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Coinbase aposta na IA para escrever metade de seu código até outubro

9h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
Informar-se Inteligencia artificial

A inteligência artificial está se impondo em todos os setores, às vezes como aliada, às vezes como tirana silenciosa. Ainda dá para pará-la? Ou estamos vivendo o início de uma verdadeira corrida ao ouro digital? Na Coinbase, a resposta já está clara: acelerar, mesmo que isso abale suas equipes. A exchange cripto assume ter ultrapassado uma etapa decisiva ao confiar perto da metade de seu código à IA, e seu CEO Brian Armstrong vai ainda mais longe.

Um gerente entrega um tablet marcado como “4/10” a um desenvolvedor chocado, sob o olhar ameaçador de uma figura de IA.

Em resumo

  • Brian Armstrong confirma que 40% do código da Coinbase é gerado por IA.
  • A meta é ultrapassar 50% de código gerado por IA até o próximo outubro.
  • Armstrong impôs o uso obrigatório do Copilot e Cursor sob ameaça de demissão.
  • As contratações em cripto recuam enquanto a IA agora atrai talentos e investimentos globais.

Coinbase transforma seu código em laboratório da IA

Na Coinbase, a IA não é mais um experimento, mas uma realidade diária. Segundo Brian Armstrong, 40% das linhas de código são agora geradas por IA, contra menos de 20% alguns meses atrás. A meta é clara: chegar a 50% até outubro. Para Armstrong, “devemos usar a IA de forma responsável sempre que possível“.

O CEO também destaca resultados espetaculares. Na Coinbase, alguns engenheiros agora conseguem refatorar, atualizar ou construir novos sistemas em poucos dias, enquanto antes levavam meses. Essa redução dos prazos ilustra a promessa de Armstrong: uma produtividade multiplicada, capaz de redesenhar a forma como uma exchange cripto constrói e mantém sua infraestrutura.

As ferramentas usadas são muitas: GitHub Copilot, Cursor, Claude Code, Cody, JetBrains. Mais de 1.500 engenheiros as utilizam diariamente. A exchange cripto até acompanha o consumo de tokens como indicador de produtividade. 

Ao exibir esses números, a Coinbase envia uma mensagem forte aos investidores: a empresa de capital aberto quer ser vista como pioneira na automação nas finanças cripto.

Armstrong, um chefe que impõe a IA a toque de caixa

Por trás dessa transição está um método brutal. Armstrong deu a seus engenheiros uma semana para adotar o GitHub Copilot e Cursor.

Disse a mim mesmo: a IA é importante. Vocês devem todos aprender e pelo menos se iniciar nela. Não precisam usar todo dia imediatamente, faremos treinamentos, mas devem pelo menos adotar até o final da semana… Alguns tinham uma boa razão, pois acabavam de voltar de viagem ou algo assim. Outros não tinham, e foram demitidos. 

Essas palavras chocaram parte de suas equipes, mas Armstrong assume essa virada. Para ele, o futuro da Coinbase depende de uma força de trabalho “nativa em IA”, treinada para trabalhar com essas novas ferramentas. 

A exchange cripto também implementou “AI speedruns”: todo mês, um funcionário que integrou brilhantemente a IA conduz um workshop para transmitir suas práticas.

Se essa abordagem preocupa pela brutalidade, Armstrong a apresenta como uma passagem obrigatória. Em um setor dominado pela velocidade e competição, ficar para trás na IA seria um suicídio estratégico.

Engenheiros cripto ou “nativos em IA”? O mercado se transforma

Essa mutação ultrapassa a exchange Coinbase. Desde 2022, as contratações em cripto raramente acontecem. Como explica Raman Shalupau da CryptoJobsList, “desenvolvedores e empreendedores vão onde está o dinheiro e a empolgação. Agora, é a IA que atrai ambos“.

A Coinbase ilustra essa transformação. As equipes de desenvolvimento agora atuam em um ecossistema saturado de assistentes IA, onde a velocidade prevalece sobre os métodos tradicionais. Mas essa corrida pela eficiência levanta preocupações. 

O uso massivo da IA provocou um aumento de bugs. Para responder, a Coinbase criou uma “repository sensitivity matrix” para limitar riscos em projetos sensíveis.

Principais fatos a destacar

  • 40% do código da Coinbase é gerado por IA, meta: 50% em outubro;
  • Mais de 1.500 engenheiros usam Cursor e Copilot diariamente;
  • Desde 2022, o recrutamento em cripto recua em favor de projetos de IA;
  • Demissões afetaram funcionários resistentes à adoção da IA.

Nesse contexto, a Coinbase não é mais apenas uma exchange cripto: ela se torna um símbolo de uma nova era em que o engenheiro “nativo em IA” vence o engenheiro cripto tradicional. Mas fica uma pergunta: até onde essa dependência do código máquina pode ir sem fragilizar a segurança?

A IA divide, nas finanças como em outros setores. Nos campi americanos, ela já provoca debates intensos sobre aprendizado e integridade acadêmica. Enquanto isso, Washington a vê como um motor econômico e estratégico. Entre medo e fascinação, a linha é tênue, e o futuro pertence a quem souber domar a máquina.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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