Escândalo FTX: Caroline Ellison deixa prisão federal

Caroline Ellison, a ex-CEO da Alameda Research e ex-namorada de Sam Bankman-Fried, foi transferida para confinamento comunitário após cumprir parte de sua sentença pelo fraude de $11 bilhões na FTX.

Caroline Ellison transferida da prisão federal

Ellison foi transferida da prisão federal para confinamento comunitário após cumprir cerca de 11 meses de sua sentença de dois anos relacionada ao colapso da FTX.

De acordo com registros do Federal Bureau of Prisons obtidos pelo Business Insider, Ellison foi transferida em 16 de outubro da Danbury Federal Correctional Institution em Connecticut. Ela está agora sob confinamento domiciliar ou em uma casa de transição.

A data prevista para sua liberação é 20 de fevereiro de 2026. Isso é quase nove meses antes do fim de sua sentença original. Ellison começou a cumprir sua sentença no início de novembro de 2024 após o juiz distrital dos EUA Lewis Kaplan condená-la a dois anos de prisão.

A cooperação teve papel fundamental na redução da sentença

Em dezembro de 2022, Ellison declarou-se culpada de múltiplas acusações de conspiração, incluindo fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, fraude de valores mobiliários e fraude em mercadorias. Juntas, as acusações poderiam resultar em uma pena máxima de 110 anos.

Durante a sentença, o juiz Kaplan enfatizou a “substancial” cooperação de Ellison com os promotores. Ao mesmo tempo, ele destacou que a gravidade da fraude ainda justificava o tempo de prisão.

Na audiência de sentença em setembro de 2024, Ellison expressou remorso e reconheceu o dano causado a clientes e investidores.

Os promotores descreveram seu testemunho como essencial no caso contra Sam Bankman-Fried. Sem sua cooperação, disseram, provar a estrutura e a intenção por trás da fraude teria sido muito mais difícil.

Ellison testemunhou contra Sam Bankman-Fried

Caroline Ellison teve um papel central como testemunha durante o julgamento criminal de Sam Bankman-Fried em outubro de 2023. Durante três dias, ela explicou como o ex-CEO da FTX orientava executivos a usar indevidamente fundos dos clientes.

Segundo seu testemunho, Bankman-Fried instruiu a Alameda Research a investir bilhões de dólares retirados dos clientes da FTX. Sistemas internos ocultavam essas transferências do público.

Ela também falou sobre o relacionamento pessoal dos dois, afirmando que frequentemente se sentia pressionada e se submetia a Bankman-Fried por causa de sua influência e autoridade dentro da empresa.

Resultados diferentes para outros executivos da FTX

Outros ex-executivos da FTX tiveram desfechos legais diferentes. O ex-CTO Gary Wang e o diretor de engenharia Nishad Singh receberam penas de tempo já cumprido e liberdade supervisionada. Ambos cooperaram com os promotores e testemunharam contra Bankman-Fried.

Em contraste, o ex-CEO da FTX Digital Markets, Ryan Salame, cumpre uma pena de sete anos em Maryland. Ele declarou-se culpado de violações da legislação eleitoral e de operar um negócio de transmissão de dinheiro não licenciado. Salame recusou cooperar e criticou publicamente a leniência dada às testemunhas colaboradoras.

Sam Bankman-Fried cumpre atualmente uma pena de 25 anos em uma instalação federal na Califórnia. Foi considerado culpado em todas as sete acusações de fraude e conspiração. Sua equipe legal continua buscando apelação, alegando que ele não recebeu um julgamento justo. Sua família também pediu clemência presidencial. Bankman-Fried mantém que a FTX nunca esteve insolvente e afirma que os clientes poderiam ter sido totalmente reembolsados.

Distribuições da falência da FTX continuam

Credores da FTX continuam a receber distribuições da falência totalizando mais de $16 bilhões em fundos recuperados. Um porta-voz do Federal Bureau of Prisons recusou comentar sobre as condições específicas do confinamento comunitário de Ellison, citando preocupações de privacidade e segurança. A equipe jurídica de Ellison não respondeu aos pedidos de comentário.

A atualização ocorre enquanto Sam Bankman-Fried novamente alega que a FTX nunca esteve insolvente, culpando advogados e administradores da falência pelo que ele diz ter sido a destruição de mais de $100 bilhões em valor.