Aqui estão alguns números-chave para lembrar:

• O ouro atingiu uma capitalização histórica de US$ 30 trilhões, ou 14,5 vezes a do bitcoin;
• Em uma única semana, o ouro teria adicionado US$ 300 bilhões à sua capitalização, o equivalente à capitalização de mercado do BTC;
• O preço do bitcoin caiu 32% em relação ao ouro desde o pico de agosto de 2025;
• No entanto, o número de endereços que possuem BTC aumentou, passando de 6,99 para 7,07 milhões em poucos dias;
• Instituições como BlackRock ou US Bancorp continuam investindo na infraestrutura cripto.

Diante disso, alguns analistas afirmam que o ouro pode chegar a US$ 5.000 em breve se as tensões geopolíticas persistirem. Mas eles não descartam uma rotação de capitais para o bitcoin caso o metal amarelo enfraqueça.

Então, devemos apostar tudo no ouro? Ou ser pacientes com o bitcoin?

Peter Schiff pode estar certo no curto prazo, mas muitos acreditam que ele está errado mais uma vez. O novo pico do ouro poderia, segundo alguns analistas, anunciar a próxima grande alta do bitcoin. Entre o presente e o potencial futuro, a disputa entre os dois ativos está apenas começando.