CoinShares para seu ETF Solana apesar do entusiasmo do mercado cripto

Enquanto o mercado cripto espera ansiosamente por uma validação histórica para os ETFs spot de altcoins, uma reviravolta surpreendeu os investidores. A CoinShares retirou seu ETF Solana Staking da lista da SEC, sem alarde. Sem declaração espetacular, apenas uma retirada oficial, discreta, mas carregada de significado. Em uma indústria cripto fervilhante, essa retirada estratégica levanta muitas questões.

Uma retirada que chega em momento inoportuno

Em 28 de novembro, a CoinShares retirou seu ETF Solana Staking, anunciado em junho passado, sem ter vendido uma única cota. Um documento da SEC confirma: a transação nunca foi finalizada. Tempo estranho. A empresa prepara paralelamente sua entrada na Nasdaq, via uma fusão SPAC avaliada em 1,2 bilhão de dólares.

A CoinShares não apenas retirou o Solana. Ela também cancelou seus projetos XRP e Litecoin. Até seu ETF Bitcoin alavancado foi abandonado. O CEO, Jean-Marie Mognetti, explica que há pouco espaço para se diferenciar com produtos altcoins de ativo único. Precisamos de outro plano de jogo.

O diagnóstico é simples: ETFs de altcoins, sozinhos, são caros. Distribuição, liquidez, gestão… tudo pesa. Principalmente contra Bitcoin e Ethereum, que dominam a atenção e os capitais. Nesse contexto, a CoinShares prefere se reorganizar antes de se expor ao mercado americano de ações.

Solana: o amor do público, a desconfiança dos profissionais

Na superfície, Solana parece brilhar. Os ETFs da REX-Osprey e Bitwise captaram 369 milhões de dólares em novembro. Somente a Bitwise recebeu 223 milhões no dia do lançamento. O apetite é real. O staking promete entre 5% e 7% de retorno, um argumento poderoso em um mundo que busca fluxo de caixa passivo.

Mas a realidade do mercado de ações é menos favorável. Desde seu pico em janeiro – impulsionado pelo memecoin Trump, o preço do SOL despencou. Hoje está em torno de 137 dólares, uma queda de quase 60%. A diferença entre o entusiasmo da comunidade e a dinâmica institucional se amplia.

CoinShares não descartou Solana por desinteresse. Ela considerou que os ETFs em altcoins eram muito frágeis em um universo dominado pelos gigantes. Em resumo: os investidores cripto querem retorno, os institucionais querem estabilidade. E por enquanto, esses dois mundos têm dificuldade em se alinhar.

Quando a cripto vira um mercado de margens

O que está em jogo aqui vai além do Solana. O mercado cripto de ETFs entra numa era de consolidação. Gigantes como Grayscale, Bitwise e BlackRock ditam o ritmo. Para existir, um emissor deve oferecer mais do que apenas um token bem comercializado.

CoinShares entendeu a mensagem. Ela reorienta sua estratégia para produtos de alto valor agregado: exposições cruzadas, cestas temáticas, estratégias mistas entre cripto e ações. O objetivo? Apostar em margens duradouras, não apenas na hype passageira.

Os analistas são claros: somente um tamanho crítico ou uma verdadeira originalidade permitem sobreviver. Caso contrário, você se torna uma casca vazia em um mercado implacável. A retirada da CoinShares é menos um abandono e mais um reposicionamento tático.

Cinco números para lembrar

• O SOL está sendo negociado hoje em torno de 137,36 dólares, longe de seus picos;
• Em novembro de 2025, os ETFs Solana atraíram 369 milhões de dólares;
• O ETF da Bitwise levantou 223 milhões no primeiro dia;
• CoinShares se prepara para IPO via SPAC de 1,2 bilhão de dólares;
• Nenhum token foi vendido via o ETF Solana da CoinShares, zero cota emitida.

Para aqueles que querem passar para o outro lado do espelho, a história não terminou. Pois os ETFs Solana fazem sucesso em outros lugares. Após 18 dias consecutivos de entrada, esses produtos registraram seu primeiro dia de saída, uma pausa mais que uma rejeição. Um sinal de que o mercado permanece agarrado ao potencial do SOL, apesar das dúvidas dos grandes nomes