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Bitcoin: Queda histórica na dificuldade de mineração

Tue 01 Jul 2025 ▪ 6 min de leitura ▪ por Nicolas T.
Mineração

Fazia muito tempo que os mineradores de Bitcoin não eram surpreendidos por um ajuste tão grande na dificuldade de mineração.

Um minerador sorridente, vestindo um uniforme laranja e um capacete com o logotipo do Bitcoin estampado, está em um túnel digital cujas paredes são cobertas por números binários verdes, que lembram Matrix. Ele segura uma picareta sobre o ombro enquanto olha para uma grande tela futurista exibindo um gráfico de queda de 20%, ilustrado em laranja. A atmosfera combina alta tecnologia com a estética retrô dos quadrinhos dos anos 70.

Em resumo

  • A dificuldade de mineração do bitcoin é ajustada a cada 2.016 blocos para manter um ritmo de produção de um bloco a cada 10 minutos.
  • A recente queda no hashrate, causada pelas interrupções dos mineradores no Texas durante as ondas de calor, resultou em um ajuste de dificuldade de 7,50%, o mais significativo desde 2021 e o banimento chinês.

O que é a dificuldade de mineração?

O protocolo Bitcoin ajusta regularmente a dificuldade para minerar blocos de transações. Exatamente a cada 2.016 blocos, ou seja, a cada duas semanas normalmente.

Esse recálculo (“difficulty adjustment” em inglês) visa garantir que os blocos sejam minerados aproximadamente a cada 10 minutos, independentemente da evolução do número de mineradores.

Se mais mineradores entrarem na rede, a dificuldade aumenta para desacelerar a produção de blocos. E vice-versa. Se mineradores saírem da rede, a dificuldade diminui para acelerar a produção e voltar ao ritmo de um bloco a cada dez minutos.

“Minerar” significa variar freneticamente um nonce (ou seja, um número arbitrário) que, uma vez hashado pelo algoritmo criptográfico SHA-256 com as transações do bloco, gera um hash.

Esse hash é concretamente um número. “Minerar um bloco” consiste em encontrar, por tentativa e erro, um número inferior a um valor-alvo. É esse valor-alvo que é ajustado a cada 2.016 blocos, de acordo com o tempo que levou para minerar os 2.016 blocos anteriores.

Por exemplo, se os últimos 2016 blocos foram minerados em mais de 20.160 minutos, o número-alvo será modificado para desacelerar o ritmo com que os mineradores conseguem minerar blocos. E assim sucessivamente.

É necessário, em média, 480.000 trilhões de trilhões de tentativas (hashrate) para minerar um bloco e receber a recompensa de 3,125 BTC. No nosso exemplo, isso significa que serão necessárias em média menos tentativas para encontrar um bloco.

Em 29 de junho, o ajuste foi de 7,50%. Não víamos um recálculo desse tipo há vários anos.

Por quê?

Esse é o ajuste mais violento desde o famoso “banimento” de 2021, quando as autoridades chinesas forçaram abruptamente muitos mineradores a encerrar as atividades. Naquela época, o ajuste foi de 28%.

O motivo foi o colapso do hashrate de 175 EH para 85 EH. Em outras palavras, mais de 50% dos mineradores eram chineses em 2021. Desta vez, a queda no hashrate foi mais moderada. Passamos de 942 exaHash para 782 EH.

Alguns atribuíram esse ajuste aos bombardeios das usinas nucleares iranianas. Como o Irã está desconectado da rede SWIFT, o país tem usado bitcoins para pagar suas importações há vários anos. Talvez essa seja parte da explicação.

Entretanto, parece que a queda do hashrate está principalmente ligada ao programa de apagão dos mineradores no Texas. Explicação:

O Texas percebeu que os mineradores de Bitcoin permitem que as concessionárias de energia suavizem os picos inesperados de consumo, durante ondas de calor, por exemplo.

É de fato difícil antecipar a demanda por energia nas horas mais quentes do verão ou as mais frias do inverno. Por isso, é necessário manter usinas de pico em standby, caso sejam necessárias. Usinas que ficam paradas a maior parte do tempo e custam caro.

A ideia é substituir essas usinas de pico por mineradores de Bitcoin que têm a vantagem de poder devolver potência à rede instantaneamente e pelo tempo que for preciso.

A recente queda no hashrate se deve ao fato de que as temperaturas nos Estados Unidos estavam entre 5 e 8 °C acima da média. E com cerca de 40% da capacidade de computação (hashrate) localizada nos EUA, não é surpreendente observar essa queda no hashrate.

Bitcoin, o fusível de luxo

Os mineradores se destacam por sua capacidade única de consumir alta carga base e se retirar durante os picos. Será que alguém na RTE (Rede de Transporte Elétrico Francesa) está trabalhando nesse tema?

O equilíbrio da rede elétrica pela demanda é essencial para acomodar, a um custo menor, o crescimento das energias intermitentes e o quebra-cabeça que elas representam.

A presença dos mineradores elimina os riscos de apagões e reduz o custo da energia ao oferecer um mercado para as energias intermitentes que de outra forma seriam subsidiadas. E nem vamos falar das usinas nucleares que são desgastadas para acomodar a energia solar e eólica.

O Bitcoin é uma variável de ajuste pela demanda que beneficia a todos. É uma solução extraordinária para balancear em tempo real a demanda e a produção de eletricidade.

Mais de 57% dos mineradores texanos se retiraram a pedido em 2023. Eles devolveram um total de 888 GWh para a rede. Essa simbiose funciona tão bem que o gestor da rede cancelou a construção de várias usinas de pico. E tudo isso graças aos 3 GW que os mineradores podem liberar a qualquer momento.

Na França, os deputados continuam ignorando os sinais para minerar usando energia nuclear. Outra aberração, os mineradores noruegueses estariam na berlinda quando o norte do país está abarrotado de excedentes de energia hidrelétrica.

Terminemos acrescentando que o calor produzido pela indústria do bitcoin também pode ser reciclado. Muitos projetos estão em andamento, especialmente em países escandinavos:

Cereja do bolo, a indústria do Bitcoin é a mais verde do mundo, com mais de 52%, em constante aumento. A razão é que a eletricidade mais barata vem de fontes renováveis.

Não perca nosso artigo: Nada de apagão com os mineradores de Bitcoin!

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Nicolas T.

Reporting on Bitcoin and geopolitics.

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