Bitcoin: Um final de ano histórico?
O bitcoin consolida acima de 100.000 dólares, impulsionado por institucionais e pela expectativa do desfecho do “BITCOIN Act”.
Em resumo
- Um desfecho para o “Bitcoin Act” antes do fim do ano?
- O Bitcoin supera o gigante fundo Vanguard.
- O Deutsche Bank prevê que o Bitcoin fará parte das reservas dos bancos centrais antes de 2030.
- Em breve um novo QE para reduzir as taxas de juros nos EUA?
O bitcoin na arena senatorial americana
O grande catalisador de alta para este final de ano será o “CLARITY Act”, um projeto de lei que oferece um marco legislativo favorável ao bitcoin.
Esse texto alocará oficialmente a supervisão do bitcoin à CFTC. Como consequência, as bolsas financeiras registradas na CFTC poderão facilitar a negociação de Bitcoin sem temer processos por não conformidade. Em outras palavras, bancos e grandes fundos de pensão poderão acessar mais facilmente o mercado spot Bitcoin.
Isso resultará em uma profundidade de mercado maior, complementando os volumes já negociados através dos ETFs. Há motivos para otimismo quando sabemos que os ETFs contribuíram amplamente para a alta de 140% do bitcoin desde seu lançamento.
Além disso, não esqueçamos do “Bitcoin Act”. Trata-se de um projeto de lei distinto, introduzido em março de 2025 pela senadora Cynthia Lummis para dar corpo ao decreto presidencial que estabelece uma reserva estratégica de bitcoins. A lei prevê a aquisição de um milhão de bitcoins (~5% da oferta total) em 5 anos, ou seja, 200.000 BTC por ano. A estratégia é vender parte das reservas de ouro para isso.
Há chances de que os dois projetos façam parte de um pacote legislativo. Isso foi o que resultou de uma reunião chave organizada pela senadora Cynthia Lummis em 16 de setembro na presença de Michael Saylor.
Uma votação final é esperada até o final do ano, por volta de meados de novembro. O presidente da SEC está trabalhando atualmente com os senadores para acelerar o processo:
O impulsionador ETF
Falando em ETFs, notemos que eles atraíram até o momento cerca de 60 bilhões de dólares desde janeiro de 2024. Dada a valorização do bitcoin (+140% desde o lançamento), o ETF da BlackRock agora pesa sozinho mais de 86 bilhões de dólares.
Os ETFs Bitcoin estão a um passo de ultrapassar os lastreados em ouro, que foram lançados há já vinte anos. Seu sucesso é tamanho que a BlackRock revelou ter aumentado em 30% a participação do bitcoin em seu famoso fundo Global Allocation Fund.
A grande notícia dos últimos dias foi a reviravolta da Vanguard (10 trilhões de dólares em gestão) que finalmente vai permitir que seus 50 milhões de clientes invistam em bitcoin.
Para lembrar, a Vanguard optou por não oferecer aos seus clientes a possibilidade de comprar ETFs Bitcoin (como o IBIT da BlackRock). O motivo: “a ausência de fluxos de caixa subjacentes (como dividendos de ações ou cupons de obrigações)”.
Como resultado, os clientes da Vanguard compraram bitcoins de uma maneira indireta, comprando ações da Strategy, uma “Bitcoin Strategy Company”. Michael Saylor revelou que a Vanguard era a maior detentora das ações Strategy com 10% do total.
Esse erro monumental resultou na saída do CEO da Vanguard, substituído por Salim Ramji, quem lançou o ETF Bitcoin IBIT da BlackRock…
A Europa percebe que o bitcoin é uma moeda de reserva
As coisas também estão mudando no velho continente. O maior banco europeu publicou esta semana um documento com um título muito claro. “Bitcoin vs. Ouro: O Futuro das Reservas dos Bancos Centrais até 2030”.
Este relatório de 18 páginas conclui que “há espaço para que o ouro e o bitcoin coexistam nas reservas dos bancos centrais até 2030”. Recomendamos fortemente a leitura. Aqui está uma passagem-chave para convencê-lo:
Em última análise, o bitcoin e o ouro continuarão a coexistir a médio prazo, com o ouro mantendo seu avanço nas reservas oficiais e o bitcoin ganhando espaço na poupança privada. A questão crucial é saber quanto tempo o ouro manterá seu status enquanto os países buscam moedas alternativas para reforçar suas reservas.
O dólar americano continua sendo a principal moeda nas reservas dos bancos centrais (57%) [43% se incluir o ouro], mas há sinais de que alguns países buscam diversificação. Por exemplo, as posses chinesas em títulos do Tesouro dos EUA diminuíram em 57 bilhões de dólares para 759 bilhões em 2024.
Além disso, enquanto a legislação evolui favoravelmente no país mais influente, o bitcoin parece a caminho de alcançar uma adoção massiva. Até 2030, prevemos que ele juntará o ouro nas reservas oficiais de muitos bancos centrais.
Deutsche Bank
Isso é inevitável. Um avanço tecnológico é irreversível. O momento também é perfeito, já que os BRICS estão se afastando do dólar. A hegemonia monetária americana está lentamente chegando ao fim e o mundo terá que encontrar uma nova moeda de reserva. Preferencialmente apátrida, existente em quantidade finita e que nenhum país possa “congelar”.
O retorno da máquina de imprimir dinheiro
Sob pressão presidencial, o banco central americano finalmente iniciou uma redução nas taxas. Várias reduções são esperadas nos próximos meses.
Uma redução das taxas incentiva o empréstimo e o investimento e, assim, a expansão da base monetária. Enquanto um aumento visa conter a inflação.
Donald Trump quer afrouxar o aperto monetário para reconstruir a potência manufatureira americana e reduzir o déficit comercial. Washington não tem mais escolha agora que os BRICS estão reduzindo suas reservas em dólares (títulos do Tesouro).
E como todos sabem, abrir as torneiras do crédito sempre eleva os ativos financeiros. Especialmente se os bancos centrais retomarem o Quantitative Easing para forçar a queda das taxas.
Essa possibilidade resurgiu pois Donald Trump exige uma queda agressiva nas taxas. O objetivo é reduzir o peso do serviço da dívida, independentemente dos riscos inflacionários.
Segundo o banco Mizuho, a nomeação do governador Stephen Miran reforça o cenário de um novo QE. Outro sinal: os apelos de Nigel Farage para que o Banco da Inglaterra faça o mesmo. Sabendo que seu partido Reform UK lidera as pesquisas.
Nigel Farage prometeu adicionar o bitcoin às reservas do Banco da Inglaterra se seu partido assumir o poder. Kevin Hassett, favorito de Donald Trump para substituir Jerome Powell na liderança do Fed, acredita que o bitcoin “reescreverá as regras das finanças”.
Por todas essas razões, há motivos para estar otimista para o final do ano. Uma nova máxima é garantida se os Estados Unidos aprovarem o “Bitcoin Act”. Não perca nosso artigo: Bitcoin: Rumo a novos patamares até o final do ano?
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Reporting on Bitcoin and geopolitics.
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