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Bitcoin: Queda histórica na dificuldade de mineração

15h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Nicolas T.
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Fazia muito tempo que os mineradores de Bitcoin não eram surpreendidos por um ajuste tão grande na dificuldade de mineração.

Um minerador sorridente, vestindo um uniforme laranja e um capacete com o logotipo do Bitcoin estampado, está em um túnel digital cujas paredes são cobertas por números binários verdes, que lembram Matrix. Ele segura uma picareta sobre o ombro enquanto olha para uma grande tela futurista exibindo um gráfico de queda de 20%, ilustrado em laranja. A atmosfera combina alta tecnologia com a estética retrô dos quadrinhos dos anos 70.

Em resumo

  • A dificuldade de mineração do bitcoin é ajustada a cada 2.016 blocos para manter um ritmo de produção de um bloco a cada 10 minutos.
  • A recente queda no hashrate, causada pelas interrupções dos mineradores no Texas durante as ondas de calor, resultou em um ajuste de dificuldade de 7,50%, o mais significativo desde 2021 e o banimento chinês.

O que é a dificuldade de mineração?

O protocolo Bitcoin ajusta regularmente a dificuldade para minerar blocos de transações. Exatamente a cada 2.016 blocos, ou seja, a cada duas semanas normalmente.

Esse recálculo (“difficulty adjustment” em inglês) visa garantir que os blocos sejam minerados aproximadamente a cada 10 minutos, independentemente da evolução do número de mineradores.

Se mais mineradores entrarem na rede, a dificuldade aumenta para desacelerar a produção de blocos. E vice-versa. Se mineradores saírem da rede, a dificuldade diminui para acelerar a produção e voltar ao ritmo de um bloco a cada dez minutos.

“Minerar” significa variar freneticamente um nonce (ou seja, um número arbitrário) que, uma vez hashado pelo algoritmo criptográfico SHA-256 com as transações do bloco, gera um hash.

Esse hash é concretamente um número. “Minerar um bloco” consiste em encontrar, por tentativa e erro, um número inferior a um valor-alvo. É esse valor-alvo que é ajustado a cada 2.016 blocos, de acordo com o tempo que levou para minerar os 2.016 blocos anteriores.

Por exemplo, se os últimos 2016 blocos foram minerados em mais de 20.160 minutos, o número-alvo será modificado para desacelerar o ritmo com que os mineradores conseguem minerar blocos. E assim sucessivamente.

É necessário, em média, 480.000 trilhões de trilhões de tentativas (hashrate) para minerar um bloco e receber a recompensa de 3,125 BTC. No nosso exemplo, isso significa que serão necessárias em média menos tentativas para encontrar um bloco.

Em 29 de junho, o ajuste foi de 7,50%. Não víamos um recálculo desse tipo há vários anos.

Por quê?

Esse é o ajuste mais violento desde o famoso “banimento” de 2021, quando as autoridades chinesas forçaram abruptamente muitos mineradores a encerrar as atividades. Naquela época, o ajuste foi de 28%.

O motivo foi o colapso do hashrate de 175 EH para 85 EH. Em outras palavras, mais de 50% dos mineradores eram chineses em 2021. Desta vez, a queda no hashrate foi mais moderada. Passamos de 942 exaHash para 782 EH.

Alguns atribuíram esse ajuste aos bombardeios das usinas nucleares iranianas. Como o Irã está desconectado da rede SWIFT, o país tem usado bitcoins para pagar suas importações há vários anos. Talvez essa seja parte da explicação.

Entretanto, parece que a queda do hashrate está principalmente ligada ao programa de apagão dos mineradores no Texas. Explicação:

O Texas percebeu que os mineradores de Bitcoin permitem que as concessionárias de energia suavizem os picos inesperados de consumo, durante ondas de calor, por exemplo.

É de fato difícil antecipar a demanda por energia nas horas mais quentes do verão ou as mais frias do inverno. Por isso, é necessário manter usinas de pico em standby, caso sejam necessárias. Usinas que ficam paradas a maior parte do tempo e custam caro.

A ideia é substituir essas usinas de pico por mineradores de Bitcoin que têm a vantagem de poder devolver potência à rede instantaneamente e pelo tempo que for preciso.

A recente queda no hashrate se deve ao fato de que as temperaturas nos Estados Unidos estavam entre 5 e 8 °C acima da média. E com cerca de 40% da capacidade de computação (hashrate) localizada nos EUA, não é surpreendente observar essa queda no hashrate.

Bitcoin, o fusível de luxo

Os mineradores se destacam por sua capacidade única de consumir alta carga base e se retirar durante os picos. Será que alguém na RTE (Rede de Transporte Elétrico Francesa) está trabalhando nesse tema?

O equilíbrio da rede elétrica pela demanda é essencial para acomodar, a um custo menor, o crescimento das energias intermitentes e o quebra-cabeça que elas representam.

A presença dos mineradores elimina os riscos de apagões e reduz o custo da energia ao oferecer um mercado para as energias intermitentes que de outra forma seriam subsidiadas. E nem vamos falar das usinas nucleares que são desgastadas para acomodar a energia solar e eólica.

O Bitcoin é uma variável de ajuste pela demanda que beneficia a todos. É uma solução extraordinária para balancear em tempo real a demanda e a produção de eletricidade.

Mais de 57% dos mineradores texanos se retiraram a pedido em 2023. Eles devolveram um total de 888 GWh para a rede. Essa simbiose funciona tão bem que o gestor da rede cancelou a construção de várias usinas de pico. E tudo isso graças aos 3 GW que os mineradores podem liberar a qualquer momento.

Na França, os deputados continuam ignorando os sinais para minerar usando energia nuclear. Outra aberração, os mineradores noruegueses estariam na berlinda quando o norte do país está abarrotado de excedentes de energia hidrelétrica.

Terminemos acrescentando que o calor produzido pela indústria do bitcoin também pode ser reciclado. Muitos projetos estão em andamento, especialmente em países escandinavos:

Cereja do bolo, a indústria do Bitcoin é a mais verde do mundo, com mais de 52%, em constante aumento. A razão é que a eletricidade mais barata vem de fontes renováveis.

Não perca nosso artigo: Nada de apagão com os mineradores de Bitcoin!

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Nicolas T.

Reporting on Bitcoin and geopolitics.

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