Como identificar tokens falsos segundo a Binance

Enquanto o mercado de criptomoedas recupera vigor, uma ameaça silenciosa ressurge. A Binance, uma das principais plataformas de troca, alerta sobre o aumento de golpes relacionados a tokens falsos. Imitando projetos legítimos, esses golpes prendem cada vez mais investidores, às vezes experientes. Em um contexto de euforia e retorno maciço de capitais, esse desvio questiona a segurança das trocas.

Tokens falsos : uma ameaça identificada pela Binance

Em uma mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter) em 1º de maio de 2025, a Binance lançou um alerta para a comunidade cripto diante do aumento das fraudes baseadas na criação de tokens falsos.

A mensagem é explícita :

As fraudes com tokens falsos estão aumentando. Os golpistas criam ativos cripto falsos para imitar ativos legítimos, depois os usam para roubar fundos ou dados. Permaneça vigilante. Esteja sempre alerta.

A Binance alerta aqui sobre uma prática em expansão, que consiste em criar criptomoedas falsas copiando o nome, o visual, até mesmo o código de tokens existentes. O objetivo é claro: enganar investidores, recuperar seus fundos ou até seus dados pessoais.

Esse alerta ecoa outras alertas emitidas por atores especializados, como a conta X “Susbarium”, focada em segurança no ecossistema Shiba Inu, que denuncia ataques de oportunistas que falsamente se dizem comunidade SHIB: “alguns grupos tentam explorar o ecossistema Shiba Inu lançando tokens não oficiais e fazendo declarações falsas de afiliação com SHIB”.

Esse fenômeno, possibilitado pela abertura das blockchains públicas, é ainda mais preocupante porque atinge todos os perfis de usuários. Plataformas tipo DEX (exchanges descentralizadas), onde qualquer token pode ser listado sem controle prévio, oferecem um terreno fértil para esse tipo de fraude. Concretamente, os tokens falsos podem assumir várias formas :

• Imitação do nome de um token popular, com apenas uma letra alterada ;
• A reprodução do logo e da identidade visual de um projeto existente, para induzir confusão visual ;
• A criação de sites falsos oficiais, que copiam a interface e o estilo gráfico de um protocolo reconhecido ;
• Distribuição de tokens por airdrop, acompanhada de mensagens promocionais fraudulentas ;
• Falsa promessa de parceria ou integração com ecossistemas famosos, como Shiba Inu ou populares Layer 2.

Essas práticas visam abusar da confiança gerada pela notoriedade de um projeto, podendo ser extremamente eficazes, especialmente com usuários pouco experientes ou não vigilantes.

As recomendações concretas da Binance

Diante deste cenário crítico, a Binance também forneceu um conjunto de recomendações técnicas para seus usuários. Em seu post, a exchange enfatiza a importância de sempre verificar o endereço do contrato de um token, única informação imutável que autentica uma cripto.

A Binance esclarece que “cada token digital tem um endereço de contrato associado” e lembra que esse endereço deve sempre ser consultado em fontes oficiais, como o site do projeto ou plataformas como CoinGecko e CoinMarketCap.

Além disso, a Binance destaca o uso de ferramentas de análise de risco que permitem detectar anomalias técnicas: códigos de contrato duvidosos, liquidez bloqueada, volume anormalmente baixo ou até inexistência de capitalização.

O uso dessas ferramentas, como scanners de tokens, ainda é delicado para perfis não técnicos. Por essa razão, a exchange incentiva os usuários a se informarem, acompanharem as tendências do mercado e fortalecerem sua educação sobre os mecanismos da blockchain. Também é aconselhável monitorar as métricas de um token: um ativo legítimo deve apresentar certa coerência entre seu preço, liquidez e número de detentores.

Essas dicas práticas fazem parte de uma estratégia global que visa limitar o impacto dessas fraudes na confiança dos investidores. Se o ecossistema cripto sempre atraiu tentativas de fraude em períodos de alta, a sofisticação crescente das técnicas usadas exige uma resposta coletiva, que combine regulação, transparência dos projetos e responsabilização dos usuários. Em um setor ainda jovem e parcialmente descentralizado, a proteção baseia-se primeiramente na educação e vigilância. A comunidade será capaz de se mobilizar a tempo diante dessa praga silenciosa, mas terrivelmente eficaz?